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Parada Essencial

Benvindos ao "Diário politicamente incorreto da Pâmelli" - uma brasileira/americana childfree, residente nos E.U.A. desde 2003 Viagens, cultura, desabafos e muito mais!

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Turismo no Texas - Parte 1

Pâmelli, 30.11.08

    

 

O hotel ( Lajitas) onde ficamos durante o feriado do Thanksgiving está  localizado a cerca de  1/2 hora do Parque Nacional de Big Bend

Nos três dias que ficamos  hospedados alí,  foi para o parque que seguimos e passamos o dia inteiro -  ora explorando a região  de carro,  ora caminhando  por uma de suas várias trilhas.

 

O Big Bend é um parque muito querido aqui no Texas -  um verdadeiro orgulho nacional . O nosso 'Yellowstone'  local...:-) 

A região toda faz parte do Deserto de Chihuahua,  e é cortada pelo Rio Grande-  aliás, uma fronteira 'natural' entre os Estados Unidos e o México.(  Recentemente o governo americano resolveu construir uma outra , ' artificial ' ,  separando os dois países :  um muro de vários quilômetros e alto o suficiente para impedir que novos 'indesejados imigrantes ilegais' entrem nos Estados Unidos...)

 

Infelizmente,  nos dois dias que passamos no parque só o que consegui ver da fauna local foi um grilho horroroso ( mais parecendo um escorpião...), uma javelina ( espécie de porco do mato) correndo assustada ao lado da estrada e umas borboletas amarelas. 

No dia em que fizemos a trilha  do Lost Mine , subindo uma das montanhas do parque,  pudemos ver tambem  alguns casais de corvo sobrevoando a alguns metros acima  de nossas cabeças ( É que estávamos bastante alto -cerca de 400 metros - após uma subida  à pé  de 5 milhas - uns 8 quilômetros-  , que levou quase duas horas - UFA!  )  E só. 

Nada de tarântulas, escorpiões ou cascavéis ( Mas quem vai reclamar??) )  ,  nem tampouco a menor sombra  do urso negro , do turkey vulture ( o urubu- peru) , do jackrabbit ( o coelho do mato)  ou o roadrunner ( o Papa -léguas:-))) - supostamente muito comuns  em toda a extensão do parque. 

É , o Big Ben pode não ter inspirado o desenho do Zé Colméia  ( que se passa no Parque de Yellowstone...:-)) ,  mas inspirou Chuck Jones a criar o do Papa-léguas.   

Isso mesmo :  aquele  que vive fugindo do coiote desastrado e cada vez que se safa de uma de suas armadilhas mirabolantes  , lhe solta um bip bip bem irritante  ao  pé do ouvido!

( Ah, quem diria que um dia eu iria conhecer pessoalmente o habitat  natural do Coiote e do Papa Léguas...:-))

Enfim,  se não cruzamos com nenhum animal local mais 'interessante,  ao menos   vimos milhares de cacti ( plural de cactos) e outras plantas típicas do Deserto de Chihuahua, que eu,  é claro,  não pude deixar de fotografar .

 

Então vamos a algumas  fotos do Big Bend,  sua paisagem e sua flora !

( No próximo seguimento pretendo mostrar um pouco do complexo de  Lajitas ( onde fica o melhor hotel da região)  , assim como mais alguns lugares  pitorescos por onde passamos no caminho de volta à Austin. )

 

1) O cactos chamado de prickly pear   ( a Pera Pinicante?? lol ) - um dos mais comuns na região.  Este costuma dar uma  bela flor amarela na primavera,  além de uma fruta que pode ser comida pelo homem.

 

2) Prickly pears em duas tonalidades -  verde e roxinha... -  estes no meio da primeira trilha que fizemos , literalmente no meio do mato!  

Esta trilha se chama Burro Mesa Pourrof  e só  mesmo um BURRO  pra inventar de seguí-la!  O caminho é tortuoso, há rochas pelo meio do mato e a vista é sempre a mesma , ou seja :  deserto, deserto, deserto... Nenhuma visão do rio ou de qualquer penhasco.  Somente uma caminhada esturricante debaixo do sol ardente, por entre os grilhos, borboletas e  muitas...muitas variedades de cacti . Humph.

