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Parada Essencial

Benvindos ao "Diário politicamente incorreto da Pâmelli" - uma brasileira/americana childfree, residente nos E.U.A. desde 2003 Viagens, cultura, desabafos e muito mais!

Parada Essencial

Benvindos ao "Diário politicamente incorreto da Pâmelli" - uma brasileira/americana childfree, residente nos E.U.A. desde 2003 Viagens, cultura, desabafos e muito mais!

Sobre o artigo da TIME

Pâmelli, 16.08.13

Para quem não conseguiu comprar  o exemplar da revista TIME , do dia 12 de Agosto,  com o artigo de capa  “The Childfree Life”,  (algumas versões são diferentes de acordo com o lugar , por exemplo:  USA, América Latina, Ásia etc),  aí vai um resumo de algumas de suas  “melhores partes”:

- Quando perguntada por que ela havia optado por não ter filhos,  a escritora e produtora de documentários Laura Scott,  de Tampa, na Flórida (só podia ser! Lol) respondeu:  “My main motive not to have kids was that I loved my life the way it was” ( Minha maior razão é o fato de eu adorar minha vida , do jeito que ela é “)

- Nos anos 70 na América,  1 em cada 10 mulheres optava por  não ter filhos;  em 2010 este número é de 1 para cada 5.  Ou seja,  mais e mais mulheres americanas estão decidindo ser childfree.

-O custo em media, nos E.U.A. de  hoje ,   para se criar um filho até os 18 anos  é de $234,900!

-O número de mulheres americanas que deve permanecer childfree entre as ricas é de 1 em cada 8;  entre as da classe media é de 1 em cada 14 e entre as pobres é de 1 em cada 20

(o que , a meu ver,  deveria ser justamente o contrário!)

-A média do número de filhos por cada mulher nos seguintes países é:  7.0 na Nigéria ( Arrrrre!!),  5.5 no Afeganistão (típico…), 2.6  na India e 2.3 no México (países que estão evoluindo pelo visto…), 2.0 nos E.U. , 1.9 na Inglaterra, 1.8 na Noruega, 1.6 na China e 1.4 na Alemanha, Itália e Japão. ( Ou seja,  quanto mais civilizado ou  rico é o país, menos filhos o povo vai pondo no mundo.  Ok,  A China é outra estória...)

- E por fim,  a minha parte favorita no artigo – e que vai deixar muita gente meio P&%$*ta  vida!-

  Segundo o pesquisador Satoshi Kanazawa ( suponho que seja um japonês) , "Childless women are just smarter”. (As mulheres childfree são simplesmente mais inteligentes). {#emotions_dlg.happy}

Ele estudou um grupo de pessoas no Reino Unido durante 50 anos e concluiu que “high intelligence” (maior inteligência) tem uma relação direta com a decisão precoce e duradoura de uma mulher se  manter chilfree.  No estudo, ele percebeu que  um aumento de 15 pontos no QI das meninas,  diminuia em até 25% a probabilidade delas, algum dia ,  se tornarem “mães”. 

-Por fim,   vale lembrar que os childfree não toleram ser chamados de childless.

“Childlessness is for someone who wants a child but doesn’t have one.  It’s a lack.  I’m not lacking anything” ("Childlessness" é uma condição que implica que você queria ter um filho , mas não pode. Portanto que algo  está “faltando” em sua vida.  Na minha, não está faltando nada.” -  Laura Kipnis,  autora do livro “The Baby Matrix”.

 

Em suma , o artigo foi bom , embora nada de excepcional.

 

Agora, para quem domina bem o inglês e quer ler mais sobre o “childfree lifestyle”... Sugiro que dê uma passada no blog da  Firecracker Mandy (childfreedom.blospot.com)  que é escrito por uma moça da Filadélfia, childfree, muito bem casada e "com o QI pelo menos 15 pontos acima da média..." lol. ( O Parada Essencial  não é um blog exclusivamente tratando de tópicos childfree, embora volta e meia eu escreva algo sobre o assunto...)

Contudo, aí vai uma pequena dica :  o blog da Mandy  é frequentado principalmente por pessoas childfree e que AMAM o seu estilo de vida.  

Portanto,  se você fôr um desses  parents, muito feliz com sua paternidade/maternidade  e orgulhoso  do seu “mini-you”, é melhor guardar isso para si, já que  ninguem por lá vai estar muito interessado.  Para isso é que  existem os MILHARES  de “Mommy blogs” espalhados pelo ciberespaço a fora… 

 

 

 

Nota aos leitores childfree

Pâmelli, 03.08.13

Wow

A Time Magazine ( Revista Time) desta semana  está com o artigo de capa sobre Childfreedom ( a escolha de não ter filhos) e ao que parece ( estou saindo AGORA para pegar o meu exemplar!) a reportagem foi  bem justa com os childfree.  Pelo menos é o que tenho lido nos comentários das pessoas que já leram.  Tomara mesmo!

 

Afinal, parece que nossa pequena ( but ever growing...) comunidade está finalmente  sendo ouvida pela mídia  - e sem o típico revirar dos olhos desaprovadores dos  pais, ou dos "pró-reprodutores".   Só isso já é uma grande vitória, heim !!

 

 

Piadinha Childfree

Pâmelli, 04.06.11

 

Recentemente,  encontrei um site childfree em português - coisa raríssima pois  99% deles são em língua inglesa e têm suas 'sedes' nos E.U., Inglaterra  ou Canadá.

 

Este,  ( Semfilhos.org)  não é tão espirituoso  ou bem escrito quanto os outros ,  mas tem lá os seus méritos - a começar por ser um dos pioneiros a abordar este  assunto no Brasil.  

A piadinha a seguir é um dos seus 'highlights' .

  O título:  '' A Borrachinha" {#emotions_dlg.smile}

 

 " Na fila do ônibus estavam o pai e todos os seus 5 filhos.

Junto deles, um senhor de meia idade, com uma das pernas de pau.

