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Parada Essencial

Benvindos ao "Diário politicamente incorreto da Pâmelli" - uma brasileira/americana childfree, residente nos E.U.A. desde 2003 Viagens, cultura, desabafos e muito mais!

Parada Essencial

Benvindos ao "Diário politicamente incorreto da Pâmelli" - uma brasileira/americana childfree, residente nos E.U.A. desde 2003 Viagens, cultura, desabafos e muito mais!

Profissão: Dogsitter

Pâmelli, 21.02.09

 

Olhem só que fofinhos ! 

 

Ontem estávamos dirigindo de volta pra casa quando topamos com este rapaz  : um dogsitter profissional.

Ao todo são 9 cachorros que ele leva pra passear todos os dias !

Tem de todos os tamanhos e tipos  ( o menorzinho é do tamanho de um Chiuaua e o maior , de  um Fila Brasileiro ! lol)  

 

Mas o mais  incrível é vê-los andando tão bem comportados -  nenhum puxa a coleira ou se  enrola  na guia do outro,  ou nas pernas do dogsitter.

 

O rapaz,  que  tem a aparência asiática,  deve fazer umas sessões de ioga nos bichinhos antes da caminhada.  :-))

É que todos parecem tãaaooo  calminhos ...  Tãooooo ZEN ! 

 

Não aguentei e tive de parar o carro e pedir para tirar uma foto do grupo.

Só que estava meio apressada , então não deu pra parar e  perguntar mais sobre o 'sistema'  do rapaz.  :-)

 

Mas não é a primeira vez que o vimos passear com os bichinhos aqui pelo bairro.

Imagino que o  esquema deva ser algo como o de um 'ônibus escolar'  :-) : 

' Você me paga e eu passo  na sua casa pra pegar seu cachorro e levá-lo para uma volta pelas redondezas.  Junto com meus outros 'clientes'...lol )

 

Agora , só não sei como fica quando um deles precisa parar para (xxxxxxxxx....)

O rapaz não carregava nenhum saquinho ou pá .  Como será que funciona??

 Preciso ficar de olho na rua nos próximos dias... 

Quando cruzar com ele novamente ,  me informo,   e publico!

Formatura

Pâmelli, 01.09.08

 

Lila se formou na sexta passada!

Foram 8 semanas de aulas,  todas as sextas à noite  na loja da Petsmart ,  que é especializada em tudo para animais, incluindo cursos de adestramento  e até  um 'Hotel Canino'...:-)) 

Não foram muitos os 'truques' que ela aprendeu -  eu não fiz questão disso nem acho que seja importante.  Para nós o maior mérito do curso  foi ela ter parado de latir.  (  A técnica de chacoalhar a latinha cheia de pedras - que faz um barulho horrível! -  cada vez que a pegávamos latindo no jardim , foi infalível.  Só isto já  teria valido  os 109 dólares do curso!)

Fora isso,  Lila  tambem aprendeu a SENTAR:-))  e se tornou menos medrosa e desconfiada de estranhos.  Agora até já ficou amiga de minha mãe,  que aliás será  quem irá cuidar dela e de nosso gato durante os dias que estaremos fora de férias , já a partir da semana que vem.

Enfim,  acho que seu progresso foi grande -  principalmente considerando que nós quase nunca fizemos o  seu 'dever de casa' :-)) ,  praticando em casa , as técnicas ensinadas em classe .

Mas estou bem satisfeita.  Ela agora está bem encaminhada para ser um cachorrinho mais sociável e feliz.  Parabéns Lilinha!!  

 Nós , que sabemos de tudo o  ela que passou de ruim  antes de a tirarmos do shelter,  temos certeza  que isto foi  para ela um  ENORME passo ! 

 

 

 

Lila e sua treinadora durante a aula...

 

 

 

O curso teve direito até a diploma...:-) 

 

 

 

 

Recepção menos do que calorosa...

Pâmelli, 14.08.08

 

Minha mãe chegou hoje do Brasil.

Pelo menos uma vez por ano ela vem nos visitar durante algumas semanas.

