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Parada Essencial

Benvindos ao "Diário politicamente incorreto da Pâmelli" - uma brasileira/americana childfree, residente nos E.U.A. desde 2003 Viagens, cultura, desabafos e muito mais!

Parada Essencial

Benvindos ao "Diário politicamente incorreto da Pâmelli" - uma brasileira/americana childfree, residente nos E.U.A. desde 2003 Viagens, cultura, desabafos e muito mais!

Estudante de meia-idade

Pâmelli, 11.01.13

 

Ok,  o ano já começou e tenho novidades! 

 

Bem,  quem acompanha o Parada  já  há algum tempo , sabe que o ano passado me formei do Community College aqui em Austin e tirei o meu Associate's Degree (correspondente ao segundo ano na Universidade ) em Antropologia.

 

Pois é.

Acontece que no final do ano passado , sem dizer nada à ninguém ( nem mesmo ao meu marido...),  resolvi  fazer o meu application para entrar na Universidade do Texas ( conhecida localmente como a " U.T."  ...) e ver no que dava.

 

Ora,  a U.T. é a mais famosa universidade do Texas e recentemente passou para o número 25 entre as melhores do mundo.   Sendo assim,  como bem se pode imaginar, não é nada fácil ser admitido como aluno. 

Mas guess what... Eu fui! {#emotions_dlg.smile}

 

Primeiro eu pensei:  O que tenho a perder?

                                Me inscrevo,  e se não fôr aceita, ninguém vai sequer saber que me inscrevi!

 

A média para ser aceita na Universidade do Texas é de 3.2  ( um B alto...) e a minha no ACC era de 3.5.

Mas não basta só isso.  Outros fatores tambem contam;  entre eles raça ,  nacionalidade,  os dois ensaios que temos de escrever, nossa experiência de vida e trabalho (se houver).

 

Sendo assim,  aproveitei para me colocar na categoria de "latina" , ao invés de branca ... lol  , e de "brasileira, naturalizada americana..." - o que automaticamente me colocou em uma posição privilegiada no que diz respeito à política da universidade de  "cotas para as minorias" .  

Tambem  falei-lhes sobre o meu trabalho de mais de vinte anos como professora de inglês, francês e português nas escolas Berlitz do Rio,  em Lisboa e em Berlim.  E por fim,  (essa é que foi  a tacada de mestre! lol ),  escolhi um tema para o meu ensaio , que penso eu,  até hoje dificilmente deve ter sido abordado  por um(a) aluno(a) em vias de entrar  na universidade:  a MENOPAUSA!!! {#emotions_dlg.happy}

 

Meu  texto sobre o assunto  foi muito positivo e otimista -  aliás,   intitulado "A New Beginning"  (Um novo começo). 

Nele eu falei, entre outras coisas,  das "vantagens da menopausa" , principalmente para quem nunca quis ter filhos ou já teve os que queria... lol, além de mencionar todos os suplementos vitamínicos que existem hoje em dia no mercado, para diminuir os seus sintomas mais desagradáveis.

(Afinal,  aos  46 anos,  sei que em breve estarei chegando lá.  Então , desde já , comecei a me informar sobre tudo o que uma mulher pode fazer para passar por esta fase , da melhor e mais saudável maneira possível).  

Pelo visto quem  leu o meu texto , gostou . Ou , vai ver , ficou com pena de mim, pensando que já estou sofrendo com os sintomas !lol

 

O fato é que  a carta me parabenizando pela admissão chegou no final do ano passado e meu  marido ,  que nem sabia que eu tinha "aplicado" , primeiro ficou chocado e com o queixo caído,  depois o choque virou surpresa e por fim se transformou em orgulho. {#emotions_dlg.smile}

 

Ok, então agora vou ser uma aluna de meia-idade da U.T.  e semana que vem já começo os meus dois cursos em "História da Grécia Antiga" e Latim.

Resolvi mudar  o meu Major , de Antropologia , para " História Antiga e Civilização Clássica".

(O bom aqui nos E.U.  ', é que os dois primeiros anos são praticamente iguais para todo o mundo,  com várias  matérias obrigatórias e ,portanto, se no meio do caminho você resolver mudar de Major, tudo bem).

 

Finalmente,  os cursos na U.T. são BEM mais caros do que os do ACC!

Apesar disso, meu marido não se importou e até aprovou minha decisão e iniciativa.

 

Com certeza seria diferente se eu tivesse lhe dado essa 'facada' para comprar um vestido de festa, ou bolsa de griffe  no Mall ... Ou pior:   se , por estas alturas da vida, ( assim como mais de uma conhecida nossa por aqui...),   resolvesse  me submeter à  algum tipo  de tratamento de fertilidade ou inseminação artificial a fim de  "realizar o sonho de ser mãe depois dos 40 ".  

Arrrre...

 

 

 

Thanksgiving ou o Dia de Ação de Graças nos E.U.

Pâmelli, 23.11.12

Hoje ,  dia de Thanksgiving (Dia de Ação de Graças) aqui nos E.U., temos um  dos feriados mais importantes  ( tanto ou talvez até mais do que o Natal!).   É o dia em que tudo quanto é  americano se reúne  com a família para , juntos,  comerem  a  tradicional ceia de peru  e  “agradecer a todas as coisas boas que a vida lhes deu e continua lhes dando até hoje…” lol.

 

Nós  ,  que temos metade de nossa  família brigada,   e a outra metade morando em diferentes estados (sem falar na minha , no Brasil!) , resolvemos voar para a Flórida!

 

( Chegada em Orlando, na Flórida ao entardecer...)

O voo no dia de Thanksgiving    estava em promoção ( já que  99% do pessoal  já voou  no dia anterior para encontrar a família…),   o aeroporto em Orlando estava uma maravilha ( completamente vazio!)  e para coroar,   a National  nos deu nada menos do que este  BMW   “de brinde”!  ( Nós normalmente alugamos os carros mais simples,  mas hoje , como todos os carros ‘de segunda”  já tinham sido tomados na véspera,  pudemos sair  com O BMW  pelo mesmo preço  .  Nada mal, heim?      

Já quanto ao nosso peru  - e todos os pratos que acompanham a tradicional refeição do Thanksgiving…-   comemos na estrada, lol,  em uma das franquias do  Cracker Barrel .

 O C. B . é  uma rede de restaurantes bem  tipo ‘família’ {#emotions_dlg.sarcastic} ( alias o lugar é religioso e por isso não serve bebida alcóolica…) ,  mas na verdade é  muito gostoso, aconchegante (  com lareiras e tudo…) e serventes atenciosos.  O restaurante pode ser encontrado na maior parte das estradas na América  e tem, anexo, uma lojinha  cheia de coisas fofas e gostosas!  

