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Parada Essencial

Benvindos ao "Diário politicamente incorreto da Pâmelli" - uma brasileira/americana childfree, residente nos E.U.A. desde 2003 Viagens, cultura, desabafos e muito mais!

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Sorria, você está na Flórida!

Pâmelli, 16.03.14

St. Augustine

Durante a semana de Spring Break  fiquei em St. Augustine,  a cidade mais antiga dos E.U.A. ( fundada em 1565 – a mesma data de fundação da cidade do Rio de Janeiro,  imagina!) e que fica na costa do Atlântico.  (Para saber mais , veja os posts que escrevi aqui no blog com tags de "Flórida" ou em maio de 2010…)

 

Meu marido aproveitou os dias que fiquei lá para  visitar sua mãe  nos arredores de Tampa,  cerca de 4 horas de lá.  E levou a pequena figura - ,lol , já que o local onde minha sogra  mora é simplesmente um paraíso para os cães :  o condomínio é fechado,  super arborizado, rodeado de campos de golfe  e livre de crianças! (Na verdade trata-se  de um retirement community ,ou um “condomínio para aposentados”) .

O fato é que a Lila (mistura de chiuaua e rat terrier)  é traumatizada com crianças e foi claramente abused  por seus antigos donos :  a “família flip-flop e sua “prole do terror”, que depois de a torturarem, a abandonaram  no abrigo de animais  de onde a resgatamos 5 anos atrás.

Nota: eu costumo chamá-los de “família flip-flop” pois  estou  certa de que era o tipo de gente, bem brega, que só  vive de chinelo de dedo.  Os biltres certamente  deviam usá-lo como “corretivo” no cachorro sempre que este fazia alguma “besteira”.  Isto explicaria , entre outras coisas,  a IMPLICÂNCIA que a Lila tem com chinelos de dedo (os flip-flops).

Anyway,  os dois se foram para o outro lado da península, e eu fiquei no meu apart,  na minha cidade preferida, aproveitando a praia todos os dias! {#emotions_dlg.smile}

No primeiro dia fui à praia em Vilano Beach , que é  a mais próxima de minha casa.  No segundo,  dirigi até os arredores de Jacksonville ( a maior cidade da região e cerca de meia hora de St. Augustine) e segui até a praia de Ponte Vedra.

A praia em si é a mesma de Vilano,  mas Ponte Vedra é um local bem mais  upscale,  com belas casas e alguns condomínios de luxo.  Outra coisa interessante que descobri por lá:  foi o local onde Ponce de Leon supostamente desembarcou, quando descobriu a Flórida em 1513. 

Exatamente neste local e latitude/longitude. 

  Eis sua estátua e o monumento colocado lá em 2013, celebrando  os 500 anos do descobrimento. 

Pois é.  A Flórida foi descoberta 13 anos depois do Brasil!  lol

 

 Outra coisa que fiz questão de conhecer em Saint Augustine desta vez foi o cinema da cidade. (Eu adoro cinema e sempre que chego num lugar, tenho que descobrir onde fica o “cineminha local”…)

Já  sabia que existia um em Saint Augustine, mas nunca tinha ido. Afinal,  descobri que ele fica na rodovia 207, em um grande complexo chamado Epic Cinemas e com 16 salas de projeção!

O filme que assisti foi “Son of God” -  a mais recente estória de Jesus e que aparentemente foi tirada de uma série de T.V. chamada "The Bible". Gostei,  principalmente do ator português, Diogo Morgado, ( belíssimo por sinal!) e que faz o papel de Jesus. lol

 

 Na quarta-feira à noite meu hubby voltou e  saímos para jantar na mais nova steakhouse de St. Augustine , a “Centro” .   A comida é boa, mas nada de excepcional.  Contudo,  o “ambiente” é nota dez , com música ao vivo e  um bom pianista tocando todos os clássicos Americanos como  “As time goes by” , “Moonlight Serenade” e “ I left my heart in San Francisco”. Só que depois das dez chega a “galera do merengue” e avacalha com  tudo!  A música fica alta e o ambiente decai consideravelmente (com aquelas tipinhos falando Spanglish bem  alto e requebrando as ancas diante da sua mesa…).  Arree!

Felizmente , como já tinhamos comido, pedimos a conta de demos o fora.  (Just in time!)