Desta vez vai ficar um mês e meio -  incluindo as duas semanas que estivermos fora , de viagem.  ( Ela tem seus próprios amigos na cidade , dirige e é bem independente...De forma que vai ficar aqui cuidando de nossa casa ( e das duas criaturinhas peludas,  Lila e Senninha...) enquanto saímos de férias. 

 

Hoje ela conheceu a Lila (  a Senninha ela já conhecia ...)  e a recepção que recebeu da ex-órfã,  previamente aterrorizada e torturada pela família Flip-flop que acabou deixado-a no abrigo de animais,  não foi das mais calorosas (  To put it mildly !) :  Lila rosnou, latiu e fugiu para o canto mais longe do jardim. Mais tarde,  quando trouxe-a para dentro  de casa , enquanto conversávamos,  ficou rosnando baixinho, como que  fazendo questão de mostrar seu descontentamento e desconfiança...  

Mas tudo bem.  Sei que é só uma questão de tempo até a figurinha  se acostumar com sua futura 'babá' .  Com a ajuda de alguns de seus snacks favoritos ,  que minha mãe lhe dará durante certos momentos do dia,  acho que em breve as duas estarão 'íntimas' ! lol

Lila mal sabe o que a espera...

Pepe le Pew - o gambá apaixonado

Pâmelli, 17.07.08

 

Resolvemos batizar a Lila, nossa nova cadelinha adotada ,  com o apelido de 'Pepe le Pew'.

É que depois de observar  por algum tempo seu comportamento  com nossa gata,  Senninha ,   chegamos a conclusão que ela é exatamente igual ao gambá francês do desenho animado!

Este, apaixonado pela  gata ( que ele pensa ser um gambá , assim como ele...) ,  vive perseguindo -a com juras de amor , enquanto  o pobre do gato vive fugindo apavorado !

A Lila não fede como o gambá do desenho  :-))   -  (  Americano é bem sacana né?  Faz um desenho  animado sobre um gambá e faz com que ele seja justamente francês!! lol)  mas é tão entusiasmada e animada quanto Pepe  cada vez que cruza com a  Senninha.

De manhã,  quando solto as duas no jardim ( após terem passado à noite em aposentos separados -   Lila no banheiro de cima e Senninha  no quarto de televisão...) ,   assim que vê o gato , o cachorro  corre imediatamente  para ele,  pula em volta, cheira suas partes íntimas sem a menor cerimônia  :-)) e abana o rabo entusiasticamente  ...Já o Senninha, apesar de não ter nenhuma reação agressiva,  simplesmente ignora o outro,  quando não lhe vira a cara ou sai de fininho para outro lado .  São os próprios personagens do desenho animado!!LOL

 

E agora ,  vamos dar uma olhada e relembrar... ( Ah,  os desenhos de antigamente eram tão mais divertidos e fofinhos do que os de hoje em dia...!!) 

 

A ver no elenco :    1)  Pepe le Pew -  o gambá apaixonado,  francês e extremamente fedorento ...no papel de Lila , o cão.  

 

                                  2)   A gata   ( que , confundida com um gambá ,  vive desesperadamente fugindo de seu indesejável pretendente...:-))   no papel de Senninha. 

 

 

  

 

As aventuras e desventuras de Lila...

Pâmelli, 23.06.08

 

Pois é. 

Como escrevi no meu post de 6 de junho ,  depois de várias visitas ao Abrigo de Animais de nossa cidade...Finalmente escolhi uma cadelinha ( mistura de chiuaua e rat terrier )  e batizei-a de Lila.

 

Desde então,  a figurinha já engordou alguns gramas ( pois estava muito magrinha quando chegou...),  tirou os pontos da operação de esterectomia (que o abrigo é obrigado a fazer antes de liberar qualquer cachorro para a adoção...) aprendeu seu novo nome,  se acostumou com o gato e se apegou à mim e ao meu marido.  

 

  ( Lila e Senninha,  se revesando para fazer a 'siesta' em cima da mesa do jardim...)  