Ok,  o lado da abstinência forçada é de lascar e não vou negar que  um copinho de vinho rosé teria casado perfeitamente com o peru com molho de cranberry e o stuffing ( a “farofa" do Americano, lol).  Mas tudo bem.  Nem tudo é perfeito e afinal, nos próximos dias estaremos na alegre Flórida,  na histórica St. Augustine e ainda por cima desfilando de BMW! {#emotions_dlg.smile}

Sim,  hoje é  um bom  dia para  agradecermos a todas  as coisas boas que temos em nossas vidas:  Nossa saúde,  nossos amigos  (pelo menos aquelas pessoas que têm bons amigos! )  nossa família (se você tem uma que preste…)   nosso emprego ( se você ainda tem um!) , nossos  bichos ( que nos amam incondicionalmente  e nos trazem tanta alegria e bem estar...)  ,  os passeios e as viagens que podemos nos dar ao luxo de fazer {#emotions_dlg.pimp},  a praia que curtimos, a torta de maçã que ainda podemos comer sem nos preocuparmos com o colesterol… 

 

A verdade é que  todo o mundo sempre tem algo de bom em sua vida , que vale a pena agradecer,  e os americanos sabem disso melhor do que ninguém.  

 

Enfim,  hoje é um bom dia para dizermos a nós mesmos:    Não tenho tudo o que amo,  mas amo tudo o que tenho e sou agradecida por isso.

Coisas da Vida

Pâmelli, 19.10.12

Faz  tempo que não passo por aqui!!

Nossa,  nem parece que sou eu quem publico no Parada!! Lol

 

A verdade é que tenho estado meio ocupada com outras coisas – inclusive com o meu atual programa no ACC .  ( Este semestre estou seguindo um curso em Western Civilization , ou História do Ocidente).  Ah,  e afinal tirei o meu diploma de Associate's Degree em Antropologia! {#emotions_dlg.smile}

 

 

Mas, o que tenho de novidades ou assuntos que gostaria de abordar no Parada??

Nada de especial.

No entanto,  há dois ou três pontos que gostaria de mencionar rapidamente...

 

Primeiro:  ( A boa novidade) -   Agora temos aqui em Austin uma música e cantora de Bossa Nova!   Seu nome é Paula Maya e ela costuma tocar em vários lugares da cidade.

Finalmente!  Na  "Cidade da Música" (como a capital do Texas  gosta de se auto-intitular ) ,  é vergonhoso que não haja sequer um único  clube de jazz que se preze. ( O tal do Elephant Room é uma pobreza de lugar e com uns grupinhos bem chinfrim...) 

 

 

Segundo:  Gostaria de saber... Quem foi o MÉDICO  ( e tenho certeza que só pode ter sido um HOMEM , pois uma mulher jamais inventaria um troço desses! )  que inventou aquele aparelho de tortura da era moderna ,  o que faz a Mamografia??  ( Mamogram,  em inglês). 

Ok,  é certo que ele ‘salva vidas’ , já que detecta cedo o problema do câncer de mama... Mas sinceramente,  não dava para inventarem algo menos horrível e doloroso??

Duvido que os homens do planeta se adaptariam e aceitariam uma versão  , digamos,  ‘pênisgrafia’ ou ‘sacografia’   para detectarem o câncer naqueles seus  "arredores".  Nunca!

Eles simplesmente  não fariam o exame preventivo.    

 

Tenho certeza que , se os homens  precisassem fazer  um exame  desses todo ano,  após os quarenta anos,  com certeza algum médico  já teria inventado um aparelho menos horroroso. Mas o  fato é que o aparelho da mamografia  já existe há mais de 30 anos e ninguém até hoje  pensou em desenvolver algo mais 'moderno'  - quer dizer,  algo menos feio, duro, frio e  doloroso  para a mulher .

 

Ok,  então que pelo menos inventassem uma 'pílula' , para ficarmos meio doidonas na hora do exame!  

Sabem o que eu faço antes de entrar na sala?   Eu levo na bolsa uma garrafinha de uísque ( daquelas que se usava antigamente  em avião , lol) e tomo umas "goeladas" antes de encarar o aparelho.   No kidding!

 

Então, já que isto não é do interesse dos homens... 

MULHERES médicas, cientistas, gênios femininos... , POR FAVOR ,  inventem algo de mais novo , moderno e   menos horripilante para nós!!   Já  está mais do que na hora!!  

 

Terceiro e último:  ( Uma nota sobre minha professora de Western Civilization) :

Ela é muito boa, profissional e gente fina.  Uma pessoa agradável mesmo.   Ensina da maneira antiga :  sem qualquer uso de Powerpoints ou a Internet.  Em suma:  sua aula é 100% 'lecture' (Apresentação,  discurso oral).

   

Mas Professor B. tem duas coisas que  nos distraem muito:  um cabelo MUITO  perturbador!  Lol ( Crespíssimo e num tom de vermelho horripilante,   parecendo uma bruxa medieval...) e uma voz CHATÉRRIMA ;  com um timbre desagradável,  de personagem malvado ( tipo bruxa velha)  de  filme de criança.  É sério. 

Muito estranho, pois ela tem um corpo super jovem ( magra e alta,   com cara de trinta e poucos) , mas o rosto e a voz bastante envelhecidos.  Imagino que deva estar por volta dos cinquenta  anos.

 

Então fico eu  ali,  sentada na primeira fila  e pensando:  Puxa como eu gostaria de lhe dar uma dica de uma cor de cabelo ( um castanho douradinho...) que lhe cairia bem e lhe deixaria tão mais jovem e bonita! 

Já quanto à voz de bruxa velha,  penso que umas aulas de impostação melhorariam  consideravelmente o seu timbre cavernoso...

 

Será que eu lhe mando um bilhetinho anônimo??  lol

 

 

Bye, Bye Veja Brasil

Pâmelli, 01.06.12

 

Este ano,  depois de mais de quatro anos de leitura dedicada e ininterrupta, resolvi  cancelar minha assinatura da revista VEJA.  Pois é. Justamente eu,  que adorava a revista , sempre bem escrita e informativa.  De fato,  mais de uma vez até vim ao Parada escrever um post sobre algum artigo que tinha lido por lá.

Acontece que neste começo de  ano,  a VEJA me decepcionou em duas frentes: primeiro , com a desculpa de que "alguns leitores no exterior ( pelo menos aqui, nos E.U.A...)   estavam reclamando da demora da entrega das revistas" , passou  a usar o sistema de UPS de entrega ( que é mais caro) e com isso,   simplesmente,  assim,  sem mais nem menos,  aumentou o preço da assinatura anual  de  duzentos e poucos dólares ( que já não era exatamente “baratinho”…) , para mais de $ 500!  Isso mesmo.  Mais do que o dobro, ou seja:  um aumento de mais de 100%!     E isso, detalhe,  num país onde,  DIZEM,  que a inflação de 2011  ficou em torno de 6,5%... Humph.  Segundo,  ao interrompermos nossa assinatura, diante de tamanho ROUBO ( a palavra é essa mesma),  o que eles fazem?  NADA.   Sequer uma carta  tentando saber ao menos porque  o leitor parou de assinar,  uma contraproposta,   quem sabe uma promoção no futuro.  Nada.  NienteRien.   