 

No dia seguinte  conhecemos a Villa Zorayda,  um dos vários museus da cidade e certamente um dos mais interessantes.Trata-se de uma villa do século 19 , construída por um milionário de Boston , e que era usada como “residência de verão”.  Mas o mais interessante é que o homem era apaixonado pelo castelo de Alhambra , em Granada, então mandou construir  sua mansão inspirada  nele!

Dentro,  a decoração consiste de vários móveis e preciosidades mouriscas e orientais, mosaicos e azulejos antigos trazidos da Espanha e até um tapete egípcio,  feito de pelo de gato e com mais de dois mil anos!  Ou seja:  a Villa Zorayda é definitivamente um must a ser visitado em Saint Augustine.    

 

Por fim na sexta começamos  a dirigir de volta ao Texas. *suspiro*

Contudo,  antes de deixarmos o  Sunshine State, fizemos uma parada nas praias de Grayton Beach e Destin, na região da Flórida conhecida como o Panhandle, no Golfo do México.

 

Grayton Beach

 

 

Esta é sem dúvida a praia mais perfeita em toda a Flórida e a água é tão limpa que você pode até usar pra  fazer gargarejo!  lol

Fica  no Parque Estadual de Grayton Beach (Grayton Beach State Park)  e é  a coisa mais linda,  com sua areia branquíssima (que até estala quando você pisa…) e o mar cor de esmeralda.  Aliás, não é a toa que  esta região se chama Emerald Coast!

No fim da tarde   descobrimos um ótimo lugar  ( “The Red Bar”) no vilarejo de Grayton Beach  para jantar e ouvir música.  Os pratos de peixe e bolinhos de siri (crab cakes) estavam muito saborosos e bem preparados,  e havia até um conjunto de jazz/bossa nova!

 O dono do Red Bar é um  belga e a “conexão francesa” está bem clara em vários posters e avisos  no local.   O ambiente é informal e bem descolado.  Mas prepare-se para esperar um bom tempo  na fila pois o lugar é bem popular com os locais!

Se quiser se hospedar por ali,  além de  Grayton Beach (que tem apenas umas poucas pousadas…),  os balneários de Fort Walton Beach,  Destin ou Seaside , a poucos quilômetros do parque, oferecem várias opções de hotéis para  todos os  gostos e preços.

A única coisa é que,  ao contrário da praia em St. Augustine,  nesta região da Flórida não se pode levar cachorro para a areia.  (Como não estava quente,  deixamos a Lila dormindo no seu crate, dentro do carro , com as janelas abertas).

 

Agora  estamos novamente  com o pé na estrada,  rumo ao Texas e o dia  fechou e começou a chuviscar.  A Flórida parece triste porque estou indo  embora…lol

Mas eu continuo sorrindo.  Pelo menos até cruzarmos a fronteira  com o Alabama…

 

 

 

 

De novo rumo à Flórida

Pâmelli, 10.03.14

Yehei, we’re on the road again!

 Ontem depois de dirigirmos o dia todo (cerca de 10 horas!) através do Texas e da Louisiana,  afinal chegamos  em Gulport , no estado do  Mississippi.  Nosso destino final é naturalmente a Flórida – e desta vez ficaremos no meu próprio apart em St. Augustine!

Acontece que minha inquilina resolveu não renovar o  contrato após um ano - e eu não achei  nada ruim já que  o timing não poderia ter sido melhor :  esta semana é Spring Break (a semana de ‘férias’ nas universidades americanas e que marca o começo da primavera) e como meu marido agora é um “desempregado voluntário”, lol  (depois de quase quinze anos ele finalmente  se livrou da Dell Hell…) , aqui estamos nós,  na estrada e rumo ao belo Sunshine State.

 Nossa parada em  Gulfport fica exatamente na metade do caminho de nosso percurso.  Como desta vez trouxemos a pequena figura   (Lila),  não pudemos ficar no nosso hotel preferido (o Holiday Inn Express),  na Praia de Long Beach . Pois é.  Tivemos de nos contentar com um mais moquifo -  o Ramada, de Gulfport -  que aceita hóspedes do gênero  “Canis”.