O ônibus chegou, a criançada entrou primeiro e ocupou todos os bancos vazios. Os dois senhores entraram e ficaram de pé.

Na arrancada do ônibus, o senhor da perna de pau, com visível dificuldade, se desequilibrou pra trás e o barulho foi inconfundível:

TOC… TOC…. TOC… TOC…

 

Quando o ônibus freou, a mesma coisa aconteceu, agora para a frente:

TOC… TOC…. TOC… TOC…

 

Na arrancada, novamente:

TOC… TOC… TOC… TOC…

 

E assim foi, por várias vezes.

 

Num determinado momento, já incomodado com o barulho e, ao mesmo tempo tentando ser gentil, o pai das 5 crianças disse ao perneta:

- Perdão, mas eu gostaria de fazer uma sugestão ao senhor. Por que o senhor não coloca uma borrachinha na ponta do pau? Com certeza vai diminuir o barulho e incomodar menos a todos.

 

Imediatamente, o perneta respondeu:

- Agradeço a sugestão, mas se o senhor também tivesse colocado uma borrachinha na ponta do seu, há alguns anos atrás, agora  estaríamos todos sentados, numa boa ." 

 

P.S.  Aparentemente não sabemos quem é o autor(a), mas seja quem fôr,  taí alguem com mais do que dois neurônios na cabeça e uma boa dose de humor no espírito...

                                                                                                    X

A Foto do Ano

Pâmelli, 21.05.11

    Este  mês o grande ídolo da Comunidade Childfree faz anos!

Nosso mascote.  Nosso querido ( e lindo) George.

                                                                                                                   

 50tinha...- e mais GATO  do que nunca!

 

Que continue sempre com muita saúde, dinheiro e inteligência para continuar aproveitando sua bela vida de homem childfree e defensor das  causas humanitárias.  ( Darfur que o diga!)

  WE LOVE YOU GEORGE!

 

 P.S.  E essa coisinha FOFÉEEEESIMA aí , nos braços dele?   Dá pra aguentar?? {#emotions_dlg.smile}

 

 

 

 

Chá pra mim...Só se fôr o ' afternoon tea' dos inglêses!

Pâmelli, 28.08.10

 

Categoria de post:   humor  childfree

                                 politicamente incorreto 

 

 

 

Se tem um coisa da qual eu FUJO igual gato foge de água e o diabo da cruz...  São 'baby showers'!! ( Chás de bebés )

 

Aquela concentração de mulheres ( pois os homens costumam ser poupados de tais  'programas- de- índio...) , e o falatório principalmente girando em torno de 'partos,  fraldas, mamadeiras, chocalhos e sei lá eu mais o quê!

 URGH! {#emotions_dlg.lol}  Ninguem merece.

 

Logo que cheguei aqui nos E.U. fui convidada para um desses 'programaços' e nem  posso descrever o quanto padeci naquela tarde. 

Desde então , prometi a mim mesma nunca mais participar de algo parecido. 

( Hoje, o que faço é o seguinte:  mando um  cartão, um belo presente - pois afinal  este é o principal  objetivo de um chá de bébé : ganhar presentes para o bébé !!- e uma desculpa por não poder ir ao 'evento'.  Voilà: mission accomplished.

 

  Umas das muitas vantagens que temos depois dos 40, é que  chegamos  à seguinte conclusão:    não importa o que você  faça ou deixe de fazer...Sempre haverá aquelas pessoas que gostam , simpatizam e a admiram pelo que você é.   E aquelas que nunca vão passar a gostar , simpatizar ou admirar você pelo que você finge ser e não é! 

Seus 'santos' simplesmente não se cruzam.   ( E às vezes essa pessoa pode ser uma prima , uma tia,  um irmão ou até mesmo seu pai ou sua mãe ! ) Culpe a  astrologia, se quiser.  Mas  o fato é que , mesmo que você tente se anular e fingir ser outra coisa, o máximo que conseguirá  vai ser  evitar um 'barraco'   familiar.  E , é claro,  continuará sendo o primo, a irmã ou filho 'preterido'...

 

Mas,  voltando ao tópico deste post ( humor e childfreedom )...

 Esse foi o cartoon  ( ver o url abaixo)  que vi esta semana em um de meus

 childfree sites preferidos.   

Needless to say,  a comunidade childfree adorou !

 

  Já o mesmo não se pode dizer dos pró-natalistas  ( que subiram nos tamancos e enviaram milhares de comentários politicamente corretos ou indignados contra a charge de Scott Adams) 

 

Para ver a charge ,  o jeito agora é dar um pulo até o blog da Mandy ( www.childfreedom.blogspot.com)  pois no site do Scott Adams já mudou ( ou foi censurada!!)  

 

 

Como diria Sartre: O inferno são os Outros!

Pâmelli, 15.05.10

 

 Categoria de post:  desabafo childfree

 

Ok,  vejamos o que tenho de ‘novidades’  para colocar em meu blog-diário-parada,  repleto de ‘reflexões profundas’, algumas denúncias e , ultimamente,  principalmente ,  MUITOS  desabafos...

 

  Outro dia fui ao correio  enviar uma encomenda e a seguinte  cena  se passou:

 

Logo ao entrar ,  percebi , 1) que  havia uma fila considerável  e  2) que em meio às pessoas na fila e bem no meio do apertado ambiente , havia dois meninos na faixa dos seus 4 ou 5 anos,   CORRENDO livremente pelo aposento , além de  URRANDO e BATENDO  em qualquer objeto ‘mais sólido’  que se encontrasse no local ( ex. Os assentos de metal que ficam  contra a parede, o pequeno balcão central – usado para se escrever um endereço de última hora...-  até mesmo   na  PAREDE !).

A mãe,  quem quer que fosse, devia ser alguem na fila,  mas como não se manifestou em  minuto algum  tentando acalmar os pequenos estrupícios,  permaneceu convenientemente  incógnita.