 Quer dizer, simplesmente deixaram um velho e fiel cliente sumir no pó !   Um cliente,  diga-se de passagem,  que mora há anos no exterior , e que por estas alturas,  já nem deveria mais assinar qualquer revista brasileira!   Aliás, eu duvido muito que tenham tantos brasileiros por aqui  assinando  revistas do Brasil e pagando em dólar por elas.  Quando muito, o povo assina a Globo Internacional. Por isso mesmo,  a meu ver,  estes poucos leitores fiéis e morando tão longe , deveriam ser tratados com um pouco mais de consideração.

 

Mas a  verdade é a seguinte: É típico do brasileiro ,  não estar nem aí pro cliente – principalmente para o cliente , QUE DEIXA DE SER CLIENTE.   Os comerciantes brasileiros  não têm o menor interesse em cultivar o antigo cliente;  aquele que sempre foi fiel,  consumiu regularmente o seu produto e fez propaganda para os amigos.  Só o que importa é o de HOJE e AGORA  e o seu  lucro imediato.    Como diz o outro :  “A fila anda!”. 

Isto alias, me lembra do que uma amiga minha do Rio me contou há alguns anos:   Ela,  que fora uma cliente fiel ( e bastante consumidora!) da loja FOLIC ,  ( pra quem não sabe,  a Folic é uma loja de roupas femininas  boas e caras no Brasil…) há ANOS, e que sempre era atendida pela mesma vendedora ( que , certamente recebia comissão sobre as vendas)…  Pois bem,   um belo dia,  ao voltar na loja poucos dias após ter comprado uma calça comprida bastante cara ,  que , segundo minha amiga,  “rasgara de cima a baixo justamente no TRASEIRO,  na primeira vez que a vestiu ( detalhe,  minha amiga não é gorda!),   o que é que ela ouviu  da vendedora:

 

-Esta era a última que tínhamos.   Você pode escolher outra coisa na loja…

 

Minha amiga respondeu que não queria outra coisa pois não estava precisando de mais nada.  O  que  ela queria, era ficar com o crédito  para uma futura  compra.   Pensa que conseguiu?    Aquela mesma moça,  sempre tão prestativa , que puxava o seu saco há anos  e lhe sorria toda vez que ela entrava  na Folic , simplesmente  lhe fechou a cara e foi atender outra cliente. 

Desde então , minha amiga nunca mais voltou na loja .

 

Já o Americano pensa e age completamente  diferente.  A satisfação e a preservação do cliente antigo,   já conhecido e confiável,   é a coisa mais importante.   Não “ queimar o filme” com ele, essencial.   Vamos à alguns exemplos  que eu mesma já vivenciei,  sempre que lidei com empresas, lojas ou  companhias americanas ,  tanto quando ainda residia no Brasil, como hoje em dia , aqui em Austin, Texas.

 

1)      Me lembro quando ainda morava no Rio e durante seis meses fiz a assinatura da TIME Magazine.   Pois bem.   Passados os seis meses ,eu não refiz a assinatura  ( já que dentro de poucos meses estaria seguindo para a Europa, onde iria passar um semestre estudando).   Bem,  guess what : Durante pelo menos uns DOIS  meses,  me lembro que a TIME continuou  me enviando exemplars da revista, DE GRAÇA ,   além de novas opções de assinaturas,  novos planos de pagamento parcelados etc.  Isso  durou vários meses!

 

2)      Sigamos  agora para a excelente e chiquerésima  loja de utensílios domésticos “Williams & Sonoma”, com franquias por todos os E.U. e uma filial  aqui do shopping de Austin.   Eh bien,  há cerca de uns três anos atrás,  minha mãe me comprou na loja  uma COLHER  ( isso mesmo,  uma simples colher…) com braço  de aço inoxidável e a ponta de plástico,  para cozinhar molhos, sopas etc.   A colher deve ter custado perto de $20 dólares – bastante cara para uma simples colher -  mas a coisa era realmente de boa qualidade e é claro,  comprada  na famosa  “Williams&Sonoma”, lol.

         Pois bem,  poucas semanas depois,  a parte  de plástico da colher soltou e eu,  apesar de indignada,  resolvi  esquecer o caso.   Seis meses depois, contudo,  quando minha mãe voltou a nos visitar ( naquele ano ela veio duas vezes) e soube do ‘caso’ ,  um dia ao falarmos do assunto com meu marido ele replicou:

 

-Voltem lá , digam o que aconteceu e eles lhes darão uma colher nova.

 

Eu tive de rir.  Ora essa,  até parece!  Já havia se passado meses desde a compra,  nós nem tínhamos mais o recibo ,  e além do mais,  tratava-se apenas de uma  colher !  -  mesmo que fosse uma colher “metida” , lol . Mas minha mãe resolveu seguir seu conselho e voltou  à ‘Williams&Sonoma’, com a colher decapitada, e lhes explicou o ocorrido.   Adivinha o que aconteceu?   Troca imediata,  pedido de desculpas e nem se importaram dela não ter mais  a nota de compra!

 

Por fim,   meu ultimo caso , e talvez o mais emblemático: 

Minha loja de departamentos preferida aqui é a Nordstrom,  com filiais em todas as principais e grandes  cidades americanas. 

A Nordstrom é uma bela loja, muito classuda,  com pianista no lobby e um  excelente café no estilo dos que se vê nas  elegantes lojas de departamentos na Europa.  A comida alí, alias, é ótima. ( Na filial aqui de Austin,  tem um prato de ‘salmão ao molho de gazpacho’ que é de você comer rezando! Lol) .

Apesar disso tudo,   ao contrário de  outras lojas de departamentos de "peruas e patricinhas de nariz empinado"   ( tipo “Neuman Marcus”, por exemplo),  a Nordstrom  não tem APENAS  produtos de griffes  famosas e caríssimas.  Tudo alí é excelente,  mas existe  também muita coisa a preço  razoável.  Sem falar que,   há sempre promoções e as vendedoras são  gentis e prestativas.

 

Pois bem,   há cerca de dois anos eu comprei uma sandália muito bonita e não exatamente barata  (($100) para padrões americanos  ( sempre lembrando que por aqui, as coisas são MUITO  mais em conta do que no Brasil…),  que eu amei a primeira vista.  Era de couro,  com algumas pedras em azul turquesa. 

O fato é que eu usei  esta sandália durante uns dois  meses – MUITO.   Afinal ela era confortável,  bonita e dava com tudo.  Mas aí aconteceu uma coisa:   a parte de couro ( as tiras que seguravam a sandália) começaram a ceder e logo eu não pude mais andar com elas sem que elas ficassem sambando no pé!

Fiquei chateada e uma noite, ao jantar,  ao mencionar o caso para o meu marido, mais uma vez ele me saiu com:

 

-Volte lá, que eles lhe darão outra.   Afinal, quanto melhor a loja,  maior é a chance deles fazerem a coisa certa, pois não querem perder a cliente.

 

Então no dia seguinte lá fui eu,  de volta ao Mall e ,  já sem a nota de compra depois de tantas semanas,  mostrei a sandália com o couro cedido para a vendedora no setor dos sapatos lhe dizendo:

 

-Está vendo o que aconteceu com a sandália que eu comprei aqui recentemente?   ( Eu não lhe disse que já fazia dois meses,  mas mesmo assim ,  sem nota de compra , que diferença podia fazer??  O mais provável, pensei,  era que ela não aceitasse a troca...)

