NYC -Primeira Parte - A Coleção de Henry Frick
Esta foi minha terceira vez em NY.
Infelizmente minhas visitas à Big Apple são sempre curtas - de 3 ou 4 dias- , por isso sempre procuro delinear mais ou menos aquelas coisas 'essenciais' que pretendo fazer durante minha viagem.
Desta vez fomos com meus sogros ( da primeira vez tambem, e da segunda estive lá sozinha...), partindo de trem da cidade de Columbia onde eles moram.
A viagem dura pouco mais de duas horas e eu ADOREI andar no Amtrak ( o trem americano), que aliás, achei bem mais confortável e agradável do que os trens na Europa. ( Acontece que os americanos são bem MAIORES e MAIS GORDOS que os europeus , portanto as poltronas de seus trens são igualmente maiores e mais espaçosas! lol ( Vantagem pra quem faz o gênero 'petite' , como eu, hehehe...)
O mesmo se passa com os banheiros à bordo , e tambem com a área do café...)
Anyway...
O fato é que , ao contrário da maioria das pessoas ( e principalmente da maioria dos brasileiros!) que vão à Nova Iorque... as COMPRAS nunca fizeram parte indispensável de meu programa.
Meu pensamento é o seguinte: ' Não preciso ir à Nova Iorque para fazer compras! '
Na cidade onde vivo já tenho acesso a praticamente todas as principais lojas americanas que se encontram na Big Apple, das mais chiques e caras ( Neuman Marcus, Saks, Louis Vuitton, Nordstrom etc... ), passando pelas medianas ( Victoria Secret, Ann Taylor , Dillard's , Macy's ...) até às mais baratas e populares ( Wal-mart, Ross, JC Penney , Target e Sears... ) Além do mais, deixando de lado a idéia das compras, posso me dar ao luxo de viajar com uma mala pequena e na volta para casa não preciso carregar uma MONSTRUOSIDADE , cheia de coisas que poderia comprar por aqui mesmo!
Afinal, uma mala é sempre uma mala...
Minha idéia , portanto, ao ir à uma cidade como N.Y. , é poder ver e experimentar as coisas que SOMENTE se possa fazer in loco! Coisas por exemplo como visitar o Museu do Metropolitan, assistir à um show de jazz no Village ou um musical da Broadway...
Nesta viagem ,meu marido infelizmente teve de trabalhar no hotel durante os dois primeiros dias.
Looking at the bright side, contudo, isto me deu a chance de seguir por conta própria para os meus programas preferidos sem precisar 'negociar' com o resto do grupo o que cada um queria fazer.
Como meus sogros resolveram voltar à Chinatown ( que eu já tinha conhecido durante minha última visita ) segui então sozinha em direção ao Metropolitan Museum of Art .
( Nota: estávamos hospedados na West 46th Street e o museu fica pela altura da rua 82. Apesar disso, resolvi que caminharia a distância pois havia muito o que se ver pelo caminho ...)
Minha ideia original era passar pelo menos a manhã inteira no Met. Mas enquanto caminhava pela Quinta Avenida ao longo do Central Park de repente descobri o prédio do Frick Collection no meio do caminho!
Ora , pensei, do que se trata isso?
No dia anterior a madrasta de meu marido havia me perguntado se eu pretendia ver a coleção do Frick e eu não soube lhe responder pois não sabia exatamente do que se tratava. Pensei então que valia a pena fazer um pit-stop por lá antes de seguir para o Met...
Henry Clay Frick - este é o nome do magnata americano que formou o fantástico acervo de obras de arte hoje conhecida como a Frick Collection de Nova Iorque.
Ao morrer, deixou não apenas sua coleção de arte mas tambem sua belíssima casa na 5th Avenue para a cidade de Nova Iorque!
A construção é de 1914 mas o interior é como a casa de uma família abastada da Inglaterra ou França no século 18. Lindos tapetes, móveis e porcelanas adornam os diferentes aposentos da casa, incluindo a sala de jantar, de estar e a biblioteca. Sua incrível coleção de pinturas européias inclui Vermeers, Turner, El Greco, Jan van Eyck, Gainsborough, Degas, Monet, Goya, Rembrandt e muitos outros!
Um curto documentário nos conta a estória de Henry Clay e do amor e orgulho que tinha por sua coleção e uma visita à sua casa é um verdadeiro must para qualquer apreciador de arte, bom gosto e savoir-vivre.
Lá eu passei cerca de duas horas - tempo suficiente para se conhecer bem o museu e todo o seu acervo.
Infelizmente, ao contrário dos outros museus da cidade, no Frick não se pode fotografar NADA - nem mesmo sem flash!
Ah, quem dera que mais milionários ao redor do mundo ( e no Brasil, em especial...), ao invés de passarem boa parte de suas vidas colecionando modelos siliconizadas , carros esportes e lanchas poderosas, volta e meia se inspirassem no exemplo deste homem excepcional ! Alguem que certamente soube aproveitar bem o dinheiro que ganhou , mas ao morrer, deixou para nós, reles mortais, um pouco de seu luxo, de sua cultura e de sua inspiração.
Eis um belo exemplo de amor e patriotismo, de sabedoria e generosidade para com o seu país, sua cidade e o seu povo!
Thank you , Henry Clay Frick.