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Parada Essencial

Benvindos ao "Diário politicamente incorreto da Pâmelli" - uma brasileira/americana childfree, residente nos E.U.A. desde 2003 Viagens, cultura, desabafos e muito mais!

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Diário de Bordo: a primeira ilha

Pâmelli, 10.01.12

Categoria de post:  viagem, diário

 

Nosso cruzeiro incluiu algumas das mais belas e interessantes ilhas do Caribe,  entre elas:  Saint Maarten,  Saint Lucia, Barbados, Martinica,  Saint Thomas e Half Moon Cay,  nas Bahamas.

Nosso navio era o  ‘Amsterdam’ , da companhia  Holland America -aliás,  excelente.

De todos os cruzeiros que fizemos até hoje -  no Costa ( italiano) pelo Mediterrâneo,  e no Carnival (americano)  no Golfo do México -  esta companhia holandesa é de longe a melhor.   Pra começar,  o navio tem a metade do número de passageiros dos outros ( apenas 1380),  o que significa que a ‘galera’  a bordo é bem mais seletiva.  Nada daquelas mega famílias (usando tamanho GGG…)   dos navios Carnival, com o povo se acotovelando desesperadamente envolta do buffet!  Ok,   você  paga um pouco mais,  mas viaja com gente de outro nível e em cabines ( mesmo as mais simples) muito maiores e confortáveis.   Não há tumulto nem povaréu em nenhum local do navio.   ( Sossego bendito no terceiro deck - o dos botes salva-vidas...{#emotions_dlg.smile})  Há ambientes para todas as faixas etárias, mas nenhuma área específica para crianças – o que deve explicar o fato de terem pouquíssimas delas  a bordo.  Já o pessoal  jovem ( na faixa dos vinte anos), fica  principalmente  no andar de cima, onde há uma discoteca.  Quer dizer, melhor  do que isso, só mesmo o ‘Chilfree Jazz Cruise’ , LOL  -  que  , ao que  parece, tambem faz cruzeiros pela região do Caribe , saindo de Miami.  (Fiquei sabendo disso em um dos  childfree sites que costumo frequentar e taí  uma coisa que definitivamente deve ser investigada!! )

Finalmente,  a tripulação era 99%  indonésia  e muito gentil e prestativa.

 

Mas,  falemos sobre as ilhas caribenhas...

Nossa primeira parada  foi em St. Maaten – ou Saint Martin -  dependendo de que lado da ilha você esteja , o holandês ou o francês. 

Pois é,  a ilha foi colonizada tanto pelos holandeses quanto os franceses e no final das contas acabou sendo igualmente dividida!  ( Bem que eles  tentaram fazer o mesmo  no nordeste brasileiro, mais ou menos pela mesma época, os 1600’s…)  

A capital do lado francês é a charmosa Marigot ,  onde naturalmente a língua é o francês e o ambiente  é o de  uma ‘França com pitada  caribenha’.  Alí sentamos em um café para tomar sorvete e depois seguimos para uma boulangerie , onde meu marido sempre tem de comer uma  ‘baguete verdadeira,  do jeito que só francês sabe fazer’ . {#emotions_dlg.tongue}

Ainda no lado  francês da ilha  fomos até a praia de Orient Beach ( Baie Orientale)  , de mar muito azul mas com  ventos fortes.  É  ideal para quem gosta de praticar o windsurf  ( ali tem equipamento para alugar), mas não para quem gosta de nadar em praia sem vento e sem ondas.

Depois seguimos para o lado holandês ( onde nosso navio havia atracado) e conhecemos a capital , Phillipsburg.  Tudo muito colorido,  cheio de barraquinhas de souvenirs e, alí sim,   uma boa praia para se nadar -  a Great Bay Beach. 

 

Marigot ( a capital francesa) é claro,  fez mais a minha cabeça.   Contudo,  Phillipsburg ( a holandesa)  nos pareceu mais limpa e  um pouco mais  desenvolvida. 

Minhas impressões:   embora a topografia lembre muito o Brasil ( afinal o Caribe já está nos trópicos) , os morros alí ainda estão com 99%  de sua vegetação nativa preservada  e detalhe:  não há uma única favela a vista ;  apenas umas poucas e boas casas nas encostas.

As estradas entre as cidades não são  limpíssimas como nos E.U.  , mas são  MAIS  limpas do que nos balneários brasileiros e nunca chegamos a ver lixo amontoado ao lado delas.  

Conclusão:  O Caribe,  entre as ex-colônias européias nas Américas,   é uma espécie de ‘Segundo Mundo’ –   uma ponte entre o Terceiro ( incluindo o Brasil)  e o Mundo Desenvolvido.

 

Então fica a pergunta:  Será que Calabar não  tinha razão em preferir que o Brasil fosse colonizado pelos holandeses?

Segundo o autor Romeu de Avelar,  em seu livro ‘Calabar’ (  primeira edição de 1938 e a última  em 1973 - hoje infelizmente  indisponível no mercado literário…), o valente cabo de guerra brasileiro bem que sabia o que estava fazendo quando se voltou para o lado dos holandeses…