 

A medida que os minutos se passavam e a fila se arrastava  como um caramujo,  minha cabeça começou a latejar. 

Foi então que me lembrei do ‘conselho’ de uma blogueira americana childfree , cujo blog ‘Happily Childfree’ eu não deixo de espiar sempre que posso...lol ,  que diz o seguinte:

  

‘E aos amigos e leitores deste blog,  aí vai uma dica :  Quando saírem às ruas,  seja para onde fôr,  mas principalmente se forem  ao shopping, ao supermercado, AO CORREIO ou qualquer outro lugar de atendimento público... Não se esqueçam de levar sempre na bolsa o seu i-pod ou tocador de C.D. portátil,  que você poderá ligar e colocar no VOLUME MÁXIMO  sempre que topar com um pai ou mãe dormente e sua prole, a tira-colo, chorando e esperneando incontrolavelmente.

Nota:  Isso tambem serve para se proteger das várias  conversas idiotas ou deprimentes de estranhos   ( geralmente via celular...) que somos obrigados a ouvir sempre que estamos em algum lugar público.’   

 

 Sábio conselho.  Mas infelizmente naquele dia eu estava sem o meu portable C.D. player. Humph.

 Então  o jeito foi ficar olhando fixo  para o painel acima do balcão dos funcionários,  tentando me ‘concentrar’,   decorando os preços das inúmeras  formas de envio de encomendas...

 

‘Priority Mail’ , X dólares ...  ‘ Certified Mail’  , XY  dólares...’ Return receipt’ XX dólares  etc..

 

Por fim chegou a vez da pessoa logo a minha frente.  Contudo, ao se dar conta que havia esquecido algo  , ela  virou-se para mim e disse:

 

-Pode ir em frente.  Tenho de pegar algo no carro...

 

Tanto melhor ! – pensei.

  

Então , ao me aproximar do  guichê,  a funcionária ( uma senhora já de idade que trabalha nesta agência há anos ...), com a expressão visivelmente  cansada ( e provavelmente com a cabeça latejando como a minha ! ) comentou:

 

-Só espero que estas crianças sejam os filhos DELA...

 

Ou seja: A pobre funcionária estava ‘rezando’ para que a mulher que esqueceu algo no carro fosse a mãe dos meninos e que ao sair da agência,  fizesse a caridade de levá-los consigo!  lol

But no chance.     A mulher não  era a mãe das crianças.  *Suspiro desolado*.

 

Eu apenas lhe dei um sorriso que era um misto de comiseração,  resignação,  e ‘get me outta here as soon as possible!’! , pois não era o  momento nem o local de  lhe expor a minha opinião sobre  ‘pais que não educam ou controlam seus  filhos em público e acham que O MUNDO INTEIRO  está aí para aturar (e de preferência achar lindo!)  seus ataques e macaquices endiabradas.’

 

Mas a senhora pelo visto estava mesmo com a cabeça atarantada e precisando desabafar.

Então, enquanto pesava minha encomenda e punha o selo,  continuou:

 

-Há uma cliente que vem à esta agência com um casal de gêmeos há anos e nunca,  até o dia de hoje,  entrou aqui sem que as crianças estivessem chorando...

 

Eu apenas mantive o meu sorriso de comiseração, resignação e ‘ Pleeeeeeeeeease,  get me outta here as soon as possible!’, mas isto pareceu incentivo suficiente para ela continuar:  

 

-E outro dia uma pessoa entrou aqui e disse  o seguinte ao seu filho : ‘Pode  correr e brincar aí ,  enquanto a mamãe envia  esta carta...’   Dá pra acreditar?   Ora, isto  aqui não é lugar para se correr e brincar! 

 

Agora ela  já tinha terminado de pesar e carimbar o meu pacote.  

Como já estava prestes a sair, achei  que deveria dizer algo para ‘mostrar uma certa solidariedade’ . ( É claro que eu não iria lhe dizer REALMENTE  o que penso . Ou seja:  Que apenas  10% da população mundial deveria receber uma autorização formal  do governo com direito a procriação!!  Afinal eu não queria deixar a pobre com os cabelos em pé -  além da cabeça latejando...) . Então me saí com esta: 

 

- Sinto pela senhora que tem que ficar aqui até às 5 .  Eu,  pelo menos,  já estou de saída...

 

É , eu sei,  não foi lá muito solidário , mas foi o melhor que os meus neurônios perturbados puderam fazer naquele momento.

 

Então eu paguei, recebi o troco e já estava quase na porta da saída  quando percebi que a funcionária havia se enganado na conta.  Ela tinha me dado o troco apenas para 10 dólares, quando na verdade eu havia lhe dado uma nota de 20!

 

Voltei, pedi licença à pessoa que já estava no guichê e informei a senhora de seu erro.

Ela olhou o meu recibo e logo  percebeu o engano.

Então, enquanto me voltava o dinheiro certo, disse:

 

- Desculpe,  eu marquei 20 no recibo mas lhe dei o troco como se fosse 10...

 

- No problem -   respondi,  com um sorriso agora  genuinamente satisfeito,  pois estava prestes a deixar as portas do inferno.  – Isto é simplesmente o resultado de TUDO AQUILO que a senhora acabou de falar...

 

-Exatamente!  - disse ela , com um sorriso por fim  agradecido.

 

-Good bye ... and good-luck!    - foram minhas últimas palavras, antes de deixar o correio e seguir para a Wallgreens à cata  de  um Tylenol.

 

 

P.S.  Até hoje não sei quem era a mãe dos garotos.

Acho que ela realmente PLANEJOU  de ficar incógnita na fila  para  melhor  poder observar  enquanto infligia  um pouco de seu ‘inferno, diário,  pessoal e intransferível....’  às pessoas  em volta.

 

É, como  dizem os childfree:  ‘Misery loves company’ !

 

    

 

 

 

Artigo interessante no New York Times...