 

Oh,  I’m very sorry to hear that…  ( Sinto muito em ouvir isso…) - foi o que a moça me respondeu.   E acrescentou:  Você quer seu dinheiro de volta ou deseja trocar por uma sandália nova?

 

Assim que me recompus da surpresa  ( afinal, brasileiro, mesmo morando fora há anos, não está acostumado a  tanto!),  ao olhar em volta na loja  e ver que ainda restavam alguns exemplares da minha querida sandália de contas turquesa ,  resolvi  arriscar uma segunda tentativa :

 

-Acho que prefiro uma igual , nova.

 

E assim foi.   Eu troquei por uma novinha em folha , depois de ter usado a ‘velha’  durante mais de dois meses!   E dessa vez a sandália durou uns bons dois ou três  anos. ( Sim, eu realmente a adorava e só me livrei dela depois que ela já tinha quase se decomposto! Lol).

 

Moral da estória:   Eu continuo comprando e frequentando a Nordstrom mais do que nunca e sempre que posso digo e repito:  isto é uma loja de classe e que respeita realmente o consumidor.  O mesmo eu digo sobre a “Williams&Sonoma” .

 

Já quanto à revista Veja ...  BYE, BYE!  Agora,  só quando minha mãe vier de férias e me trouxer um ou outro exemplar – de graça.

 

Minha próxima assinatura?  

Será ou da  "National Geographic" ou então da revista  “Archaeology” .   Ambas excelentes - e thank God,  Americanas.

 

 

 

Queria ter as mãos ( e a manicure) da Fátima Bernardes!

Pâmelli, 23.02.11

 Categoria de post:  Vida fútil  mas nem tanto...

 

Hoje estava eu ali na minha  penosa aula  de matemática ouvindo a  Professor  J. falar sobre ‘investimentos, C.Ds, mutual funds’ e sei lá mais o quê... quando de repente me peguei observando suas mãos.   Isso mesmo. ( Apesar de tudo, eu ainda continuo ‘brasileira’ , pelo menos em alguns aspectos...lol)

 

Desde que me mudei para os E.U. , oito anos atrás,  uma das coisas que me deixa extremamente frustrada aqui é o estado das mãos das mulheres – inclusive as minhas!

A verdade é que no ‘Primeiro Mundo’ ( Sorry, mas eu continuo usando os termos antigos  ‘Primeiro’ e ‘Terceiro’ Mundo , ao  invés dos bem mais politicamente corretos ‘ País Desenvolvido’,  ‘em desenvolvimento’  ou  ‘emergente’... ),  tirando algumas poucas  milionárias , celebridades ou dondocas de carteira assinada... ,  as mãos da maioria das mulheres são  um CACO!

   Secas, prematuramente envelhecidas , raramente pintadas ( ao contrário dos pés – o que aliás, eu nunca entendi...) e quando o são,   PESSIMAMENTE !

 ( E isto se aplica tanto aos países da Europa quanto aos E.U...)

 

Vida de Primeiro Mundo é assim.  

 Nada de empregadas, faxineiras, cozinheiras de forno e fogão...

Aqui, quem quiser comer direito e não virar uma ORCA já  no seu  segundo ano de E.U.  , tem mais é que ir para a cozinha fazer sua própria comida  fresca, saudável e não engordativa.

Pra começar, na maioria dos restaurantes a comida é ruim, excessivamente salgada e servida em quantidade para alimentar um T-Rex !    Por outro lado,  comprar na rua e trazer para comer em casa também não ajuda muito – nem no seu bolso , nem na balança.

Resultado:  Você tem duas opções:  ou fica magra  e com as mãos a-ca-ba-das ( por viver na cozinha dia sim e o outro tambem...) ;  ou fica gorda , mas com suas mãos com a pele ‘direita’  ( mesmo que não esteja com as unhas feitas e pintadas...) .

 

Mas voltando à Professor  J...

Trata-se de uma senhora nos seus sessenta e poucos anos  -  e magra. ( Coisa rara por aqui...)

Sim,  pode-se dizer que Professor  J. é uma ‘americana à moda antiga’.  E , apesar de saber muito sobre matemática ( ela é formada em West Point e tem um PhD...) , suas mãos mais se parecem as de uma faxineira !

  Minha conclusão:  ela deve cozinhar para a família regularmente -  assim como eu aqui em casa.  Comida descente,  saudável , feita com legumes frescos e molhos feitos em casa...  Eis a explicação para o seu corpo direito ( em um país onde a maioria  das pessoas é OBESA...) e  suas  mãos horríveis.

 

 

Ainda na minha aula de College Math , existem pelo menos mais duas mulheres ‘velhas’ ( assim como eu , lol) ,  na faixa dos 40.     E guess what:   As duas são gordas (  grande novidade...) ,  MAS   têm as mãos ‘direitas’!  (  Não digo que sejam pintadas e bem cuidadas, como seria o caso se elas morassem no Brasil... – mas têm a pele boa, sem estar  prematuramente ressecada , enrugada ou cheia de veias.)

Ou seja:  em minha aula de matemática, as duas mulheres magras ( eu e a professora) , têm as mãos acabadas.  Já as duas gordas,  têm as mãos direitas .  

Caramba, dá até pra fazer uma fórmula :  Mulher gorda = mãos normais ;  mulher magra = mãos acabadas !

( As mocinhas de vinte e poucos  não contam pois,  com certeza, ainda não cozinham para a família - além de  ainda estarem com o tempo totalmente à  seu favor ! )

 

Quanto à  mim,    procuro fazer o que posso com minhas mãos.  

Ando sempre com um creminho na bolsa – e outro permanentemente no porta-luvas do carro. Ao fazer serviço doméstico ,  sempre uso luvas.  Mas na hora de cozinhar....Fazer o quê?  São várias as vezes que lavamos as mãos enquanto cozinhamos, cortamos os legumes, lavamos uma fruta... ( É  ou não é?) .  E a prova que  é a COZINHA o que acaba com nossas mãos, eu tenho cada vez que saio de férias e fico vários dias sem cozinhar:  a aparência de minhas mãos melhora consideravelmente!

 *Suspiro*

 

Se você ainda é uma  daquelas mulheres que tem algum talento para pintar as próprias unhas, ainda conseguirá  disfarçar o dano imposto às suas mãos por suas excursões pela cozinha. 

Infelizmente para mim,  não sou uma delas.  Meu talento como manicure é ZERO.    Portanto só o que faço é lixar e passar uma base.  ( De uns tempos pra cá comecei a pintar com uma cor clarinha, tipo cintilante,  para pelo menos fingir que passei perto de uma manicure...)

 

Aliás, as manicures por aqui são dignas de um post por si só.

A maioria é vietnamita e cada uma é pior do que a outra.  Não sabem lixar,  não sabem tirar  a cutícula e muito menos pintar.  E cobram no mínimo $20 dólares a manicure!

 

Se você é brasileira , ( mesmo que não seja rica) saiba que é muito mal acostumada em termos de manicures, cabeleireiros e empregados.  E no dia em que se mudar para o ‘Primeiro Mundo’ ( seja para trabalhar, estudar ou casar...), pode apostar que  vai se lembrar deste post.

