De volta à Santa Fé
Nossa segunda estadia em Santa Fé, New Mexico, foi tão boa quanto a primeira. Desta vez encontramos com uma amiga, que mora em Albuquerque, a uma hora dali .
Como da outra vez, ficamos no excelente e charmoso Hotel St. Francis , bem pertinho da “Plaza” central, com todas as suas atrações turísticas. Sua construção data dos anos 1920 e o lugar mais se parece “um monastério chique” , com os seus arcos em estilo ‘romanesco’, seus pisos em pedra, seus corrimões em ferro trabalhado , as enormes cruzes de Malta ( também em ferro trabalhado ) decorando vários ambientes – sem falar em alguns bustos do próprio São Francisco! ( Ao que parece, ele é o santo padroeiro da cidade…). Até seus quartos são decorados lembrando um monastério , lol, . But, don’t get me wrong: o Hotel St. Francis não é um lugar “religioso” . É apenas uma construção histórica e original , mas com todo o conforto e as amenidades de um excelente hotel – incluindo um bar animado e um bom restaurante.
Nosso jantar de Thanksgiving também foi bastante original, uma vez que ao invés de irmos à um restaurante bem “Americano” ( o que seria o mais normal nesta data…) optamos por um restaurante espanhol, especializado em tapas!
O El Farol, fica na Canyon Road, que é “ a rua das galerias de arte de Santa Fé ” ( e são tantas que você precisaria de um dia inteiro só para conhecê-las!). O local é super charmoso e em dias normais , além das tapas, há tambem música flamenca, ao vivo . Contudo, na noite de Thanksgiving ( pois afinal isto aqui é a América e este é o feriado mais importante para muitos Americanos, até mais do que o Natal!) não houve show e sim um menu especial para a ocasião : tapas de peru com o típico molho de cranberries, purê de batatas , vagem com amêndoas e nozes tostadas. Yummy! Imagino que em dias normais a comida original ( espanhola) ali deva ser muito boa!
Desta vez também aproveitamos para conhecer alguns lugares diferentes, que não tínhamos conhecidos da última vez, como a Capela de Loretta , que data do século 19 e que tem uma escadaria em forma de caracol , considerada um “verdadeiro milagre da arquitetura”. O local hoje em dia pertence ao complexo do Spa e Hotel Loretta e tem uma lojinha “religiosa”, lol, que vale a pena visitar.
Outro lugar que visitamos em S. Fé , desta vez, foi o Museum of Contemporary Native Arts - com obras contemporâneas de artistas (índios) locais. Trata-se, na verdade, de uma enorme galleria de arte contemporânea, já que o local só abriga exposições temporárias. Eu, que não sou muito fã de arte contemporânea, ainda assim, achei algumas peças bastante interessantes.
Nossa amiga, que viera passar o dia conosco ( há um trenzinho super gostoso que faz o percurso diário entre Albuquerque e Santa Fé em pouco mais de uma hora…) aproveitou a carona que lhes oferecemos na volta, no final do dia, e nos mostrou um pouco de sua cidade. No caminho até lá, passamos por várias reservas indígenas ( hoje subsidiadas pelo governo americano) – cada uma mais pobrinha e deprimente do que a outra.
A sorte é que muitos desses “native Americans” se tornam artistas e vão vender suas belas bijuterias em prata e turquesa para os turistas ricaços de Santa Fé. Aliás, os precinhos para os caras-pálida são “mui amigos”. Por exemplo, um colarzinho básico sai na faixa dos 70 dólares e os menores brincos na faixa dos 45. Ponto para os índios.
Anyway, quando chegamos em Albuquerque , que é a maior cidade do estado do Novo México, já havia escurecido. Então nossa amiga nos mostrou a Central Avenue ( a rua principal no centro) e também o centrinho histórico ( The Old Town), aliás, muito fofo.
Albuquerque não é tão antiga quanto Santa Fé ( fundada em 1610) , mas ainda assim é uma cidade antiga nos E.U.A ( f. 1706). , portanto, com um centro histórico.