( Não fomos até o final ( Sabe-se lá onde daria...) 

  Após uma hora e meia,  resolvemos voltar à estrada onde tínhamos deixado o carro...). 

 

3)  Ao longo da trilha de Burro Pourrof ,  ainda encontramos vários Ocotillos    -   que não são  um tipo de cactos,  mas simplesmente uma planta do deserto...

(Os Ocotillos dão uma plantinha quando regados -  ou quando chove -  e na primavera se enchem de florzinhas vermelhas. )  

 

 

4) ...assim como o Sotol     -  outro tipo de cactos muito comum na região.  Este parecia que estava 'guardando' a entrada da pequena gruta que encontramos ao longo da trilha. ( É claro que nós não quisemos entrar pra ver o que tinha lá dentro...:-))

 

5) O Spanish Dagger   (  o Punhal Espanhol??)   -  é  outro espécime  bastante interessante que encontramos  ao longo da caminhada.

   Taí um que eu não gostaria de tropeçar por cima... Ouch!!

 

 

6)  O grilho horripilante  que apareceu enquanto caminhávamos.    ( Não sei dizer quem se assustou mais com a presença um do outro - ele ou eu! )

Não era verde e mais parecia um escorpião -  aliás,  animal bem comum por alí ...

 

 .

 

7) Uma vista do Rio Grande   , que separa o México dos Estados Unidos.  O parque  tem pelo menos  dois Canyons principais  -  este  se chama Santa Elena.  O rio corta as rochas que estão , neste ponto , a uma altura de cerca de  450 metros!

Muita gente costuma praticar kayaking ao longo do Rio Grande...Gulp!

 

9)   Conclusão final:  

Pessoalmente,  achei a 'exploração'  da região de carro      bem mais agradável do que a feita à pé  pelas trilhas!      ..

 

         

 

Arles e Avignon

Pâmelli, 30.09.08

Estas duas cidades foram especialmente interessantes.

 

Arles,  na verdade,  eu já conhecia desde o ano passado, quando visitei a Provence por conta própria,  após ter acompanhado meu marido em uma viagem a trabalho  à Irlanda .

Então quando ele teve de retornar aos E.U. ,   resolvi ficar  mais alguns dias  na Europa e seguir para a charmosa cidade na antiga província romana . 

Passei cinco dias lá , fazendo de Arles meu pit stop oficial :-)),  entre uma escapulida até a cidade pesqueira de Sête ou uma visita à Nîmes e o famoso Pont du Gard (  o aqueduto romano construído há 2000 anos atrás! ) .

  Adorei o meu hotelzinho em Arles  -  "Le Cloître"  ( O Claústro :-))   -  localizado bem no centrinho da cidade e que era uma extensão do prédio do cláustro da igreja mesmo!  LOL  

 

Na semana que passei em Arles , caminhava horas e horas por dia .  Explorei  tudo do período romano que existe para ver na cidade -  o anfiteatro ( Les Arènes)  , as ruínas das termas de Constantino   ,  o teatro antigo... 

Além da parte da cidade que tem a ver com a estadia de Van Gogh por lá  -   o Espaço  Van Gogh  (hoje um centro cultural ) que foi onde o pintor ficou internado ,  o Café de la Nuit que ele pintou na Place du Forum  ( a praça do antigo Forum da cidade na época dos romanos...)  ,    a pequena , velha e enferrujada ponte das lavadeiras que  ele pintou de amarelo  e que existe até hoje...

Enfim,  isto tudo foi o ano passado e desta vez pude novamente passear  por todos este lugares com o grupo do Viking.

 

Arles é realmente uma graça e para quem é amante da arte de Van Gogh,  do périodo romano e de touradas ...Não tem melhor !   (  Eu, de touradas estou fora...)