                                                                 

 

Não demonstra sentir a menor falta de sua antiga  'família flip-flop' (  é assim que eu  resolvi chamá-la ,  por estar certa que deviam ser o tipo de gente que só anda naqueles chinelos de dedo horrorosos e , (pior!) ,  faziam uso da 'arma' contra o cachorro cada vez que ele fazia algo que não devia...) ; aliás,  é como se tivesse acabado de sair do canil onde nascera.

 

Como já mencionei antes,  Lila é muito meiguinha e....Assustada! 

Ao contrário de minha outra cadelinha,  Gubi,  ( que adorava as pessoas, pois nunca teve nenhum trauma em sua vida  e achava que 'todo ser humano é bom...' :-))   - eu deixei que ela morresse pensando assim...-  , Lila desconfia de quem nunca viu e não conhece e seu primeiro instinto ao ver uma pessoa estranha  é  se  afastar ,  se encolher e por fim latir e rosnar  ( com  atitude  mais  de medo do que  de desafio...) . 

 

Costuma latir no jardim e ,  como não quero brigar com ela ( mesmo porque sei que não adiantaria...)  quando isto acontece,  coloco-a imediatamente 'de castigo'  no banheiro por alguns minutos .  ( Isto de nada adianta pois assim que sai , logo volta para o jardim, satisfeita e latindo novamente, como se nada tivesse acontecido!)

Há uns dois dias , contudo,  resolvi lhe DIZER que não deve latir.  Tive esta idéia depois que a vi pegar uma borda de tapete para brincar  e ela , ao ouvir meu comando,  imediatamente parou.  Hummmmm..., pensei.  Vou fazer o mesmo quando ela começar a latir no jardim.

E parece que funciona!!  Agora mesmo,  estava ela já lá latindo sem parar até que eu fui lá fora e lhe disse :  Nada de latir, Lila !  Não pode latir! 

Pois não é que já estou aqui escrevendo este post há bem uns quinze minutos no maior silêncio !!! lol

 

Apesar de tudo,  resolvemos que será bom matriculá-la em uma 'escolinha de boas maneiras' para cães.  O curso dura oito semanas e tem a participação ativa do dono durante as aulas, que ocorrem uma vez por semana.   É  indicado tanto para cachorros novinhos quanto para adultos.  (  Só quero ver a coisinha lá , no meio das outras pessoas e cachorros ,  aprendendo aos comandos em inglês quando em casa  nós só lhe falamos em português!  ( Lila,  sua vida é muito dura...:-)

Mas falando sério,  acho que será muito bom para  ela  - e para nós e os vizinhos tambem!

 

Em casa não posso deixá-la sozinha um minuto, já que entre outras coisas, ela adora comer as franjas dos tapetes !   Em um único momento que ficou à sós no quarto,  fez um estrago na borda do meu prayer rug  afegão preferido.    ( Será que vão ensiná-la a deixar os tapetes em paz lá no curso??)

 

Outro dia me aprontou a seguinte 'gracinha' :   Estávamos as duas sentadas no sofá assistindo a minha novela preferida ( 'Cabocla') na hora do almoço.  (Este é o quarto de televisão e tambem onde dorme o gato , Senninha. -  portanto,  evidentemente tem tambem sua caixa de areia...)

Durante o intervalo,  resolvi ir esquentar meu almoço e trazê-lo para comer enquanto assistía a novela.  Detalhe:  naquele dia eu havia tirado o pó dos móveis e sofás ,  jogado spray desinfetante  e aspirado a casa TODA (  Sabe como é , ' vida de 'Primeiro Mundo' :-(  -Ai que falta que faz minha empregada brasileira!!!) .  Estava  portanto EXAUSTA  e finalmente me sentando e relaxando diante da T.V. na hora do almoço...

Volto para a salinha com meu prato de farfalle gratinado e o que eu vejo?

Lila deitada no mesmo lugar do sofá onde havia lhe deixado apenas uns cinco minutos antes e ao seu lado,  um COCÔ ,  inteirinho,  compridinho e  ' à milanesa'  , tirado direto da caixa do gato!! 

Na maior inocência,  ela  apenas  me olhava  e esperava que fosse novamente  me sentar ao seu lado ( e de seu 'novo brinquedo' ...) 