 

Já as outras mulheres nascidas e criadas a vida toda no ‘Primeiro Mundo’ ( e portanto sem jamais terem conhecido estes serviços ótimos e baratos que gozamos no Brasil...)  vão concluir  que não passo de uma  fútil dondoca.  Que seja.

(A  verdade é que  quem viveu a vida toda comendo filé mignon , no dia que tem que comer um hamburger torce o nariz.  Já quem  foi vegetariano a vida toda,  não percebe a diferença e acha que tudo não passa de coisa de carnívoro metido a besta.)

 

Então é isso colegas.

Se algum dia  uma de vocês se mudar para  o lado de cá,  lembre-se que ,  a  menos que passe a servir sopas enlatadas Campbell's  e  coxinhas  fritas  do KFC  ( esquentadas no microondas ) ,como ‘jantar’ para sua família ( o que fatalmente  deixará você, seus filhos e seu marido com o corpo parecido com o  de uma ORCA ... )  , é bom se preparar:

Na  melhor das hipóteses ( isto é, se você viver  eternamente com um creminho dentro da bolsa e se der ao trabalho de  passar um esmalte de vez em quando...) ,  suas mãos ficarão ASSIM !  {#emotions_dlg.sad}   

Ou seja:  NADA,  NADA parecidas com as da Fátima Bernardes  ( só queria saber que manicure é a dela! Lol) , ou mesmo a de qualquer colega  ou conhecida sua no Brasil.

 

P.S.

Looking at the bright side... Não importa o quão horrível estejam , aqui  ninguem  repara. 

  Sem falar que  você pode  sair às ruas com seu solitário,  sem medo nem culpa...

 

 

 

 

 

Meus 15 minutos de fama...

Pâmelli, 02.02.11

 

Categoria de post:  diário /fofoca

 

Aconteceu esta semana no Hills, que é  minha  academia de ginástica.

Estava eu alí no meu canto , suando um pouquinho na sala da musculação, quando de repente uma das personal trainers ( que eu apenas conheço de vista mas com quem nunca conversei…) corre até  mim e exclama:

 

-   Adorei o seu livro! Que personagens mais coloridos os seus!!

 

Pega de surpresa,  quase derrubei meus pesinhos de 3 pounds . ( É que como vêem, não sou exatamente marombeira, lol)

 

  Então respondi:

 

-  Ora… obrigada.  Mas como é que você soube do meu livro?

 ( Eu nunca fiz nenhuma promoção do 'Copadrama' no Hills e apenas vendi dois exemplares para dois colegas com quem costumo conversar mais. Além disso,   o livro  só está a venda pela Amazon ou na loja brasileira aqui da cidade...)

 

-A L.  me emprestou o seu… - foi sua resposta.

 

Uhm.   L.  é justamente uma das duas pessoas na academia que comprou o meu livro. 

 Recentemente ela hospedou , por seis meses,  um jovem brasileiro de São Paulo que participou de um programa de intercâmbio.

 Algum tempo atrás,   ( e sabendo que sou brasileira)    me contou  algumas estórias sobre seu hóspede  e o que ele andava ‘aprontando' em sua casa.  Não era nada de terrríiível e, pra dizer a  verdade,  achei suas queixas bastante ridículas. Coisas do tipo ' o rapaz  usava perfume demais,   não levava os estudos a sério e jogava o papel no lixo do banheiro' ( ao invés de dentro do vaso sanitário...).{#emotions_dlg.sleeping}

Ora ,give me a break!  Você resolve hospedar um aborrecente de 16 anos, de outra nacionalidade, filhinho de papai  ( pobre brasileiro  não faz intercâmbio cultural nos E.U.!) e depois fica reclamando DISSO?? 

Pior seria se ao invés de usar perfume o rapaz fosse francês e não tomasse banho por uma semana! 

 Não gostar de estudar?  Desde quando isso é problema dela,sua mera anfitriã no programa de intercâmbio?  E quanto ao papel no lixo... Era só explicar  que aqui nos E.U.  as descargas costumam funcionar!! lol    ( Ao saber da estória do vaso, meu marido deduziu que o rapaz provavelmente achou a casa de L.  simples DEMAIS . Assim como alguns banheiros públicos de quinta no Brasil,  onde os donos pedem aos clientes para 'não jogar papel no vaso'...)

 

Anyway... Diante de tantas queixas idiotas , resolvi sugerir à L. que lesse o meu romance brasileiro , lol  e quem sabe assim,  ela  poderia entender um  pouco mais  o povo e a cultura local. ( Sugestão que ela prontamente adotou ao comprar um exemplar do 'Copadrama')

 

 As semanas se passaram e tudo o que eu ouvi de L. foi ' Adorei o seu livro' - o que me deixou claro que ela não leu coisa nenhuma!

  Ora, quando alguem realmente LÊ o seu livro , ele não lhe diz simplesmente que gostou.  Ele comenta sobre a estória, os personagens, o que achou do final etc.

De fato,  não creio que L.  seja o tipo de pessoa que lê nada além de e-mails e notícias condensadas na internet.  A verdade é que ela é uma americana bem típica:  interiorana, desprovida de  qualquer vaidade e com ZERO experiência cultural fora do próprio país. Ou seja:   a última pessoa que deveria  hospedar jovens estudantes estrangeiros fazendo intercambio cultural !

 

 

Mas voltando à  personal trainer do Hills , que é o assunto deste post…

Embora eu tivesse preferido que a moça  tivesse COMPRADO meu  livro , lol, ( ao invés de tomá-lo emprestado de L...) , seu feedback positivo me foi , naturalmente, muito bem vindo. 

 

Como ela estava com uma aluna particular naquele momento, não pudemos falar muito.   Mas,  quando lhe perguntei qual dos personagens ela tinha gostado mais, ela me respondeu sem hesitar:

 

- Os dois amigos !

 ( Um é um gigolô argentino e o outro é um personal trainer bem ‘tipicamente carioca’….)

 

E completou:

 

- Namorei um brasileiro que era igualzinho ao seu personagem. Eu até fiz algumas anotações de suas descrições de tão perfeitas que eram…

 

Wow.  Por essa eu não esperava.

Meu personagem ( que ,alias,  na estória  é um personal trainer…) é um daqueles playboys cabeça de vento, inconsequente e incorrigível – embora no fundo, boa gente e até  bastante divertido.

 

-É mesmo?  Nossa…  -  respondi em voz alta, enquando pensava : ’Coitada’!

Mas  felizmente ela não parecia nada ‘destruída’ com o fim do namoro com o Don Juan.

 

Foi aí que me lembrei do novo massage therapist que chegou no Hills  há alguns meses. 

O rapaz é brasileiro, carioca e um verdadeiro DEUS DO OLIMPO! ( um tipo 'Antonio Banderas' nos seus belos tempos...lol)

Ou seja:  é bem possível que seja ELE  o tal ‘brasileiro’ que teve um romance ( acho que não chegou a ser namoro sério…) com minha leitora-admiradora.

 Ai,  como às vezes  a vida  imita a arte!! 