 

No dia em que chegamos lá com o navio do Viking , estava justamente acontecendo um destes festivais  com shows dos famosos cavalos da Camargue,  as touradas no anfiteatro  e toda a animação envolvendo  estes típicos  eventos  de  Arles.   Sorte a minha que já tinha visitado o anfiteatro por dentro  no ano anterior , já que durante estas ferias , o lugar fica fechado para os turistas e somente quem comprou ingresso para as touradas e espetáculos  pode entrar...

 

Pobre Van Gogh!

Quando morou em Arles, entre 1889-89,  o grande gênio da pintura pós-impressionista era pobre, doente e completamente malvisto na cidade.  A população local chegou mesmo a fazer um abaixo assinado para que ele fosse internado e não ficasse 'a solta' , dando ataques e perturbando a paz  local .

Hoje,  milhares de turistas do mundo inteiro vão à Arles,  por causa de Van Gogh -  até mais do que pelas ruínas romanas!  Todos os lugares que ele pintou são lembrados e alguns foram até pintados de amarelo , (aparentemente sua cor preferida...) assim como ele fez em suas telas.  Tudo virou cartão postal e são milhares os lugares (  cafés , galerias e  espaços culturais...) com o seu nome;  milhares os suvenirs em forma de echarpes, lenços, porta-copos, camisetas, calendários etc... reproduzindo seus mais famosos  quadros.

Só falta mesmo um Museu Van Gogh com telas suas de verdade!  ( Mas segundo nossa guia,  'a cidade hoje  não tem dinheiro para comprar nenhum Van Gogh  original  e abrir um museu exclusivamente dedicado ao pintor...'

E pensar que o pobre só conseguiu vender uma ÚNICA  tela durante a vida toda ! :-(  

Quanta ironia!!!

 

 

 Já a cidade de Avignon tem toda uma história especial envolvendo o período quando os Papas de Roma resolveram se mudar para a França.  Alí eles construíram o famoso Palais des Papes ( Palácio dos Papas) e residiram entre 1309-1377).  Ao todo foram sete Papas oficiais a reinarem em Avignon.

 

A construção é bastante imponente de fora mas por dentro não tem praticamente nenhum mobiliário ou obra -de arte.  Tudo foi saqueado  ou destruído durante a Revolução Francesa.

Quantos aos Papas de Avignon... Poucos  foram aqueles que ficaram conhecidos por sua 'santidade'.

Viviam como reis no meio de todo aquele luxo e pompa -  o palácio mais parece uma cidadela medieval ! 

Um deles,  Clemente V,  morreu comendo esmeraldas em pó,  que acreditava ser bom para curar indigestão!!   ( Imaginem o quanto  a criatura não devia se empanturrar diariamente ...)

Épouvantable!

 

Enfim,  em Avignon nós terminamos o cruzeiro e o plano original era seguirmos  para  Paris , onde ficaríamos a última  semana .

Como meus sogros não puderam se juntar à nós na última hora,  resolvemos mudar nossos planos e permanecermos mais alguns dias  no sul da França :-)

Boa idéia!!  ( No passado , eu que pensava que uma existência inteira não era suficiente em Paris,  hoje penso que 3 ou 4 dias estão de bom tom...)

  Resolvemos  então alugar um carro e explorar  um pouco mais  a  Provence e o Languedoc antes de  finalmente seguirmos para a Cidade Luz...

 

 

Ainda ao longo do Rhône...

Pâmelli, 27.09.08

 

 

 

 Vienne foi uma gracinha.  E não -  não estávamos na capital da Áustria , e sim em uma pequena cidade histórica na região do Vale do Rhône na França.

 

O pequeno povoado foi invadido pelos romanos no Século 1 antes de Cristo e ainda daquela  época podemos visitar hoje,  entre outras coisas ,  o templo de Augusto e Lívia  ( em ótimo estado!) , assim como o teatro romano ao pé do monte Pipet, onde subimos com o grupo em um trenzinho...:-)  Este foi um dos maiores anfiteatros romanos da França, podendo acomodar mais de 13 mil espectadores!  Hoje é usado para  uma variedade de eventos , incluindo um festival de  jazz em julho.

