De novo rumo à Flórida
Yehei, we’re on the road again!
Ontem depois de dirigirmos o dia todo (cerca de 10 horas!) através do Texas e da Louisiana, afinal chegamos em Gulport , no estado do Mississippi. Nosso destino final é naturalmente a Flórida – e desta vez ficaremos no meu próprio apart em St. Augustine!
Acontece que minha inquilina resolveu não renovar o contrato após um ano - e eu não achei nada ruim já que o timing não poderia ter sido melhor : esta semana é Spring Break (a semana de ‘férias’ nas universidades americanas e que marca o começo da primavera) e como meu marido agora é um “desempregado voluntário”, lol (depois de quase quinze anos ele finalmente se livrou da Dell Hell…) , aqui estamos nós, na estrada e rumo ao belo Sunshine State.
Nossa parada em Gulfport fica exatamente na metade do caminho de nosso percurso. Como desta vez trouxemos a pequena figura (Lila), não pudemos ficar no nosso hotel preferido (o Holiday Inn Express), na Praia de Long Beach . Pois é. Tivemos de nos contentar com um mais moquifo - o Ramada, de Gulfport - que aceita hóspedes do gênero “Canis”.
Os balneários de Gulfport e Biloxi são bem próximos um do outro e dividem a mesma longuíssima praia (que está sempre deserta! lol)l O primeiro é o “primo pobre” do segundo, que por sua vez possui vários hotéis-cassino, além de alguns marcos turísticos da História Americana durante o período da Guerra Civil ( 1861-65). Se tivesse de fazer uma comparação com o Brasil e o estado do Rio, eu diria que Gulfport é a “Rio das Ostras” e Biloxi a “Búzios” da Costa do Sol brasileira. Só que com CASSINOS, pois no estado do Mississippi, assim como na Louisiana, o jogo é legal.
Sim, Biloxi é uma espécie de mini Las Vegas no Golfo do México.
Ontem à noite, graças ao meu excelente guia Eyewiteness (que nunca me decepciona), descobrimos um ótimo e charmoso restaurante em uma ruazinha histórica , em frente aos enormes Hotéis–Cassino Beau-Rivage e Hard Rock. Uma bênção! - ainda mais depois de mais de dez horas de viagem só comendo nos Waffle Houses e Subways no meio da estrada. Quelle difference!
Já passava das oito da noite quando chegamos ao hotel em Gulport. Então tomamos uma doucha vapt-vupt e seguimos até Biloxi, onde para a nossa surpresa, o restaurante “Mary Mahoney’s Old French House” não só estava aberto (afinal isto aqui é a América e o Americano costuma jantar cedo…), mas tinha lugar para nós, mesmo sem reserva. Que sorte, pois afinal estamos falando de um lugar com meio século de tradição! (É sempre bom lembrar que na América, qualquer lugar com mais de 20 anos de existência já é considerado “histórico”, lol).
Mas neste caso é mesmo:
A construção do restaurante atual data de 1737 ; da época quando toda esta região dos E.U. pertencia à França! Foi só em 1803 que os E.U.A. compraram o território – o Louisiana Purchase – de Napoleão, que estava falido com todas suas guerras na Europa e precisando de dinheiro. ( O babaca vendeu um território que hoje engloba perto de 15 estados americanos ( 1/3 total dos E.U.A.!) por meros $15 milhões, pode?)
Anyway, a casa foi construída para um colono francês chamado Louis Frazier e na época já era um “elegant outpost of European culture” . De fato ela lembra muito as belas e antigas casas, com o pé-direito alto, do Vieux Carré de New Orleans.
A família Mahoney , (já na terceira geração…) adquiriu a propriedade em 1964 e então abriu o restaurante , que este ano celebra seus 50 anos. (How cool is that, huh? )
A comida é no estilo de New Orleans (que lembra a comida baiana no Brasil, com especialidades em frutos do mar e com alguns pratos picantes). Ontem eu fiquei com o suflê duplo de siri e camarão e meu hubby pediu a truta que vinha acompanhada de massa com molho étoufée (uma especialidade da Louisiana). Tudo aliás excelente e muito bem servido.
Finalmente, hoje de manhã antes de seguirmos viagem, demos um pulo até a longa praia de Gulfport/Biloxi e lá eu trotei na areia durante vinte minutos acompanhada do ratinho preto e branco do deserto de Chiuaua. Lol Meu hubby, que ainda está se recuperando de um resfriado, preferiu descansar no carro.
A temperatura está por volta dos 20 graus e o dia está lindo. Nada como passar a semana de Spring Break na Flórida. Aliás, por que não o ANO TODO? Lol
Nota:
Os Americanos adoram sacanear o Sunshine State, dizendo que é o um estado “cheio de velhos reumáticos” . A mais recente gozação veio com o filme “Last Vegas”, onde o Kevin Kline “coitado”, parece muito entediado em morar na Flórida. (Tambem o filme tem Las Vegas como o seu palco principal...)
De fato, muitos aposentados resolvem se mudar para a Flórida. (Eles bem sabem o que é bom!) e por isso o estado é cheio de retirement communities ( condomínios fechados para pessoas aposentadas), assim como o que mora minha sogra.
E daí? – eu pergunto. SORTE das pessoas que podem se mudar pra lá algum dia! (Mesmo que seja já no final da vida…)
Pra mim , este tipo de “desprezo” no fundo reflete mesmo é aquele velho ditado:
"Quem desdenha, quer comprar”.