Mal pude acreditar no que estava vendo.  E, é claro que brigar com ela não era uma opção.  O jeito foi limpar o quarto e sofá tudo de novo!

 

Finalmente ontem , depois do jantar, saímos  para dar uma volta no parque aqui perto.   (Ah, isto é uma das coisas boas de se morar na América :  Apesar de estarmos em uma cidade com mais de 1 milhão de habitantes ,  nem passa pela cabeça de alguem ser assaltado no parque ( ou em qualquer outro lugar ...)  - mesmo à noite! - 

E no Rio, heim?  Que não se pode mais andar nas ruas , nem mesmo durante o dia!!   ( O jeito é passear nos shoppings...)  E que tal ir  dar uma volta nos  parques  da cidade ... 

 Só se fôr com a intenção expressa de  se cometer um  hara-kiri !! )

 

Enfim...Chegamos lá por volta das dez da noite.  ( Sim,  isso mesmo.)   O lugar é muito agradável, a apenas alguns metros do novo teatro de ópera da cidade,  todo gramado,  com percursos  cimentados  para se caminhar , um lago e até mesmo um mirante.  Foi nossa primeira 'excursão' com Lila em um parque (  normalmente  eu a levo para passear somente nas ruas  calmas aqui de nosso bairro...) .

Apesar da hora ,  ainda havia algumas pessoas no lugar -  e em particular um grupo  já se preparando para sair. Lila seguia ao meu lado ,  na coleira. 

 Enquanto caminhávamos em direção ao mirante ,  percebemos que ela estava nervosa e que evitava as pessoas em volta.  Às vezes,  quando via um grupo mais próximo,  parava , sem querer continuar. 

Pois não é que justo nesta hora uma manada de uns 3 ou 4 meninos , naquela idade abominável entre os 10 e 12 anos (  é, eu sei, quem tem um desses em casa costuma achar o máximo !!) e   TODOS  devidamente equipados dos inevitáveis  flip flops,  começou a correr  desembestada em nossa direção ?!  Juro que senti  o chão estremecer diante do barulho das chineladas no cimento.

Como era de se esperar , Lila se apavorou e começou a correr em círculos desesperada.  Eu,  segurando a coleira e gritando para ela parar,  mais parecia uma louca  histérica.   Por um momento  cheguei a pensar  que iria soltar a guia e que ela iria disparar  como uma bala no meio da escuridão e desaparecer. 

Por fim a manada dos  mini-trogloditas passou e eu consegui fazer com que ela parasse e pegá-la no colo.  Estávamos ambas  totalmente aterrorizadas.

 Naquele momento,  meu marido e eu não tivemos mais qualquer dúvida. 

Lila realmente foi torturada pelas pessoas com quem conviveu durante mais de um ano antes de ser deixada no abrigo - e isto incluía  tambem as crianças da família.

 

Bem, ao menos de agora em diante   já sabemos  por onde pisamos. 

No futuro,  quando  sairmos para   caminhar com ela ,  ficaremos  mais alertas e ,  até  que ela se acostume com a idéia de ter pessoas estranhas em volta ,  evitaremos os lugares com muita gente.  

 

Por fim,  após o susto,  resolvemos subir até o mirante  e lá,  na mais completa paz ,  debaixo  do céu estrelado , com a vista dos prédios iluminados no centro da cidade e rodeados apenas de mais dois outros casais,  pudemos finalmente nos sentar e relaxar.

A pequena Lila e o seu coração disparado agradeceram...

 

(Mirante no alto do parque)

 

                        (Foto 'impressionista'  mostrando a ponte sobre o rio Colorado  e os prédios iluminados no centro da cidade...)  

                                                                           

 

 

 

Essa coisinha fofa estava no abrigo de animais...

Pâmelli, 06.06.08

 

Desde que nossa querida Gubi nos deixou em setembro do ano passado,  já havia decidido adotar outro cachorro do abrigo da cidade.  Não que pensasse em substituí-la -  isto é impossível.  Apenas pensava que era  um terrível desperdício morar em uma casa com tanto espaço , e principalmente com um bom jardim fechado,  sem realmente um uso 'prático' - quer dizer,  um bichinho que pudesse  aproveitá-lo e ter espaço de sobra para rolar na grama, correr, dormir ao ar livre...Enfim,  ser feliz junto à natureza!