De cima do morro há uma vista excelente da cidade, incluindo as ruínas de um castelo...

 

 

Ainda outra construção belíssima em Vienne é a Catedral de St. Maurice - um monumento medieval , construído entre os séculos 12 e 16.  O estilo é uma mistura do românico e gótico.

 

Já a cidadezinha de Tournon-sur-Rhône eu achei bem sem graça.

Não sei quem foi que programou nosso dia alí mas , pessoalmente,  achei ridículo ao invés de  nos levarem para conhecer o castelo da cidade ( uma construção do  Século XV  e que hoje abriga o museu de história local...) ,  fazerem com que visitássemos uma loja ( bem sem graça , diga-se de passagem...) de chocolates às 10 HORAS DA MANHà e depois um museu com pinturas de um artista local ,  completamente sem interesse e totalmente desconhecido do público em geral .

 É verdade que o tempo tambem não ajudou , já que estava nublado e chuviscando...

O que 'salvou' o dia,  foi quando fomos para o outro lado do rio ( ponte)   visitar o povoado de Tain l'Hermitage, famoso por seus vinhedos,  onde pudemos fazer uma degustação de alguns dos melhores Côtes du Rhône.

 

Algumas horas mais tarde chegamos à Viviers, onde teríamos  uma 'excursão à pé noturna'  ... ( Isto  lá  é coisa que se invente de fazer com um grupo de velhinhos ??!   Realmente ,  o Viking deveria escolher melhor a pessoa encarregada de planejar os passeios e excursões  do cruzeiro...)

Enfim,  aquilo  deveria ter sido meio pitoresco , mas a programação teve de ser mudada de última hora já que a chuva tinha aumentado e agora incluía relâmpagos e trovoadas espetaculares!  ( Pra mim tudo bem,  desde que eu não esteja em um avião...lol)

 

A nossa 'animadora de bordo' , Claudia ,   era austríaca (  Os europeus do norte que me desculpem,  mas acho que 'animadores de bordo' deveriam sempre ter sangue latino...Quer dizer,  QUENTE :-)) ; Quer  dizer  ANIMADO !!  -  Quem sabe um  italiano,  um argentino ou até um  brasileiro!  lol ) .

A moça   tinha uma vozinha de dar sono e um risinho sem graça insuportável . ( Tanto meu marido , quanto  um senhor da Carolina do Norte , que gostava muito de sentar-se conosco,  reviravam os olhos cada vez que a moça pegava no microfone...:-))

Enfim,  Cláudia ,  que era ainda nova na tripulação do Viking , ao anunciar o cancelamento da programação noturna em Viviers , resolveu informar  igualmente aos viajantes de que ' as usinas nucleares da região estavam em alerta por causa do temporal...' 

 Aquela noite acho que teve muito velhinho a bordo que não dormiu direito.  lol

É que , conforme nos disse o gerente do hotel/navio na noite do jantar do Capitão:

 

" Nossa animadora de bordo deu mais  informação do que os turistas precisavam  saber.    Mas a moça é  nova no trabalho e ainda inexperiente... "

 

O pior , pensei,  era a vozinha e a risada.

ISTO,  com certeza,  não vai melhorar com a idade nem a experiência...

 

 

Lá fora , durante o dia , a paisagem era sempre serena . De vez em quando avistávamos um castelo ou mansão à beira do rio.  

 

 

 Volta e meia passávamos por uma usina nuclear   e frequentemente por um dos 'locks'  ( comportas ??). 

Interessante aquilo.    Abre porteira,  fecha porteira.  Sobe  o nível do rio  ,  desce  o nível...

Mas pra dizer a verdade , nunca consegui entender direito o mecanismo do negócio.  Coisa de engenheiro, construtor ... - ou pra quem gosta de números , cálculos etc..  Yuk !

 Como de hábito,  eu preferi me concentrar na comida,  nos passeios, na história ,  nos castelos e ruínas locais.

E , é claro,  nos vinhos...