 

Os balneários de Gulfport e Biloxi são bem próximos um do outro e dividem a mesma longuíssima  praia (que está sempre deserta! lol)l   O primeiro é o “primo pobre” do segundo,  que por sua vez possui  vários hotéis-cassino, além de alguns marcos turísticos da História Americana durante o período da Guerra Civil ( 1861-65).  Se tivesse de fazer  uma comparação com o Brasil e o estado do Rio, eu diria que Gulfport é a  “Rio das Ostras” e Biloxi a “Búzios” da Costa do Sol brasileira.   Só que com CASSINOS, pois no estado do Mississippi,  assim como na Louisiana, o jogo é legal. 

Sim,  Biloxi é uma espécie de  mini Las Vegas no Golfo do México. {#emotions_dlg.happy}

 

Ontem à noite,  graças ao meu excelente guia Eyewiteness (que nunca me decepciona),  descobrimos um ótimo e charmoso restaurante  em uma ruazinha histórica , em frente aos enormes Hotéis–Cassino Beau-Rivage e Hard Rock. Uma bênção! - ainda mais depois de mais de dez horas de viagem só comendo nos Waffle Houses e Subways  no meio da estrada.  Quelle difference!

 Já passava das oito da noite quando chegamos ao hotel em Gulport.  Então  tomamos uma doucha vapt-vupt e seguimos até Biloxi, onde para a nossa surpresa,  o restaurante  “Mary Mahoney’s Old French House” não só estava aberto (afinal isto aqui é a América e o Americano  costuma jantar cedo…), mas tinha lugar para nós,  mesmo sem reserva.  Que sorte, pois afinal estamos falando de um lugar com meio século de tradição! (É sempre bom lembrar que  na América,  qualquer lugar com  mais de 20 anos de existência já é considerado “histórico”,  lol).

Mas neste caso é mesmo: 

A construção do restaurante atual data de  1737 ;  da época quando toda  esta região dos E.U. pertencia à França!   Foi só em 1803 que os E.U.A. compraram o território – o Louisiana Purchase – de Napoleão, que estava falido com todas suas guerras na Europa e precisando de dinheiro.  ( O babaca vendeu um território que hoje engloba perto de 15 estados americanos ( 1/3 total dos E.U.A.!) por meros $15 milhões, pode?)

Anyway,  a casa  foi construída para  um colono  francês chamado  Louis Frazier e na época já era um “elegant  outpost of European culture” .  De fato ela lembra muito as belas e antigas  casas, com o  pé-direito alto, do Vieux Carré de New Orleans.

 A família Mahoney , (já na terceira geração…) adquiriu a propriedade em 1964 e então abriu o restaurante , que este ano  celebra seus 50 anos. (How cool is that, huh? )

 A comida é no estilo de New Orleans (que lembra a comida baiana no Brasil, com especialidades em frutos do mar e com alguns pratos picantes).  Ontem eu fiquei com o suflê  duplo de siri e camarão  e meu hubby pediu a truta que vinha acompanhada de massa com molho étoufée (uma especialidade da Louisiana).  Tudo aliás excelente e muito bem servido.

 Finalmente,  hoje de manhã  antes de seguirmos viagem,  demos um pulo até a longa praia de  Gulfport/Biloxi e lá eu trotei na areia durante vinte minutos acompanhada do ratinho preto e branco do deserto de Chiuaua. Lol   Meu hubby, que ainda está se recuperando de um resfriado,  preferiu descansar no carro.

A temperatura está por volta dos 20 graus e o dia está lindo.  Nada como passar a semana de Spring Break na Flórida.  Aliás,  por que não o ANO TODO?  Lol

 

Nota: 

Os Americanos adoram sacanear o Sunshine State,  dizendo que é o um estado “cheio de velhos reumáticos” .  A mais recente gozação veio com o  filme  “Last Vegas”, onde o Kevin Kline  “coitado”,  parece muito entediado em morar na Flórida. (Tambem o filme tem Las Vegas como o seu palco principal...) 

   De fato, muitos  aposentados resolvem  se mudar para a Flórida. (Eles bem sabem o que é bom!)  e por isso o estado  é cheio de retirement communities ( condomínios fechados para pessoas aposentadas), assim como o que mora minha sogra.

  E daí? – eu pergunto.   SORTE  das pessoas que podem se mudar pra lá algum dia! (Mesmo que seja já no final da vida…)

 Pra mim , este tipo de “desprezo” no fundo  reflete mesmo é aquele velho ditado:

 "Quem desdenha, quer comprar”.