De fato são poucas, MUITO poucas, as cidades nos E.U.A. que gozam de uma personalidade própria - além de uma boa dose de charme. O fato é que 90% delas são todas muito parecidas, cheias das mesmas franquias, os freeways, os malls , os subúrbios e a sua inevitável Wal-mart e Home Depôt. São raríssimas aquelas cidades que podemos afirmar terem TANTO personalidade quanto charme. Aliás, na minha seleta e restrita lista eu poria apenas: New York, New Orleans, São Fancisco, Saint Augustine e Santa Fé! Lol ( Miami, um dos destinos preferidos dos brasileiros na América, certamente tem personalidade – além de ser uma bela cidade….- , mas ali falta charme. Austin, a capital do Texas, definitivamente tem uma personalidade bem característica – mas infelizmente neste caso, tanto a beleza quanto o charme ficam a dever. Já Las Vegas é outra cidade bem característica e única, mas apesar de todo o seu brilho e luxo, charme, mais uma vez, é algo que passou a milhares de quilômetros de distância…) Nota: Vejam que estou falando apenas das CIDADES na América; o que não quer dizer que não tenham muitos belos locais a serem visitados - como vários de seus parques nacionais, a começar pelo belíssimo Grand Canyon, ou lugares totalmente diferentes e especiais, como o Alasca ou o Havaí.
Quanto à Albuquerque e Santa Fe , especificamente falando… Se tivesse de fazer uma comparação com
duas cidades no Brasil, eu diria que a primeira é Cabo Frio e a segunda Búzios ( embora no caso brasileiro tratem-se de cidades de praia). O que quero dizer é que , apesar de Cabo Frio ser muito maior do que Búzios, não possui o mesmo charme, a mesma beleza e nem a mesma fama. Ainda assim, trata-se de um balneário com suas próprias atrações e que , caso você se encontre na Costa do Sol, definitivamente vale a pena dar uma parada para conhecer.
Enfim, em Albuquerque nossa amiga nos levou para jantar em um café muito interessante e com uma comida excelente! O lugar se chama “Flying Star” , fica perto do Centro ( downtown) e aparentemente tem várias redes pela cidade, incluindo uma em Santa Fé. ( Infelizmente não há nenhuma no Texas…). Sua decoração é do tipo Art Déco, lembrando muito aqueles hoteizinhos neste estilo na Av. Collins em Miami. Já sua comida é bem variada, com alguns pratos bem típicos e populares na América ( saladas, sanduíches, massas etc.) e uma coleção de tortas deliciosas. Como estava perto dos 3 graus lá fora, resolvemos experimentar a sua Matzoh Ball Stew (uma saborosa sopa judaica, feita com legumes e uma bola gigante feita de migalhas de matzoh ) e o seu Reuben ( sanduíche também da culinária judaica, de rosbife e chucrute ( sauerkraut) . Estavam ambos excelentes e servidos bem quentes! ( o que nem sempre acontece na América…)
Voilà. Eis o resumo de nossa mais recente escapulida até Santa Fé – uma cidade no American Southwest (o faroeste Americano,lol) , que definitivamente vale a pena visitar !
E agora, mais algumas fotos de nosso fim-de-semana em Santa Fe e Albuquerque:
1) Uma das várias galerias de arte na Canyon Road. Há de todos os tipos, desde as mais sofisticadas, até as mais simples ou simplesmente fofas ( como esta da foto )
2) A igreja antiga de Albuquerque, na parte histórica da cidade ( Old Town)
3) Arte contemporânea indígena no Museum of Contemporary Native Arts em Santa Fe. A mesma escultura , com duas caras...
4) Índio bem que sabe o que é bom, lol. Que tal este conjunto de arco e flecha da Louis Vuitton?
5) Estátua de São Francisco ( o padroeiro da cidade) , diante da St. Francis Cathedral na Plaza Central de Santa Fé