 

Enfim, depois dessa,  confesso que  fiquei curiosa e na próxima vez que fôr ao Hills e encontrar a moça,  vou lhe perguntar ( como quem não quer nada)   se o seu ex-namorado brasileiro era tambem um personal trainer-  assim  como o personagem do meu livro.  Se ela disser que não e que ele era um massage therapist..., aí vou ter certeza que se trata mesmo  do  Deus Grego da academia! lol

 

Bom, depois deste episódio, resolvi  deixar um exemplar do ‘Copadrama’ na mini-biblioteca do Hills.

Nunca se sabe que tipo de feedback  posso  vir a receber no futuro...{#emotions_dlg.happy}

 

 

P.S.  Sobre o post anterior:

A boa notícia é que o Manhattan Connection voltou a ser exibido pela Globo Internacional. {#emotions_dlg.smile}

Eu já estava considerando cancelar minha assinatura...

 

 

 

 

Coisa boa nunca dura muito...

Pâmelli, 21.01.11

 

 

 

Categoria de post:  desabafo/protesto

 

Agora é certo: O programa do Manhattan Connection foi realmente retirado da programação da Globo Internacional. {#emotions_dlg.annoyed}

 

Já faz meses que suspeitava que isto tivesse ocorrido, mas apesar de todas as evidências em contrário,  pensei que talvez tivesse simplesmente mudado de horário, dia etc....

Que nada! 

 A notícia que se tem é que agora não é mais a GNT e sim a Globo News que mostrará o programa. 

E nós , aqui do outro lado do mundo,  o que temos com isso??  *&^%$%$*!   Globo é Globo , ora!

 

Que  pobreza, que  absurdo e  SACANAGEM -  principalmente com a comunidade brasileira nos E.U. , já que  o programa se passa em Nova York !

Essa era  a nossa chance de ficarmos informados ( sob uma perspectiva brasileira)  sobre tudo de importante que vem acontecendo no Brasil e nos E.U. 

  

O M.C. era para  nós  um 'serviço de utilidade pública'  - além de um link , uma ponte cultural com o Brasil.  Um 'Brasil' , diga-se de passagem,  muito  mais próximo da nossa realidade , mentalidade e estilo de vida AQUI , do que aquilo que vemos nas  novelas e outros programas 'típicos' brasileiros (com os quais pouco nos identificamos e muitas vezes nos iRRRitam , tamanho é o nível da idiotice, ignorância ou baixeza!).

    

E agora,  ao invés disso,  o que temos nas nossas noites de domingo , após o Fantástico ( que de 'fantástico', aliás,  não tem nada...)  ?

‘SAI DE BAIXO'!  – uma das coisas mais baixas e idiotas jamais produzidas pela T.V. brasileira... e ‘Som Brasil’ – esse ainda passável. ( Mas tinha que ser no mesmo dia e horário do M.C.??)

 

Por que é que as coisas boas não duram, e as porcarias  ( tipo BBB, Zorra Total , Sai de Baixo etc....)  duram ANOS e , mesmo depois de abolidas,  ( caso do  'Sai de Baixo' que passou no Brasil há pelo menos uns dez anos...) ainda dão um jeito de ressuscitar?? 

 

ARRE...

 

Fim das férias : a vida voltando ao normal...

Pâmelli, 15.01.11

Categoria de post:  diário/pensamentos

 

 Após um mês aqui  no Texas,  esta semana minha mãe voltou para o Brasil .

Penso que tivemos  umas 'férias' bem proveitosas – apesar de não termos  saído do estado. 

 Mas ainda assim, passamos um dia em Fredericksburg – cidadezinha colonizada por alemães , a uma hora e meia de Austin e onde se come um ótimo bratwurst ( salsicha)  com chucrute. Fomos ao cinema umas quatro vezes;   almoçamos  3 vezes em nosso café preferido ( o da Nordstrom)  e até fomos uma noite  ao 'Broken Spoke' , que é o point mais típico, caipira e texano da cidade!   Aliás, um must para qualquer turista.  ( Seria como se você levasse um gringo à uma gafieira na Lapa , no Rio...lol)

 

 

Semana que vem começam minhas aulas no Community College  , e desta vez, serão apenas dois cursos que farei :  College Math e Arqueologia .

É que depois do todo o meu pain and suffering {#emotions_dlg.barf} com Mrs. Pain , resolvi  ‘garantir’ minha sanidade este semestre caso pegue novamente outro professor do tipo ‘ osso duro de roer...’  

 

Por fim,   aqui em casa , os bichos vão voltar a ser  bichos .  Felizes e saudáveis como sempre foram...  – mas BICHOS.    

 É que  minha mãe , quando está aqui,  parece se esquecer que a Lila e o Senninha  NÃO são miniaturas do Homo Sapiens e trata-os como se fossem  ‘bebês humanos’!

É um pouco perturbador vê-la carregando-os pra cima e pra baixo,  ( no COLO!)   embrulhados em mantinhas ... ;   levá-los lá fora a cada duas horas 'pra fazer xixi’ ... ( como se não tivessem a portinha de saída para o jardim  ou  soubessem QUANDO  e COMO  ir ao ‘banheiro’...).  Até  mesmo lhes  dando  comida na boca!

  Imagino que deva  ser uma espécie de frustração por não ter tido netos ...lol  . 

 Mas confesso não me sentir nem um pouco 'culpada' neste aspecto.  E porque eu deveria??  

 Afinal,  ela  teve a filha que quis ( e , modéstia à parte,  acho até que se saiu bastante bem na empreitada...hehe)    - e eu,  os ‘filhos’ que  escolhi. {#emotions_dlg.smile}

 

Na verdade,  acho que tenho bastante sorte por nunca ter sofrido nenhum tipo de pressão por parte de minha família para deixar minha condição  childfree. Mesmo quando era mais jovem e ainda estava na 'idade ideal' .( Whatever that means)

Sei que nem toda mulher ( ou mesmo alguns homens!)  têm essa sorte e que muitas  , ainda hoje,  sofrem enorme pressão dos  pais, das mães e às vezes até mesmo das amigas  ou  do próprio companheiro para,  chegado à um certo estágio da vida,  botar pelo menos um filho no mundo!

 

O que me faz lembrar de uma frase perfeita do genial Oscar Wilde :

  "Selfishness is not living as one wishes to live.  It is expecting others to live as one wishes to live.” 

 (A tradução seria algo assim:    “Ser egoísta não é viver a vida da forma que desejamos.   Ser egoísta,  é querer que os OUTROS  vivam a vida da forma que desejamos...” )  

 

Enfim, passadas estas cinco semanas de descanso, acho que estou pronta para retomar  minha vida de estudante de meia-idade ,lol.

Até agora meu  GPA é de 3.75  -  o que , segundo o meu hubby,  é  uma ótima média.

Esperemos que continue assim...

 

 

 

Impressões antropológicas

Pâmelli, 12.01.11

 Categoria de post:  diário

 

‘First Impressions’ ( Primeiras Impressões) : este era o título original que Jane Austen pensou em dar ao mais famoso ( e querido! {#emotions_dlg.smile}) de todos os seus seis  romances:  ‘Orgulho e Preconceito’.