Pâmelli, 21.10.09

 

Esta semana,  enquando visitava um dos meus childfree blogs preferidos  ( 'Like it is' ) ,  encontrei uma referência à um artigo escrito por um colunista do New York Times  que eu simplesmente ADOREI , pois senti que é algo muito, muito verdadeiro não apenas para os childfree mas para  as pessoas de um modo geral. 

 

Nele o autor disserta sobre o hábito que muita gente desenvolve ( principalmente a medida que os anos vão passando e elas vão se aproximando da meia-idade)  de comparar suas vidas, suas 'conquistas' , seus fracassos e perdas,  com as de seus amigos , conhecidos e colegas -  para ver quem é que está na frente,  'perdendo' ou 'ganhando'  no jogo  da vida...

 

O autor,  Tim Kreider,  tem 42 anos,  é solteiro,  bem sucedido e childfree.  ( Só aí já  se vê que  torna-se uma boa 'vítima' em potencial para as  tais comparações e comentários maldosos...

 

Enfim,  o artigo é brillhante  e vale uma leitura pois não é todo o dia que topamos  com um texto ao mesmo tempo  inteligente, articulado, ULTRA  bem escrito..e com senso de humor!

 

Aqui vai o parágrafo central, onde ele descreve o que resolveu chamar de 'Referendum' - seguida de uma despretensiosa tentativa de tradução por minha parte , que nunca trabalhei como tradutora - apenas professora de línguas.  :-)

 

Já para aquelas pessoas que lêem bem em inglês,  recomendo a ida à página do N.Y. Times onde se encontra o texto  de Tim Kreider em sua forma integral.

Nota:  o artigo publicado no jornal no dia 17 de setembro último já  recebeu mais de 600 comentários!

 

http://happydays.blogs.nytimes.com/2009/09/17/the-referendum/

 

"The Referendum is a phenomenon typical of (but not limited to) midlife, whereby people, increasingly aware of the finiteness of their time in the world, the limitations placed on them by their choices so far, and the narrowing options remaining to them, start judging their peers’ differing choices with reactions ranging from envy to contempt. The Referendum can subtly poison formerly close and uncomplicated relationships, creating tensions between the married and the single, the childless and parents, careerists and the stay-at-home. It’s exacerbated by the far greater diversity of options available to us now than a few decades ago, when everyone had to follow the same drill. We’re all anxiously sizing up how everyone else’s decisions have worked out to reassure ourselves that our own are vindicated — that we are, in some sense, winning.

 

"O Referendum é um fenômeno típico ( mas não exclusivamente) da meia-idade,  em que as pessoas, cada vez mais cientes do tempo finito que lhes resta neste mundo,  das limitações que lhes são  impostas devidas às escolhas de vida que fizeram até o presente momento e das opções cada vez  mais restritas que lhes restam,  começam a julgar  ( ora com um sentimento de inveja,  ora com desprezo...)  as diferentes  escolhas feitas por seus amigos, conhecidos e colegas ( peers).  O 'Referendum' começa então a sutilmente envenenar  antigas relações de amizade , outrora leves e calorosas,  criando  conflitos entre as pessoas casadas e os solteiros,  os childfree e os pais, os profissionais ambiciosos e os que se contentam em ficar/ trabalhar em casa.

Tudo isto é exacerbado pelo fato de que hoje em dia as diversas opções e escolhas de vida  que temos são muito maiores do que no passado, quando todo o mundo era obrigado a seguir mais ou menos o mesmo percurso.

Vivemos ansiosamente  fazendo um 'balanço' da vida do outro para ver como se sairam e   tentamos , desta forma , ter nossas ações e escolhas justificadas e nos convencer de que , de alguma forma , estamos 'ganhando'  o jogo ...

 

 

 Enfim,  esta é a 'espinha dorsal'  do texto de Tim Kreider - algo , a meu ver,  bastante verdadeiro.  

Estes colunistas do NYTimes não são nada mal, heim? lol

De vez em quando um deles é até 'deportado' do Brasil por escrever algumas 'verdades inconvenientes' sobre alguem que costuma beber mais do que devia , dentro e  fora do expediente...

 

 

 

 

 

 

 

Ecologistas mesmo são os childfree!

Pâmelli, 26.08.09

 

Um estudo recente feito pela Oregon State University  (E.U.A.) mostrou que de todas as práticas ecológicas que uma pessoa possa adotar,  aquela que é a  MAIS eficaz ( e que raramente é discutida em f'óruns ecológicos...) é a prática da  NÃO-procriação - tambem conhecida como childfreedom.

 

O estudo mostra que o legado de carbono e aumento do Efeito Estufa causado pelo nascimento de MAIS UM SER HUMANO em nosso planeta,  é quase 20 vezes mais significativo do que práticas pró-meio-ambientalistas  tais como reciclar, dirigir  carros pequenos / mais econômicos,   usar eletrodomésticos e lâmpadas eco-friendly etc...

Ou seja,  a pessoa mais ecológica do mundo,  ao ter 2 filhos,  já anula tudo de bom  que poderia estar fazendo pelo planeta,  uma vez que estará  aumentando sua pegada de carbono (carbon footprint )  aqui  em até 40 vezes!

 

O fato é que muita  gente  gosta de pensar  que  vive de maneira ecológica, simplesmente  porque costuma reciclar regularmente,  tomar banho frio ou de poucos minutos,  dirige carros menores e menos poluidores, só usa produtos biodegradáveis etc..etc.., mas o ponto chave  é  este:  

É  preciso  que as pessoas realmente PAREM e PENSEM,  antes de colocar mais um ser humano neste mundo. 

( E sim,  isto talvez inclua NÃO passar o seu precioso DNA adiante!  E   para aqueles que não podem se privar da experiência da  maternidade/paternidade,  signifique considerar a adoção!) 

 

Afinal, por que é que as pessoas têm filhos??

 

1) Porque é isso o que todo o mundo faz...