 

Nosso gato ,  Senninha,  apareceu lá em casa há pouco mais de um  ano e vai muito bem.  (A estória completa no post:  'O gato em minha vida...' )  

Mas gato é gato e eu sempre tive o hábito de 'salvar' cachorros de rua. Aos sete anos adotei uma vira-lata que apareceu lá em casa., quando morávamos em Brasília.  Muitos anos depois, já adulta,  quando morava em uma pequena cidade no interior de Minas ,  encontrei uma cadelinha debaixo de um carro  e levei-a para o sítio de meu pai.  Logo depois veio a Gubi,  novamente encontrada debaixo de outro carro , na mesma cidade no interior do Brasil.  Essa ficou comigo durante 11 anos e trouxe-a  inclusive  para os E.U. em 2003 quando me mudei para cá.  Houve  ainda outros que consegui 'convencer ' pessoas a adotar. 

Eu sempre disse que se fosse milionária abriria um 'orfanato para cães ' -  só que neste caso,  os animais jamais seriam 'postos para dormir' -    o eufemismo usado nos E.U. para executá-los.  

No meu 'Hotel de Cães'  , os animais  apenas  seriam recuperados do abandono ou de seus maus tratos, levados para o  centro  e lá permaneceriam até morrer (  de  preferência de velhos !! ) - apenas saindo caso fossem devidamente adotados por uma família direita. 

Sim, isto é uma coisa que eu faria caso tivesse bastante dinheiro sobrando...Aliás,  outro dia vi uma reportagem na T.V. mostrando que é exatamente o que fez um dos criadores ( hoje milionário) da série de desenhos dos Simpsons. Depois disso,  eu que sempre achei o desenho chatérrimo , parei de implicar e até fui ver o filme  "Simpsons-  the movie' ...:-))

 

Enfim,  aqui,  no Primeiro Mundo não existe , 'cachorros  de  ruas...' .  Aliás,  mesmo no Brasil,  isto só é o caso nas cidadezinhas  mais atrasadas do interior. 

Portanto minha única saída ,  depois de perder nossa Gubi,  se quisesse novamente 'salvar' outro cão do infortúnio ...' seria  ir ao  'animal shelter'  ,  o abrigo de animais , da cidade.

  Foram várias excursões ao longo de vários meses.   Eu sabia que teria de ser um pequenininho.    Eu sempre gostei dos pequinininhos.  Queria,  de preferência,  que se parecesse um pouco com a Gubi ,  que era mistura de Beagle e talvez Corgi...(Quem sabe?  Eu nunca descobri de onde ela veio e quem eram seus pais...)

 

Ah, são tantos os 'adotáveis' no abrigo!!   Tem para todos os gostos e tipos de famílias:    Filhotes, cães adultos, de raça,  vira-latas...Gatos, coelhos...Até algumas galinhas ,  mas estas eu não sei se estão lá para adoção...:-))) O lugar é , ao mesmo tempo triste e muito lindo , e o trabalho dos funcionários ( muitos deles voluntários)  é fantástico.

Há sempre filas de pessoas já esperando na porta antes mesmo do horário de abertura  do abrigo -  o que é uma boa coisa.  Imagino que muitas delas já saibam mais ou menos o tipo de animal que procuram e talvez façam mais de uma excursão ao lugar antes de finalmente escolherem seu novo bichinho de estimação.   Eu mesma , nestes últimos meses,  fiz mais de 10 excursões ao abrigo.  Fiquei contente ao ver que mais de um cachorro que eu gostei já tinha gente na fila de espera antes de mim  e  acabaram sendo adotados.

 

Por fim,  segunda passada eu finalmente escolhi uma que tinha chegado ao abrigo apenas uma semana antes -  DEIXADA pela própria família! ( a maioria dos cães lá são simplesmente recolhidos das ruas , perdidos ou abandonados...:-((

Tem um ano e meio e é mistura de chiuaua e rat terrier.  Foférrima.