 

Ao conhecer os jovens Mr. Darcy  e Mr. Wickam , as ‘primeiras impressões’ de sua heroína , Elizabeth Bennet, não poderiam ter sido mais imprecisas:   aquele que a primeira vista parecia ‘frio, arrogante e insensível’ ,  no final  torna-se o  ‘mocinho’ da estória  ( aliás, o perfect gentleman ! lol) . Já  o outro, que era todo sorrisos, bom humor e simpatia,  no fim das contas acaba  se mostrando um grandissíssimo salafrário!

Sim,  as  primeiras impressões  que temos dos outros  nem sempre são um retrato fiel da realidade...

 

A verdade é que  quando somos apresentados à alguem ,   a maioria das pessoas nos parecem ( ao menos a  primeira vista...) ‘normais’  e bastante  razoáveis –  e às vezes até muito  simpáticas!   Muitas,  inclusive,  nos parecem mais simpáticas,  agradáveis e ‘normais’ do que de fato o são  no seu  dia a dia.   Aliás,  são raras aquelas  pessoas que,  já no primeiro encontro,  se mostram  insuportáveis, visivelmente  neuróticas, hipocondríacas  ou com o rei na barriga.

 

Mas,  quantos  Mr. Darcys existem  REALMENTE  por aí a fora? 

 Pessoas que , a primeira vista,  nos parecem  ‘ frias e arrogantes’..., mas quando passamos a conhecê-las melhor, vemos que possuem ‘grandes , nobres e raras qualidades’?

 

  Infelizmente,  na vida real,  penso que os  Mr. Wickams se  proliferam muito mais. 

 Ou estarei eu sendo  excessivamente pessimista com a natureza humana?

 

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O primeiro caso...

 

Lembram-se daquela  vietnamita que viveu em Paris tantos anos, casada com um americano  e  que adora promover os mais diversos 'eventos sociais’ aqui em Austin?   

Pois bem.  A primeira vista ela é super simpática, divertida ,  bem humorada e sociável.  No entanto, recentemente,  quando uma das pessoas que frequenta o nosso círculo social teve sérios problemas financeiros ( ficou sem trabalho e realmente SEM dinheiro! ) ,  quando lhe  sugeri que fizéssemos alguma coisa para ajudá-lo ( organizando uma festinha  onde cada convidado pagaria uma pequena ‘entrada’ e traria um prato ou bebida -  deixando tudo para ele no final...) , CADÊ?     Nossa  querida amiga pulou fora e me saiu com as desculpas mais esfarrapadas para não mover um dedo em benefício do pobre coitado   ( ‘Não gosto de pedir dinheiro às pessoas sem dar nada em troca...’  - What bullshit!   Pois se é EXATAMENTE isto o que ela faz :  sempre cobra uma taxa das pessoas que participam dos SEUS eventos!!) .

 Diante disso e  já que ela é tão popular , conhece uma tonelada de pessoas e tem uma lista de contatos mais longa  do que a costa do Brasil...,  eu  lhe sugeri  que mandasse um e-mail para todo o mundo informando-lhes  que nosso colega de eventos  era carpinteiro  e estava procurando trabalho.( Que mal poderia haver nisso??).

Sua resposta então  foi me dizer que já tinha lhe sugerido de ir ao Texas Workforce ( uma espécie de órgão que ajuda as pessoas a achar trabalho...) – local , aliás, onde ele já tinha estado e saído de mãos abanando!   

Ou seja:  nossa ‘nobre’ e divertida hostess , pelo visto é aquele tipo de pessoa ‘ótima’,  com quem você só conta para ir à festas, aulas de dança, praticar  francês e , principalmente,    boa  SOMENTE  em promover eventos que possam encher sua própria bolsinha!

 

Ok, não vou dizer que  ela seja 100% igual ao nosso querido e charmoso vilão ( Mr. Wickam),  de ‘Orgulho e Preconceito’.  Afinal  ela não fez nada de errado , nem prejudicou ninguem.  Mas foi  de uma mesquinharia e uma falta de compaixão exemplar – principalmente quando penso que o pobre rapaz era mais conhecido seu do que meu e um assíduo frequentador dos eventos promovidos por ela. 

 Eventos, aliás, que reunem todo o tipo de gente - desde carpinteiros  desempregados,  até escritores com livros premiados...  

 

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 O segundo caso...

 

Todo  o mundo  sabe que os  franceses NÃO  são as pessoas mais simpáticas do mundo -  principalmente se forem de Paris. 

Isto é um fato incontestável.  

 Aqui no Texas, por exemplo,  eu até conheço alguns gauleses  simpáticos e divertidos – e naturalmente de OUTRAS regiões da França!! Lol    

 (É  bem verdade que todos já moram nos E.U. há anos ,  e portanto, como diria o velho Zola,   já devem  ter sofrido ‘l’influence du milieu’ ( a influência do meio) .  Ou seja:  ficaram mais descontraídos,  risonhos e bem humorados –  assim como os americanos! {#emotions_dlg.happy}

 

Anyway... Foi na festinha da vietnamita , no dia primeiro do ano,  que conheci este novo personagem que, apesar de ser mulher, francesa ( parisiense, é claro...)  e nos seus cinquenta e lá vai pedradas... , me fez lembrar imediatamente de Mr. Darcy.

 

Eis a razão:    

Esta madame , que  me  foi apresentada por minha amiga americana ( a mesma que passou o Réveillon conosco)  como ‘ sua professora de francês...’ , logo de cara mostrou-se de uma  antipatia a botar  toda a  pose do herói de ‘Orgulho e Preconceito’ no chinelo!   Só que ,  ao contrário  de Mr. Darcy,  ela NÃO é   ‘a mulher mais rica da região da Ile- de- France...’, nem tampouco  ‘alta e extremamente atraente’... lol 

 

Mas,   ironias de Jane à parte... Madame, ao ser apresentada às pessoas na festa, sequer conseguiu esboçar aquele sorrisinho ‘básico’ , que  até a pessoa mais fechada e reservada do mundo  consegue dar  quando é  apresentada à alguem.   

 Pequena, magra,  vestida decentemente ( mas não tão élegante  como se esperaria de uma parisienne...) e com a  borda dos lábios   já bastante enrugada  ( uma consequência inevitável quando se passa a vida inteira fazendo 'biquinho' ...) , ela  se apresentou como  professora universitária , que acabou de voltar à Austin ( onde morara  anos atrás) após uma estadia de  dois anos em Porto Rico.  

Em suma:   um  curriculum  respeitável e até  interessante. Mas nada que possa deixar alguem com o rei  Luís XIV na barriga’!!

  

Pra começar,  achei bastante ‘estranho’  a francesa  passar a noite inteira conversando EM INGLÊS com minha amiga americana  ( que mora parte do ano na França e , apesar de ser fluente em francês,  resolveu tomar aulas de 'pronúncia' com  madame...)

 Ora,  como professora de línguas ,eu não podia deixar de notar isso.  Por que ela não falou com  minha amiga em  francês?  Afinal,  seu inglês não era NADA  melhor do que o francês de sua aluna!! 