2)Para ter alguem para tomar conta delas quando ficarem velhas...

3)Para serem aceitas ( não discriminadas) pela família, os amigos, a sociedade em geral...

4) Para passarem adiante o 'nome da família'...

5) Para reviverem uma nova ( segunda?) infância...

6) Para terem  alguem que precise delas quando pequenos e as ame depois...

7) Para 'salvarem' um casamento... 

8) Para sentirem que suas vidas têm um propósito...

 

E o que dizer dos 'acidentes' ou , em alguns casos,  do velho e bom  'golpe da barriga' -  seja para atrelar o homem,  seja para lhe dar o golpe do baú ?

 

Bottom Line:   A verdade  é que  TODAS  estas razões são ,em maior ou menor  escala, egoístas (Pois afinal   o que é o egoísmo ?  Nada mais  do que 'a procura de algo que você acredita que lhe fará feliz...' - ou pelo menos que o deixará 'menos infeliz' !) .

 

Além disso ,  em nossa sociedade pró-natalista , existe toda aquela  lavagem cerebral que já conhecemos  feita pela Igreja  ( Quem transa e não procria vai pro Inferno!!) .  Afinal , eles querem mais é que seus 'fiéis' continuem se reproduzindo e trazendo cada vez  mais 'fiéis' para o rebanho - e consequentemente mais $$$$  para sua 'Igreja' !! 

Ora, só a Igreja Universal  tem mais de 8 milhões de fiéis. Já imaginou que pobreza  para os seus cofres no futuro , se metade destas pessoas resolvesse se tornar childfree??  Sacrilégio total!!

E  quanto aos governos?  Pois estes é que não vão  abrir a boca sobre o assunto, quando a cada dia que passa precisam de mais gente pra trabalhar, pagar imposto, ajudar a tampar um pouco o rombo da Previdência e principalmente ...CONSUMIR!  

 

A previsão é de que em 2012 o mundo contará com 7 bilhões de 'milagres'  humanos. 

 Isto é uma CATÁSTROFE!  

 

Mas existe uma escolha. 

A Idade Média acabou por volta do Descobrimento do Brasil , portanto nem todo o mundo deve pensar que PRECISA ou que DEVE  procriar.  

É bem verdade que o  preconceito contra os childfree ainda existe -  nos círculos familiares, no trabalho, entre os amigos e até em diversos aspectos da sociedade em geral.  Mas as coisas estão mudando aos poucos. Um dia,  quem sabe,  assim como os negros , as mulheres e os gays,  eles tambem venham a ter seus direitos escritos na Constituição!

 

 Mas até este dia chegar,   dá próxima vez que  topar com uma pessoa childfree ,   pense duas vezes antes de acusá-lo/a  de ser egoísta  ou me sair com um daqueles típicos 'bingos' ( perguntas ou comentários óbvios e impertinentes frequentemente dirigidos aos childfree...)  tais como  : 

'Como você é imaturo ! '  ou ' Vai acabar mudando de idéia...'  ou  'Quem vai cuidar de você quando ficar velho?' ( Aliás, pra essa aí tem uma boa resposta:  ' Quem?  Ué,   as mesmas pessoas que vão cuidar de você:  Os enfermeiros de um asilo de velhos! !) 

 

 É  sempre  bom lembrar que TODO O MUNDO faz as escolhas de vida que acredita lhes trará  satisfação, proteção e felicidade. 

E lembre-se que, mesmo que não concorde com sua filosofia de vida ,  no mínimo uma coisa é inegável:  

A pessoa que optou por ser  childfree  ( seja porque razão fôr...) está fazendo um  bem ENORME  ao que ainda resta de nosso planeta !  Só este fato já deveria ser razão suficiente para inspirar o nosso respeito e consideração por estas pessoas.

 

Generalizações e preconceitos contra os 'childfree'

Pâmelli, 30.06.08

 

Em abril passado, quando pensei em criar um blog, minha idéia  a princípio era abordar sobretudo  as questões relacionadas ao estilo de vida 'childfree'.  Afinal ,  apesar de serem muitos  os blogs e sites tratando do assunto em língua inglesa,  nunca  encontrei um em português.  Então pensei:  que tal criar , possivelmente,  o primeiro??

Logo, contudo,  decidi que o mundo é muito vasto,  que existem milhares de assuntos e idéias a serem discutidas e comentadas diariamente e no final das contas resolvi criar simplesmente um blog abordando temas diversos como cultura, arte, política, atualidades  etc..e claro, falando em especial sobre o Brasil .  Hoje, contudo, desejo abordar novamente esse tema.

 

Childfree,  para quem o termo não é familiar,  significa 'uma pessoa que decidiu por livre e expontânea vontade , nunca procriar '  (  A  não  ser confundido  com o termo  de conotação pejorativa 'childless' , que  se aplica mais à uma  pessoa que 'gostaria,  mas não pôde por alguma razão ,  ter filhos ...'   - o sufixo 'less'  , em inglês,  designando a  'falta  ou a deficiência de alguma coisa ...' -   o que no caso dos childfree não se aplica , já que sua escolha é algo totalmente voluntário. 

 

Como este é um assunto raramente abordado abertamente  pela mídia e ainda menos pelas pessoas em geral,  são muitas as generalizações,  os preconceitos , os julgamentos ( e condenações!) que os childfree sofrem diariamente.

 

Pessoalmente , desde que me entendo por gente,  sempre soube que não queria ter filhos e que  já havia nascido 'childfree' por natureza.  Era  portanto diferente de 99,9% das pessoas e durante muito tempo me sentí mesmo uma espécie de E.T. em meu país e  no meio da sociedade onde cresci.

Então , há pouco mais de um ano atrás,  descobri vários sites e blogs aqui nos E.U. e um ou outro no Canadá ... com milhares de mulheres declaradamente childfree , (  sim, geralmente são mulheres) contando sobre suas experiências e visão sobre o assunto ,  assim como  as  vantagens e  os problemas que enfrentam  diariamente devido à escolha de vida que fizeram. 

