Diário de Bordo- As duas últimas ilhas
Foi na ilha de St. Thomas que passamos a manhã em uma das praias mais perfeitas de todas as que até então havíamos visitado no Caribe. ( E eu que pensava que não poderia encontrar uma ainda melhor do que a de Mullins Beach, em Barbados!)
Segundo o meu fiel guia Eye-Witness, a ‘praia mais popular com o turistas’ era a de Magens Bay ; já ‘a mais popular com os habitantes locais’, era a de Brewer’s Bay . Naturalmente, foi para esta segunda que seguimos.
Brewer’s Bay , ao contrário de Magens Bay, não tem qualquer infra-estrutura como restaurantes, hotéis , bares, aluguel de barracas etc. . Aliás, o motorista da van ficou bem surpreso quando lhe pedimos para seguir para lá, ao invés da outra praia, e nos perguntou como tínhamos ficado sabendo daquele local – o que me fez pensar que os nativos de St. Thomas provavelmente preferem ver os turistas seguirem para a tumultuada Magens Bay, e guardam a paradisíaca Brewer’s Beach para si ! lol . E de fato, a praia estava praticamente deserta ( é verdade que era uma terça-feira), com apenas uma meia dúzia de habitantes locais ao longo de toda sua extensão.
Brewer’s Beach não é o tipo de praia para quem gosta de ficar bebendo cerveja, esparramado em uma cadeira e debaixo de uma barraca. Aliás, de construção ali mesmo, havia somente uma casa pública , com banheiros e ducha. Mas, se você gosta mesmo de nadar, tomar banho de sol e caminhar pela orla em um lugar sossegado e longe da multidão , ali é literalmente a sua praia !
Nossa ‘infra-estrutura’ em Brewer’s Beach consistia apenas de nossas toalhas ( que colocamos ao lado da cadeira elevada do salva-vidas e assim pegamos uma sombrinha…) e duas garrafas d'água ( que sempre levamos quando saímos em nossas explorações fora do navio). Mas era tudo o que precisávamos .
Ai, que praia. Que sossego, que mar, que areia, e que limpeza! Simplesmente PER-FEI-TA.
Alí conhecemos um salva-vidas muito simpático e educado, que nos falou sobre a ilha, a faculdade local ( logo ali , na praia,imaginem ! Lol) e nos indicou um restaurante de comida caribenha, para quando fôssemos mais tarde almoçar na cidade.
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A ilha de St. Thomas faz parte das Ilhas Virgens americanas e de fato, é como se estivéssemos em uma parte dos E.U. No passado pertenceu à Dinamarca, mas em 1917 foi comprada por 25 milhões de dólares - e cá entre nós, acho que os americanos fizeram uma ótima compra!
Foi com pena que lá pelas duas da tarde deixamos nosso paraíso de Brewer’s Beach , mas como queríamos conhecer um pouco a cidade , tomamos uma ducha ali mesmo na praia, nos secamos e pusemos roupas frescas antes de pegarmos novamente a van de volta.
A capital de St. Thomas se chama Charlotte Amalie e é uma linda cidadezinha de cerca de 20 mil habitantes, com uma longa e animada avenida a beira mar.
Ali havia uma espécie de ‘Feira Hippie’ , onde eu aproveitei para comprar um colar de prata com a conhecida pedra na região - a Larimar- , que tem o azul do mar do Caribe.
Por toda a cidade, e principalmente na segunda rua paralela à da praia ( a rua comercial) , cruzamos com milhares de turistas do mundo todo, entrando e saindo das lojas ( a maioria delas joalherias, inclusive uma H. Stern! ) Sim, pelo visto, as compras ( principalmente de jóias) ) são o Big Deal em St. Thomas. Ou talvez não. Talvez o Big Deal mesmo sejam os bancos mui amigos de certos tipos de clientes...
Eu explico.
Nos poucos minutos que passamos cruzando a rua comercial, pudemos ouvir várias pessoas falando português ( do Brasil) .
Por que será? - pensei intrigada. O que será que tanto turista brasileiro vem fazer por aqui?? Foi aí que me lembrei que ali é nada menos do que a região do globo CHEIA de ‘paraísos fiscais’, incluindo as próprias Ilhas Virgens Americanas! Sendo assim, não duvido nada que muitas daquelas pessoas que ouvimos falando português nas portas das lojas e joalherias de St. Thomas , tivessem os sobrenomes Calheiros, Sarney, Maluf e Collor de Melo.
E por que não? Você deixa um ‘dinheirinho esperto’ em algum banco de uma dessas ilhas paradisíacas ( tanto no sentido literal , quanto fiscal...) e depois segue para as joalherias de St. Thomas para levar uns 'souvenirs' pra casa. De preferência, cravejados de esmeraldas e diamantes negros.
Afinal , já famintos, seguimos para o tal restaurante caribenho recomendado pelo salva-vidas em Brewer’s Beach e lá comemos um prato de camarão ao curry e frango ensopado. O lugar se chamava ‘Cuzzins’ e ficava na Back Street ( a terceira paralela à praia) e estava bem animado, cheio de turistas e tambem com habitantes locais.
Por fim, seguimos até o famoso Forte Christian de Charlotte Amalie - uma bela construção de 1671 , com a fachada vermelha , e que hoje em dia abriga a biblioteca da cidade .
Sim, a Ilha de St. Thomas é certamente uma pequena jóia na região do Caribe e um must-see/ must-visit ( Independente de qual seja o seu sobrenome...).
Half-Moon Cay
Por fim, a última parada em nosso cruzeiro foi na ilha das Bahamas de Half Moon Cay.
A coisa interessante alí é que trata-se apenas disso – uma ilha. Não há cidade para se visitar. Nem creio que haja algum hotel ou resort. ( Pelo menos não vimos nenhum).
Half-Moon Cay aparentemente pertence à Holland America e parece ser usada como uma espécie de ‘ilha particular’ da companhia.
Seja como fôr, o fato é que ali nós descemos de barca ( o navio não tinha propriamente um porto para atracar) e passamos o dia inteiro na praia. Esta tinha toda a infra-estrutura necessária : bares, restaurantes, cadeiras, barracas , banheiros e até uma lojinha de souvenirs.
Em Half Moon Cay , o Amsterdam nos ofereceu um ‘churrasco’ no estilo self-service , de forma que ninguem precisou voltar ao navio para comer.
Ali nós caminhamos ao longo de toda a praia , que é em forma de meia lua , ( daí o nome de Half Moon Cay) , avistamos alguns turistas andando a cavalo ( no final da praia) , passeando de hobie cat ou praticando o parasail. Em suma, um dia perfeito, em uma ilha perfeita.
Conclusão: Agora eu sei porque algumas pessoas, que passaram no Triângulo das Bermudas, foram e nunca mais voltaram.