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Parada Essencial

Benvindos ao "Diário politicamente incorreto da Pâmelli" - uma brasileira/americana childfree, residente nos E.U.A. desde 2003 Viagens, cultura, desabafos e muito mais!

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Nos bastidores nada glamorosos da arqueologia

Pâmelli, 24.04.12

 Categoria de Post:  desabafo

 

Hoje é terça-feira – quer dizer,  o dia daquele programa HORROROSO  ,  a tortura-texana do curso de “Field Methods in Archaeology” . 

Pois é.  Hoje é dia de catar minhoca, cacos de vidro e PEGAR PULGAS  das milhares de galinhas  que infestam a fazenda de Boggy Creek, já que a dona ( uma típica bicho-grilo de arrepiar os cabelos de qualquer super-herói) não tem sequer a consideração de prender os galináceos enquanto trabalhamos no seu terreno.  

 

É sério.  Semana passada chegamos em casa com pulgas!!

É mole? ( E olha que temos um gato e cachorro  e nunca tivemos isso aqui antes…). Meu braço está cheio de mini-dentadas.

 

Ontem à noite eu disse ao meu marido:  Que tal matarmos a “aula” de amanhã?

Afinal, sou uma das poucas alunas que ainda não matou nenhum dia de aula naquele curso;  a única que tem entregue os  trabalhos de casa TODA semana. ( E a professora sequer se dá ao trabalho de nos entregar o dever de volta, para sabermos o que fizemos de bom ou ruim nele…  O negócio dela é simplesmente botar a gente agachado no mato, catando os pseudo-artefatos na maldita fazenda!).

 

 Mas meu hubby respondeu que devíamos ir.  ( Esse é o seu lado estóico e ‘americano certinho’;  o que recolhe o cocô do cachorro no jardim do vizinho - mesmo que o "delinquente"  tenha sido o nosso chiuaua , que faz um cocô do tamanho de um amendoim…-   e sai carregando o troço num saquinho  plástico durante dez quarteirões,  até finalmente encontrar uma lixeira!)

   

Resumo da Ópera ( ou melhor,  da tragédia):   Não vejo a hora de terminar esse semestre e nunca mais voltar naquele pulgueiro.

Literalmente!  

 

Agora já sei porque tudo quanto é arqueólogo  tem sempre um aspecto  tão “acabado” e maltrapilho.  É de viver no meio do mato e deserto por aí afora,  fazendo field work  debaixo do sol rachante, e atraindo para si  tudo quanto é tipo de parasita e inseto grotesco que a natureza já  produziu.  Arrreee.