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Parada Essencial

Benvindos ao "Diário politicamente incorreto da Pâmelli" - uma brasileira/americana childfree, residente nos E.U.A. desde 2003 Viagens, cultura, desabafos e muito mais!

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Depois de Mrs. Pain, mais uma professora maluca...

Pâmelli, 21.06.11

 

Neste  verão, ao contrário do ano passado quando tomei três  cursos no Community College (e quase morri de estafa!) , resolvi fazer apenas dois cursos :   Composition 1 ( Dissertação)  nas primeiras 6 semanas, e World and Regional  Geography ( Geografia  mundial e regional)   nas últimas 6.

Mas nossa,  que coisa mais chata essa Compositon 1!

Nunca vi um curso tão medíocre e com  tantas regras inúteis!

E o pior: ninguem precisa saber escrever ou ter a menor imaginação pra passar no curso de Composition 1 do Austin Community College ;  basta você ter tido um treinamento intenso  de vida militar – no estilo de Cuba ou da Velha União Soviética !- e saber seguir as regras da professora à risca! 

É sério.  Um grandissíssimo PORRE e uma  perda inútil de tempo

Mas,  como o curso é obrigatório e faz parte de qualquer programa que você escolha  na universidade,  tive que me submeter , engolir todos os sapos e aceitar o inaceitável.( Bem, pelo menos acabou e agora,   espero, ter mais sorte no próximo curso  que começa semana que vem…)

 

Sinceramente,  este curso foi pior ainda do que os de matemática - que fui igualmente obrigada a tomar.    ( Pelo menos naqueles eu padeci mas  aprendi alguma coisa. Já nesse,  NECAS!)  Minha escrita não melhorou ( talvez tenha até piorado com tantas regras ridículas que tive de adotar ao escrever a mais simples dissertação…), nem tampouco minha gramática ou vocabulário.  URGH!

 

O enigma de Professor S.:

 A  professora de Composition  1 , é  para mim, de certa forma   um enigma.

Ela é petite ( deve ter um metro e meio), magrinha,  clara de pele e olhos.  Tem cerca de uns cinquenta e poucos anos e é solteira.  ( Até aí,  nada demais.)

Mas…

Já no  primeiro dia de aula, achei uma coisa ‘meio estranha’ e até comentei com meu marido.

Acontece o seguinte:  este curso  de Composition   é designado especialmente às pessoas cuja língua nativa não é o ingles.  Apesar disso,  a maioria alí fala  muito bem e com pouquíssimo ou quase nenhum sotaque – afinal estamos na faculdade.

 Já no primeiro dia, eramos uma turma pequena – umas 12  pessoas.  A maioria mulheres  hispânicas, uns dois rapazes ,   uma vietnamita e eu.  Mas o que me surpreendeu na atitude da professora de ESL  ( inglês para NÃO americanos nativos…) foi a sua TOTAL falta   de curiosidade em relação aos seus alunos. Durante  todo o curso de 6 semanas, ela jamais  perguntou à ninguem de onde ele ou ela  vinha ou qual era a sua primeira língua ( A meu ver,  que tambem sou professora de línguas,  algo que deveria ser uma  pergunta bem óbvia - principalmente  em se tratando de um curso de composição em inglês PARA ESTRANGEIROS ).

Típica falta de interesse e de cultura de americano – pensei. 

Mas ainda assim, o fato de Professor S.  ser professora de ESL ,  deveria ter lhe causado algum interesse cultural por aquelas pessoas.  E depois então,  quando descobri que a mulher tinha ascendência alemã e falava a língua de Goethe,  aí é que fiquei ainda mais surpresa com o seu desinteresse!

 

Afinal,  embora a maioria de meus colegas fossem  hispânicos,  nem todos eram do México.  Havia até uma moça cubana que se sentava ao meu lado ( e que acabou até virando minha amiga), sem falar em uma brasileira e uma vietnamita.   Agora, vai me dizer que isso não é no mínimo estranho?

 

A verdade é que as primeiras impressões  que temos das pessoas  ( principalmente as negativas…), normalmente se confirmam mais cedo ou mais tarde.   

As semanas se passaram e eu  logo percebi que ,  saber escrever duas frases fazendo sentido e possuir uma ortografia e gramática decentes  não eram, absolutamente,  importantes neste curso. O negócio era saber seguir as ridículas  regrinhas impostas pela professora maníaca ( e que, eu tenho minhas sérias dúvidas,  realmente façam parte do programa…) , timtim  por tintim,  palavra por palavra,  ao se  interpretar qualquer texto que nos fosse dado.  A prova,  é que a aluna que mais se seu bem no curso foi justamente minha colega de mesa,  a cubana!  (Uma moça, diga-se de passagem,  muito simpática ,  mas com um inglês deplorável , tanto do ponto de vista da gramática, pronúncia, fluência e vocabulário.) Mas afinal, depois eu pensei,   ninguem no mundo deve saber seguir regras melhor do que os cubanos.  É isso,  ou então El Paredón!! 

 

Mas voltando à Professor S…

Outro “mistério” da sua personalidade,   é o fato dela se vestir bem , gostar de animais e literatura – e apesar disso , ser do jeito que é! Lol    Ora, eu sempre imaginei que quem tivesse bom gosto para se vestir,  gostasse de animais e literatura SÓ PODERIA SER UMA PESSOA RAZOÁVEL E COM UM MÍNIMO DE FLEXIBILIDADE!  (Ah, mas aí talvez seja o ponto onde entra o seu DNA alemão…)

 

A baixinha é  uma verdadeira nazista no que diz respeito à ordem, sequência e maneira de se interpretar  ou mesmo escrever seu próprio  texto.  Ou você faz a coisa EXATAMENTE conforme suas regras,  ou, não  importa se tenha analisado bem ou corretamente o artigo ,  se sua escrita e gramática estavam corretas… BOOM! -  é bomba na certa.

 

E a conclusão:

Então na última semana de aula  , ao ir até o seu escritório no ACC para pegar o meu passe para fazer a prova no Testing Center , eu pude perceber, (para a minha total surpresa!)  , o verdadeiro CAOS que é a sua sala!  Livros, cadernos e toda a espécie de tralha que se possa imaginar espalhados por todos os cantos: nas estantes, mesa, cadeiras e até no chão.  Tudo imundo e completamente desorganizado.   Um verdadeiro pardieiro!   ( E tudo isso para alguém tão inflexível e cheia de  regras  na hora da escrita…).  

Por fim,  em um dos nossos últimos dias de aula,  Professor S.  nos disse que morava em um apartamento com QUATRO  gatos . Mais:   que  estava pretendendo pegar um cachorro pra criar tambem!

Pois é.  Depois dessa eu só pude lhe coroar de vez como Dona Marie ( seu primeiro nome), a Louca.

 

Ora,  quem  lê o Parada,  sabe que ninguém é mais parcial aos bichos do que eu.  Que simpatizo bem mais com eles do que com a maioria das pessoas e dou a  MAIOR FORÇA para que mais gente adote animais ( principalmente os que estão jogados nos abrigos e ruas…)   e , de preferência, que   tenham menos filhos.  Mas cá entre nós… QUATRO  gatos em um apartamento ( e ainda por cima querendo adicionar um cão à equação...)  ,  não pode ser um bom indício da sanidade  mental  de uma pessoa. 

 

No final das contas, acho que o enigma de Professor S. , de alguma forma , se explicou.

A mulher só pode  ser mesmo maluca.  Mais uma pra minha coleção.