Minha conclusão ?

Só pude pensar em duas possíveis razões :    1)  a francesa só gasta o seu vocabulário voltairien  quando está sendo PAGA pra fazer isto ... ou 2)  aproveitou minha amiga americana para  praticar o SEU  inglês !

 Que cara de pau...

 

Mas o pior foi  o ‘ar de superioridade’ que emanou  da pequena figura  A NOITE INTEIRA.  Sem falar em sua expressão de quem comeu  de la merde o tempo todo – o que não poderia ser o caso já que o cozinheiro da festa era justamente um chef francês!  lol     

  

Então ficam as seguintes perguntas:   

A  literária/otimista: Seria  madame  uma versão feminina e  contemporânea de Mr. Darcy? lol  O tipo de pessoa que 'melhora' a medida que a conhecemos melhor?  ( Somehow I doubt it...) 

A psicológica/condescendente :   Será ela uma pessoa insegura  ( sabe-se lá por que razão...)  e  por isso  faz esse gênero de ‘Madre-toda-superiora’ ?

Enfim, estas e outras perguntas  me passaram pela cabeça,  já que  não é todo o dia aqui que conhecemos  alguem assim  tão antipática.  Afinal isto é o Texas! 

 

 

A surpresa final:

 

Imaginem a minha surpresa quando alguns dias depois,  minha amiga vem e me diz que sua professora de francês  estava oficialmente ‘solteira e a procura de um namorado’!

 

Ãh?? Sinceramente, espero não ter esbugalhado demais os  olhos ao ouvir isso...

But, don’t get me wrong.   Minha surpresa neste caso não se deve ao fato  da mulher já ter passado dos seus 50 ( já que  isso aqui nos E.U. – ao contrário do Brasil- não costuma ser um handicap ,  principalmente quando se é magro ! lol ),  mas sim  pela expressão e atitude ultra  ‘darciniana’ da figura , e  em uma festa  of all places!   

Ok,  em Paris  ela certamente não destoaria.(  Afinal o parisiense típico vive com a cara amarrada e uma expressão eterna de tédio com a vida  – aliás, algo que eu nunca entendi já que Paris é muito provavelmente a cidade menos tediosa do mundo! ) , mas  aqui nos E.U. ,   e principalmente em uma cidade descontraída e ‘boa praça’  como Austin...Oh-oh, ça ne va pas!

 

De qualquer forma   acho que terei outras oportunidades para melhor ‘analisar’ madame  e assim chegar a uma conclusão mais definitiva pois  ela certamente  participará de alguns eventos de nosso grupo – principalmene aqueles relacionados à cultura e língua francesa.  

 

Conclusão:   

 

 Talvez seja um exagero dizer que  a vietnamita seja uma espécie de Mr. Wickam  e a insuportável  francesa uma versão moderna do Mr. Darcy . ( O mais provável é que nem uma nem outra seja tão interessante quanto os personagens criados por Jane Austen! lol)    

  Mas , seja como fôr,  é certo que  a primeira   mostrou-se bastante insensível e egoísta recentemente ,   e a segunda ( pelo menos a primeira vista) ,  um  POÇO  sem fundo  de pura  antipatia.  

 

  

 

 

 

 

Dias de descanso

Pâmelli, 30.12.10

Categoria de post: diário / desabafo

 

 A leitura das férias:

 

Nestes dias de folga  do Community College , o que tenho feito principalmente foi  botar a leitura em dia ( minhas pilhas e mais pilhas de VEJAS atrasadas...) e finalmente pegar um livro EM PORTUGUÊS !! lol

 

O livro que acabei de ler?

O maravilhoso  'Perdidos na Toscana' , do Afonso Romano de Santana!

 

Ah, como é bom lermos algo  escrito por alguem que pensa, sente , vive e aproveita a vida com tanta cultura,  sensibilidade, epicurismo, realismo, imaginação ...Enfim, com tanto savoir-vivre!  

 

'Perdidos na Toscana' ( que engloba várias crônicas)  não fala apenas da viagem do autor à Itália  , mas tambem sobre suas  viagens ao Egito,  ao Vale do Loire na França , à Portugal, ao Irã, à China , ao  Chile, Argentina, Alemanha e tantos outros lugares.  E é simplesmente um MUST!

 

 Sendo assim,  aí fica a minha recomendação de uma leitura  para estas férias.  ( Depois,  é claro, do meu próprio tragi-cômico  romance carioca : COPADRAMA - A BRAZILIAN TRAGICOMEDY - aliás, à venda pela Amazon...{#emotions_dlg.smile})

 

 

A frustração:

 

Um  ABSURDO a Globo Internacional ter tirado o Manhattan Connection do ar nas noites de domingo!!  &*^%7#$@!!

Suponho que o programa fosse 'intelectual demais' para a comunidade brasileira nos E.U. -   que é principalmente constituída  por 'faxineiras, entregadores de pizza e manicures...' . 

 Eu sei, eu sei.  Parece coisa de gente esnobe e preconceituosa ,  mas o fato é que é justamente este o tipo de público que NÃO assiste à programas como o Manhattan Connection e portanto, por falta de audiência, acaba forçando sua saída do ar. 

  E pra completar a desgraça,  o que é que puseram no lugar dele??  Aquela coisa ridícula e completamente imbecilizada do 'Sai de Baixo' !  

Ai.  Como diria o Diogo Mainardi:   'Vivemos em um momento de assombroso embrutecimento intelectual'.

Aliás, não  é a toa que ele  resolveu ( depois que o Lula ganhou o seu 'terceiro mandato'...)  se auto-exilar na Itália.   Bem que ele fez!

Pior.  Encheu o  saco da VEJA e agora só vai escrever um artigo mensal para a revista...{#emotions_dlg.tired} ( Vou pensar seriamente se vou continuar assinando a revista no ano que vem.  Eu começava a ler de tras pra frente só por causa da coluna do Diogo que era lá no final!!)

 

 

 Os E.U.A. :

 

Esta semana, quando finalmente resolvi botar meu escritório em casa  em ordem ( após meses e meses de desleixo) , de repente encontro uma frase que havia copiado em um pedaço de papel anos atrás e que foi escrita por uma velha amiga do tempo de escola no Brasil.  ( Atualmente ela é  professora universitária no Rio e ensina Ciências Políticas e Cultura Americana...). 

  Na ocasião, minha amiga me perguntava se eu já tinha me adaptado e aprendido a amar os E.U. ;  este 'Gigante desingonçado e um tanto cafona, mas generoso e bonachão, confortável como um PUFF de proporções estelares...'

 Pra mim foi uma  melhores definições que já ouvi até hoje sobre os Estados Unidos da América!  lol

E hoje,  quase oito anos depois de chegar aqui,  eis a minha resposta:   Sim,  velha amiga.  Embora, em se tratando de uma  carioca desterrada e 'da clara' ( pois nunca fui realmente 'da gema'...), eu diria que 'amar e se adaptar' totalmente,  só mesmo no dia em que eu deixar o Texas e me mudar para a Flórida!  Em outras palavras:  para ' o Rio que deu certo...' {#emotions_dlg.smile}