( A ver alguns:  www.childfreedom.blogspot.com  - este inclusive com uma tese de mestrado da bloggista sobre o assunto, incluindo uma série de entrevistas com várias mulheres  childfree  ...)

  http://thebritgirl.com 

http://childfreecorner.blogspot.com 

http://www.bellaonline.com/site/marriednokids 

 

 

Nem todo o mundo nasce 'childfree' . 

Algumas pessoas,  após pensarem muito sobre o assunto e se auto-analisarem ,  depois de adultas resolvem  se tornar 'childfree' . 

No entanto,  alguem  que  esteja simplesmente  adiando seu projeto de paternidade /materndade para um momento mais adequado e financeiramente mais estável em  sua vida , não é , nem nunca foi,  childfree em sua  natureza. 

 

O que muitas vezes torna a vida dos childfree mais difícil, frustrante e às vezes até triste...Não é a escolha de vida que fizeram ( pois nisto estão muito seguros,  satisfeitos e bem resolvidos) , mas a ATITUDE das outras pessoas ( muitas delas parentes, amigos, colegas de trabalho etc...) em relação à sua posição. 

São muitas as pessoas que simplesmente não entendem  , ou aceitam,  como alguem pode voluntariamente optar por não procriar. 

 'Não é normal'  -dizem.   ' Quem vai cuidar de você quando ficar velha? '  (  E depois ainda dizem que os childfree é que são egoístas!!) ;  'Não vai querer passar o seu DNA adiante? ';   ' Você vai mudar de idéia daqui há alguns  anos...'  ( Esta então é extremamente irritante, pois deixa claro que a pessoa  tem a pretensão de conhecer o outro melhor do que ele próprio! )

A lista é infindável e  martela os ouvidos dos childfree como um refrão de música repetitivo  ou C.D.  arranhado .  A comunidade  C.F.  já chegou mesmo a inventar um 'glossário'  próprio ,  só para descrever certas situações ou pessoas assim.  O refrão das perguntas irritantes e indiscretas ,  por exemplo,  ( 'Quando é que vão ter filhos?'   - essa então é pra matar!  ) passou a se chamar de 'bingos' !

 

A verdade é que existe uma lavagem cerebral geral feita por parte da sociedade,  da igreja e até mesmo dos governos para que todo o mundo , mais cedo ou mais tarde , entre na onda da procriação. 

 Uns dizem que é o que 'todo o mundo faz  e quem não entra  no 'jogo',  acaba ficando de fora dos círculos de amizade, família etc...' ( o que de fato acontece com várias pessoas childfree , que  muitas vezes acabam perdendo amizades ou simplesmente sendo 'afastados' de certos grupos ou eventos familiares...).

Outros dizem  que 'este é o propósito do casamento e que é um  'pecado'  ( além de tremendamente egoísta !)   simplesmente ficar curtindo a vida por aí...:-)) -  mesmo com o próprio marido ou mulher...-  sem pelo menos uma  consequência  natural    :  os filhos . 

Por fim,  os governos,  depois de anos a fio  metendo os pés pelas mãos com suas finanças,  simplesmente PRECISAM que mais pessoas coloquem gente no mundo dia após dia,  pois só assim , no futuro , terão o  dinheiro suficiente   para continuar pagando as aposentadorias dos idosos!!  ( De maneira simplista , este  é basicamente o problema da Previdência...)  Estão  , em outras palavras, tentando usar as futuras gerações para tapar o rombo de sua própria incompetência, imprevidência e roubalheira !  Daí toda essa propaganda e glorificação da maternidade na mídia.  Sem falar que do ponto de vista  puramente comercial e capitalista ,  uma família de 5 é muito mais interessante para uma loja de departamentos ou supermercado do que uma  de apenas  2!! 

 

E a consciência e preocupação ecológica , onde ficam em tudo isso?  ( Sim,  porque  quem é que vai  negar que o HOMEM  ( e isto inclui tambem os bebezinhos...)  é , de longe,  o maior poluidor  e destruidor dos recursos naturais da Terra ? ) 

 Ah, mas isto é um assunto secundário e de menor importância . .. Em primeiro  deve vir  o nobre 'incontrolável desejo da maternidade/paternidade  inerente à todo ser humano...' ;  em  segundo:  Quem é que vai trabalhar pra  bancar a MINHA  aposentadoria?!!

 

Ser  um homem  childfree ainda é um pouco melhor.   Primeiro porque ninguem fica lhes dizendo que '' seu relógio biológico está com as horas passando ..." . 

Os chilfree do sexo masculino costumam ser apenas tachados de 'egoístas', ' imaturos'  ou ''provavelmente gay...'   

 O George Clooney que o diga!   A mídia e o publico simplesmente não se conformam com sua opção de vida e vivem lhe  fazendo perguntas indiscretas  sobre casamento e filhos.  Ele,  sempre inteligente e  espirituoso , certa vez me saiu com algo assim:  " A mulher ideal para mim tem o corpo da Michele Pfeiffer,  o senso de humor da Julia Roberts,  or rosto da ..."  ,  e por aí foi. :-))   

Por que é  inconcebível  para a maioria das pessoas que o homem esteja simplesmente feliz  em ser  bonito, rico, livre e bon vivant  - ocasionalmente com uma bela mulher à   tira-colo...??  De não  querer encher sua villa no Lago Como de pirralhos gritando e esperneando  dia e noite  ao  pé de seu ouvido ?   De não querer se envolver  seriamente com uma pessoa por quem sabe não estar realmente apaixonado?  

   Ou quem sabe  ele simplesmente  NÃO SE IMPORTE  de não  passar  seu  precioso DNA adiante !  O que há de errado nisso??

 

 

Já com as mulheres childfree as 'conclusões'  e os preconceitos são ainda piores.