 Segundo a 'família' ,  devolveram-na porque ela 'sujava a casa'  e 'não era muito chegada à crianças...'  ( Nestes casos , tenho minhas sérias dúvidas quanto ao 'tipo de criança'  que deveria se tratar...Provavelmente uma que torturava o cachorro e não lhe dava sossego hora nenhuma  -  resultando que o animal  acabou por implicar  com a criatura e devia rosnar cada vez que a ela  se aproximava dele. Os pais,  que no fundo deviam saber muito bem o tipo de  'gremlim' que tinham em casa,   então  resolveram se livrar do cachorro com a desculpa esfarrapada.

Tanto melhor para ela!   Em nossa casa a única ' criança ' que há é o nosso gato ,  Senninha,  e ele não poderia ser mais calmo e inofensivo.  ( Além de ser ótimo 'guarda costas' pois espanta todos os pássaros monstros - no Texas eles são horríveis, pretos  e enormes, mais parecendo urubus!! - de nosso jardim...)   As duas , se não ficaram 'intimas' ,   já se acostumaram  com a presença da outra no jardim.  Quando estou por perto , elas chegam mesmo a deitar uma ao lado da outra esperando para eu lhes coçar a barriga...:-))

 

 Lila  ( foi assim que eu a batizei pois não quis manter nada de sua antiga vida com aquela família desnaturada,  nem mesmo seu antigo nome...)   é muito meiguinha , mas tambem é medrosa.  ( Prova de que foi mal-tratada e que provavelmente apanhava em casa ...).  Tem horror de chinelo de dedo! 

Eu tambem não gosto mas tenho um , com strasse , que uso de vez em quando na piscina. 

Não mais.  Pelo menos não na frente da Lila... 

Agora acho que já matei a charada:  a tal família com certeza devia bater nela de chinelo de dedo cada vez que ela 'sujava a casa' ou rosnava para o pequeno 'gremlin'  ...)

 

Lila adora rolar na grama e sair para passear.  À noite dorme  no banheiro, com sua cama , água e comida do lado  e não chora nem late.  Após 3 dias , já aprendeu que o jardim é o lugar certo para fazer suas 'coisinhas...'

 Quanto à mim, estou satisfeita pois sei que mudei o curso da vida de mais um animal que precisava de um lar.   Apenas gostaria de  poder fazer o mesmo com todos os outros do abrigo.

 

Se você estiver pensando em ter um cachorro   ou gato ...Antes de seguir para uma loja de animais ou procurar um criador profissional,  vá até o abrigo de animais de sua cidade.   Lá há milhares de pequenas, médias e grandes criaturas dóceis, lindas e especiais , precisando  simplesmente de uma nova casa , família e um pouco de carinho. 

Aqueles que não forem adotados serão , mais cedo ou mais tarde,  'postos para dormir:' -((

 

O abrigo já providencia para que os animais venham esterilizados,  vacinados e vermifugados.

Não deixe o seu jardim ser uma parte inútil de sua casa quando tantos bichinhos estão presos em jaulas minúsculas simplesmente aguardando a execução de sua  pena de morte.  

Pesquise um pouco e traga aquele ou aquela que achar que combina com você e sua família ,  seja ela de uma , duas, 3 ou 10 pessoas!    Ajude a salvar mais uma vida ,  pois isto ,   com certeza,  lhe trará muita satisfação, alegria e companheirismo no futuro.

 

Lila,  benvinda ao seu novo lar!!  

 

O gato em minha vida

Pâmelli, 26.04.08

 

 

Desde que me lembro ,  eu sempre preferi os cachorros aos gatos.

Sempre achei que os gatos eram meio 'frios' ,  sem graça,  esquivos e meio anti-sociais.

Quando criança,  tive mais de um cachorro -  mas nenhum que tivesse me marcado especialmente.  Então em 1996,  quando morava em uma pequena cidade no interior de Minas Gerais,  eu encontrei aquela que viria a se tornar minha 'filha' durante 11 anos.  Uma cadelinha vira-lata , com apenas dois meses de vida,  que encontrei um dia debaixo de um carro em uma das ruas da cidade.