Uma mulher saudável e em  idade de procriar,   que se declara childfree  ( a menos que tenha uma situação  familiar /financeira desgraçada...)  já pode ir se preparando para  sofrer uma enxurrada de críticas -  veladas ou abertas - vindo das mais diversas fontes: amigos, conhecidos, estranhos, colegas, familiares...

Se fôr solteira , pouco atraente,  e não tiver um namorado oficial  à  tira-colo...Logo será classificada de 'mulher macho' .  Se, por outro lado,  fôr casada,  será tida como 'egoísta' ,  'desnaturada'   ou simplesmente 'esquisita'.   ( aliás ,  muitas pessoas acham que  ser childfree é sinônimo de child -hater   -pessoas que odeiam crianças, e que infelizmente existem , mas são uma minoria mesmo  dentro do próprio grupo ... ) '  

A mulher childfree sofre ouvindo os famosos 'bingos'   durante boa parte de sua vida -  pelo menos até chegar àquela  idade quando a própria sociedade começa a achar que já passou do tempo de procriar e resolve finalmente  'deixá-la em paz' !

 ( Eu hoje ,  aos  42 anos ,  ao contrário de muitas mulheres childfree mais jovens,  praticamente não sofro mais 'indiretas' ,  perguntas indiscretas ou discriminação devido à minha condição.   No entanto , não foi sempre assim.)

 

É preciso que as pessoas  aceitem  que nem todo o mundo nasceu para ter filhos. 

Muitas pessoas tem outros interesses e necessidades  na vida e desejam contribuir para a sociedade de outras maneiras. 

Não há nada de egoísta em NÃO fazer mal à alguem que nunca  vai nascer.   Não há nada de egoísta em deixar a sua árvore genealógica simplesmente se extinguir.  Não há nada de egoísta em querer aproveitar   a vida,  em  desfrutar  de sua  liberdade e  ter tempo para fazer o que quiser e quando quiser,  gastando o PRÓPRIO dinheiro.  ( Você não tem  a obrigação  moral de deixá-lo  para ninguem já que não é responsável por colocar mais uma pessoa no mundo! ) 

Egoísta é se  ter filhos que não se tem condições financeiras ( e as vezes psicológicas ou mesmo fisicas ...) de se criar ,  fazendo com que mais tarde estes indivíduos se tornem enormes estorvos para a sociedade.  Egoísta é achar que  o seu DNA é tão 'indispensável e  superior'  que ,  quando o famoso 'instinto maternal'  lhe bate implacavelmente à porta,  você sequer considera ADOTAR uma criança que já está por aí,   viva, abandonada e precisando de um lar e uma família!  

 

No dia em que as pessoas aceitarem que nem todo mundo é igual , nem sonha com as mesmas coisas... Quando  pararem de  tentar 'converter' os outros ao seu modo de vida, sua religião e suas idéias,    o mundo se tornará um lugar muito melhor para todos.   

 

 

Meus dois nenéns...:-)   

                                            

 

 

   

 

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E agora, só por curiosidade,  algumas pessoas famosas que fizeram a opção childfree de vida:

 

1) Stevie Nicks  ( do grupo  Fleetwood Mac)

2) Nietzsche ( filósofo)

3) Kim Novac  (atriz)

4) Dorothy Parker ( escritora)

5)Dolly Parton ( cantora/atriz)

6) Anna Pavlova ( bailarina)

7) Edgar Allan Poe ( escritor)

8) Beatrix Potter ( escritora de livros infantis)

9) Condoleeza Rice ( Secretária de Estado dos E.U.)

10) Miranda Richardson ( atriz)

11) Sir Isaac Newton ( cientista)

12) Ginger Rodgers ( atriz/dançarina)

13) Joel Schumacher ( diretor de cinema)

14) George Bernard Shaw ( escritor)

15) Gertrude Stein ( escritora e patrocinadora das artes)

16) Quentin Tarantino ( diretor)

17) Lily Tomlin ( atriz)

18) Virginia Woolf ( escritora)

19) Renee Zellweger ( atriz)

20) Thornton Wilder ( dramaturgo)

21) Opra Winfrey (apresentadora de t.v.)

22) Marguerite Yourcenar ( primeira escritora eleita para a Académie Française)

23 Walt Whitman ( poeta)

24) Yanni  ( compositor)

25) George Clooney ( ator/diretor)

 

 

 

 

 

 

 

 

Procriar ou não - eis a questão

Pâmelli, 06.04.08

 

 

         Procriar ou não?   Eis uma questão bastante interessante e que , no entanto,  poucas são as pessoas que se questionam a esse respeito.  Muita gente parece ainda não se dar conta de que isto é nada mais do que uma ESCOLHA de vida.  Isso mesmo.  Uma escolha -  e não uma obrigação imposta pela sociedade em geral , e mais em particular , pela família e os 'amigos' !

         Quantas pessoas realmente se perguntam ou se perguntaram algum dia se realmente gostariam,  deveriam ou mesmo poderiam ter filhos??

Desde pequenos,  meninos e , principalmente, meninas,  sofrem  um bombardeio em forma de  lavagem cerebral coletiva ,  no que diz respeito ao fato (óbvio e indiscutível) de que um dia deverão  ter seus próprios filhos.  São brinquedos em forma de bonecas, casinhas, bebês com chupeta...Afinal as pequeninas devem saber desde cedo o que devem fazer quando crescer:  serão mamães!

 

        Um assunto que tem me interessado bastante ultimamente é o conceito ( que alguns consideram uma filosofia de vida ou mesmo um movimento) de 'childfreedom' .

A palavra inglesa sequer tem um correspondente ou tradução propriamente dita para o português - isso porque no Brasil o assunto é algo de praticamente inexistente ou desconhecido.

'Childreedom'  significa ( ao pé da letra)  ,  'livre de crianças' , e uma pessoa que se define como 'childfree' é alguem que decidiu optar por jamais procriar.