Batizei-a como  'Atlanta'  ( inspirada nos Jogos Olímpicos de Atlanta, que estavam acontecendo naquele mês... - NADA a ver!   Para nós  , em casa,  simplesmente  Gubi ( guiubi) , ou Gubinha .  Foi o amor de minha vida.  ( Um dia , quem sabe,  escreverei um post inteiro sobre ela...)

 

Então,  quando tinha cerca de 10 anos e os primeiros sinais do tumor em seu pescoço começaram a aparecer ( na verdade , um ano antes dela nos deixar de vez...) , em uma certa manhã  fria e de geada , ao acordar,  eu e meu marido percebemos que 'algo' havia entrado,  durante a noite , em nosso jardim .  Este 'algo'   se encontrava dormindo ,  todo embolado,  dentro da casa de Gubinha lá fora. Era um pequeno gato cinza,  de cerca de uns três meses.

Isso foi em novembro , do ano de 2006.

 

O gato no começo era muito amedrontado , mas com o passar dos dias,  vendo que o estávamos alimentando,  aos poucos foi se chegando.  Duas semanas depois ele já 'fazia contato com a Gubi'  , através das portas de vidro que separam nosso quarto e sala de T.V. , do jardim de fora.  Logo ficou claro que ele desejava se juntar a família e passar a fazer parte dela tambem.

Finalmente , após um mês de contato 'vigiado' através do vidro,  os dois finalmente puderam se encontrar 'ao vivo' .   E assim  os dois passaram a se tolerar muito bem , numa espécie de relação de 'cohabitação'  -  sempre temperado com um pouco de ciúme  por parte do cão ( já veterano naquela casa e família...) e um certo 'respeito'  por parte do gato.

 

Naquela época ,  embora visse com uma certa apreensão aquela bola que a cada mês parecia crescer mais e mais no pescoço de nossa querida Gubinha,  não nos passava pela cabeça que menos de um ano depois ela iria nos deixar para sempre.  Sendo assim,  e pensando que 'gato nunca tinha sido a nossa praia...' ,  tentamos encontrar alguem que se interessasse em adotar a  pequena criatura.

Conversamos com um casal amigo que nos disse ter  dois amigos   ( um casal gay...) , segundo eles  ' apaixonados por gatos e já com larga experiência com felinos...'  que andavam justamente procurando um novo  gatinho  para adotar. 

Perfeito! -  pensamos.  Um casal gay,  apaixonado por gatos,  com larga experiência...( e de quebra sem crianças para infernizar o  bichano...).

Marcamos um dia para eles virem buscar o  felino.  Providenciamos para que levassem sua cama,  ração, brinquedos...etc...  Até arrumamos uma mini-jaula ,  ideal para transportar bichos. Aquele parecia ser  o momento ideal  para nos livrarmos dele ( aliás, DELA !)  :  ainda não tínhamos lhe dado um nome e fazia poucas semanas que estava vivendo conosco.  Era a hora certa , antes de  começarmos a nos apegar ao bicho.

 

O 'casal' veio .  Achou o gatinho bonitinho -  apenas  um pouco esquivo pois assim que eles entraram em seu quarto , o bichinho se escondeu debaixo do sofá,  apavorado.  Apesar de tudo ,  levaram-no.

 

Alívio .  Missão cumprida.  O gato agora tinha um novo lar.  Seria bem cuidado e tudo lá em casa voltaria a ser como antes.  Gubinha voltava a ser nossa  filha única.

 Pois não é que apenas 2 dias depois o casal resolve nos devolver o gato!!

Disseram que o bichinho era anti-social;  que  só ficava escondido  debaixo do sofá e ' não gostava de gente...' Pediram para trazê-lo de volta....

 Fazer o quê?  O gato voltou.

 

Naquele momento eu soube que DEUS quis nos  mandar aquele  'presente' .  De uma certa forma  , Ele  já estava  nos  preparando para a perda que teríamos  no ano seguinte...

Afinal,  quais eram as chances de eu encontrar novamente um cachorrinho abandonado nas ruas , morando em  uma cidade grande em plena  América?  Mesmo no Brasil,  hoje em dia , isso  só acontece nas cidades do interior pois nas grandes metrópolis,  a 'carrocinha'  não deixa qualquer cachorro andando solto  por aí.  (Crianças abandonadas pelas ruas ,   tudo bem.  Cachorros não.  Isto é o Brasil...  ) 

Por outro lado,  sempre tive claro em minha mente que não pretendia comprar um cão de raça,  vendido em alguma loja ou canil especializado.  Se tivesse de ter  novamente outro bicho , teria que ser  , no mínimo, um adotado de um abrigo.  Um outro 'resgatado da vida'...

Então,  quais as chance de um gatinho orfão , dar um jeito de entrar pelo nosso jardim ( cercado) ,  e  ir se instalar na casa de nosso cachorro ?  Com tantas casas na redondeza,  por que logo na NOSSA ?  E por que justo naquele momento de nossa vida ?

Finalmente,  como é que um gatinho tão jovem,  de pêlo cinza , com as patas brancas e os olhos verdes,  meigo e de bom gênio (  afinal, até com o cachorro da casa acabou se entendendo...) pode ter sido rejeitado por pessoas que supostamente - ao contrário de NÓS ! -  'sempre tiveram e adoravam gatos...' ;  além de estarem justamente a procura de um novo mascote  para sua casa?  

 

Sim,  hoje penso que  o destino dele era ficar  mesmo conosco e , de alguma forma,  preencher um pouco do enorme vazio que ficou em nossas vidas depois que nossa Gubinha se foi.

( Não houve clínica especializada em Oncologia canina na cidade que pôde salvá-la  e Deus acabou levando-a para junto de si , menos de um ano depois do  misterioso aparecimento  do gato em nossa casa.)

 

Afinal a gatinha   foi operada ( esterilizada) , ganhou uma coleira e medalha nova e foi finalmente batizada com o nome de Senninha ( pois é rápida e espoleta como só vendo) .

 Durante o dia eu abro a porta de vidro e ela passeia pelo jardim e sobe nas árvores,  ( em especial a que cobre  boa parte de  nosso telhado,  de onde ela tem uma vista 'panorâmica' das redondezas , de cima de  seu galho favorito...)   E , ao contrário do que os amigos de nossos amigos disseram:  ADORA  passar tempo junto das pessoas que cuidam dela!  Então,   é só eu abrir de novo a porta e chamá-la  pra dentro que ela vem correndo ,   louca para entrar dentro de casa novamente e se aconchegar no meu colo,  ronronando enquanto assistimos à  novela na hora do almoço.

 

Senninha agora é parte oficial e integrante de nossa família,  ( sim,  uma família 'childfree' , apenas com os dois adultos e seus  filhos peludos...:-)  

 Estou convencida  de que foi o 'destino' que fez com que ela aparecesse lá em casa naquela noite fria de novembro,  ainda filhote,  menos de um ano antes de nossa Gubinha nos deixar.   ( A verdade é que , fosse ela já um gato adulto ou mesmo um filhote 'de raça' , saído de algum canil ou loja de animais ...,  nós dificilmente  teríamos ficado com ela e  mais provavelmente a teríamos  'passado adiante'..)  

Penso que foi igualmente o  'destino' que fez com que ela parecesse 'anti-social'  para aquele  casal gay que chegou a levá-la para sua casa e depois se arrependeu. 

 Por fim,  para mim , há mais uma coisa que considero 'especial' neste gato:    o fato de que ele  CONHECEU pessoalmente e conviveu durante vários meses com nossa Gubinha  !  

 Desta forma,  cada vez que olho para  o felino,   me lembro  de nossa cadelinha  e sinto como se ela continuasse viva e ainda perto de nós.  Afinal , sempre que nos lembramos de nossos entes queridos ( que já se foram)  ,  estamos de certa forma mantendo-os vivos em nossos corações.

  

Às vezes,  é preciso saber ler nas entrelinhas para ver aquilo que o destino  parece estar  querendo nos mostrar.

Hoje,  as palavras de DESIDERATA  nunca me pareceram tão verdadeiras:

 

" Whether or not it is clear to you, the Universe is unfolding as it should..."