As razões que levam uma pessoa a ser 'childfree' são várias e vão desde o 'desinteresse por crianças  e  a falta de instinto maternal/paternal assumidos' ,  até a ambição profissional acima de qualquer outra coisa,  consciência ecológica  ( afinal,  quanto mais gente no mundo,  mais poluição, destruição do meio ambiente etc..etc..), desejo e necessidade de liberdade para fazer o que quiser ,  quando quiser. e  ou SE  quiser ! ( egoísmo?  Algumas pessoas prefeririam chamar isso de 'inteligência prática...) ,  preservação de um certo conforto e facilidade econômica (  quanto é mesmo que custa criar um filho hoje em dia?) ,  medo de transmitirem um traço familiar negativo ou doença hereditária...enfim,  o que não faltam são razões!

 

         É interessante notar que estas pessoas ( os 'childfree' )  ainda hoje ,  em pleno século XXI ,  continuam sendo vítimas de muito preconceito,  desprezo e incompreensão.  Muitos são tachados de 'egoístas' ,  ' anti-crianças' ,  'imaturos'  ou simplesmente ' esquisitos' ...

Ao longo de suas vidas e a medida que seus amigos de infãncia começam a procriar,  estas pessoas acabam sendo gradualmente 'afastadas (  para não dizer jogadas...)  para o escanteio.   Tudo isso ,  não porque tenham tido alguma doença contagiosa, ,  assaltado um banco,  atropelado alguem quando estavam de porre ou mesmo maltrado quem quer que seja...Não ,  o problema é que resolveram simplesmente NÃO PROCRIAR!

 

        Nos E.U. o movimento dos ' childfree' começou na década de 70 mas é agora nos anos 2000 que tem ganho mais força.  Atualmente existem vários sites e blogs ( em língua inglesa) discutindo o assunto a extensão.  Penso que o meu talvez seja um dos primeiros ( o único??),  em português , a fazê-lo.

 

        O fato é que ,  desde que me entendo por gente e muito antes de vir a encontrar o meu primeiro site 'childfee'  e descobrir esta comunidade tão diversa e interessante,   sempre soube que nunca gostaria de procriar.  A mera idéia da gravidez - com todos os seus inconvenientes e desconfortos-  já é capaz ,  em si só,  de me dar calafrios e deixar com as mãos geladas.

Desde criança,  ao contrário de minhas coleguinhas,  nunca  desejei ser mamãe -  nem mesmo de minhas bonecas.   Sempre preferi os bichinhos de pelúcia,  os estojos de maquiagem infantil,  as experiências que fazia com os xampoos e colônias de mamãe... 

     Durante muito tempo achei que estava 'só ' no mundo e que era uma espécie de ET.  ...

Perdi amizades.  Cheguei a ser ridicularizada ou simplesmente 'afastada' dos programas e  encontros com  os amigos. 

Apesar disto,  nunca mudei minha maneira de sentir, pensar ou agir.   Mantive-me fiel a mim mesma e hoje,  bem casada e com um marido que me entende e respeita minha maneira de ser,  amigos e alunos que me admiram por ser como sou,  tenho a vida e a família (  eu , meu marido e nosso gato,  pois infelizmente meu cão nos deixou o ano passado após uma doença incurável....) que sempre quis.  Nunca me arrependi de minha escolha e a cada dia que passa estou mais e mais convencida de que escolhi o caminho certo . 

 

Sou uma mulher 'childfree'  e me orgulho disto.  Não creio  tampouco , que seja nem um pingo mais 'egoísta' do que alguem que deseja ter um filho para 'ter alguem para cuidar dele quando estiver velho...',  ou 'passar adiante o nome e DNA da família...' ou 'ser melhor aceito pela nossa sociedade,  os amigos ou colegas de trabalho...  ,  ou simplesmente por descaso ou irresponsabilidade - o que fatalmente acaba resultando em mais uma criança mal-criada,  ou jogada pelos cantos,  ou ignorada,  ou  mal amada ou ( mais frequentemente do que se  imagina...) torturada até a morte pelos próprios pais!

 Não critico quem deseja ter filhos e procura fazer um bom trabalho no seu papel de pai ou mãe dedicada e responsável.  O que não concordo é com pessoas que se acham superiores aos outros ,  mais nobres,  menos egoístas ...simplesmente pelo fato de terem procriado.    Estas pessoas se acham no direito de nos julgar e criticar , simplesmente porque decidimos seguir uma outra filosofia ou estilo de vida! 

 

Afinal,  depois de mais de 40 anos acreditando ser uma espécie de ET no mundo terrestre,  um dia ,  cerca de um ano atrás,  encontrei por acaso meu primeiro site 'childfree'.

Então descobri uma comunidade cheia de pessoas como eu ;   mulheres que nunca desejaram ser mães ,  pelas mais diversas razões,  mas todas com uma vida cheia de amizades. trabalhos bem sucedidos,  casamentos felizes,  animais de estimação  ,  sobrinhos queridos ,  hobbies,  famílias e tudo o mais !

Talvez tenha chegado a hora de proclamar-mos o "Orgulho Childfree" !

 

Como em todas as comunidades,  existem pessoas de bem e outras de mal.  Alguns 'childfree ' sites são definitivamente agressivos e anti-crianças em demasia.

Contudo,  em sua grande maioria,  os 'childfree' são pessoas como qualquer outra -  talvez  apenas um pouco mais ecológicas e amantes dos animais do que a média...:-) ;  a única coisa que faz com que elas sejam realmente diferentes de 99% das outras pessoas do planeta,  é o fato de não pretenderem procriar  jamais.  Nunca.  

A igreja condena.  A sociedade franze a testa.  A família critica abertamente.  Os amigos desaparecem.  Mas não estamos sozinhos.  Temos a nossa 'turma'  e principalmente temos a nossa consciência e verdade interior  da qual jamais abriremos mão.  

  Além do mais...  temos  o planeta ,  que agradece.