Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Parada Essencial

Benvindos ao "Diário politicamente incorreto da Pâmelli" - uma brasileira/americana childfree, residente nos E.U.A. desde 2003 Viagens, cultura, desabafos e muito mais!

Parada Essencial

Benvindos ao "Diário politicamente incorreto da Pâmelli" - uma brasileira/americana childfree, residente nos E.U.A. desde 2003 Viagens, cultura, desabafos e muito mais!

D.C. - uma das belas capitais do mundo.

Pâmelli, 15.10.13

Afinal hoje volto aqui para postar  as fotos de minha mais recente  viagem à Washington- ou D.C. , como os americanos preferem chamar sua capital.

 

No dia antes do casamento no campo,  mais uma vez “fugi” de Columbia  no commuter bus ( que sempre pego em frente ao Shopping de lá) ,  até a cidade , onde  passei o dia.  

Ah, Washington é definitivamente uma das grandes e belas capitais do mundo!   Uma cidade imponente, cheia de avenidas largas , de prédios históricos e com  uma elegante arquitetura neoclássica.  E tem muita,  muita cultura e museus maravilhosos.  Não deixa nada a dever à Londres, Paris ou Madri.  Sério.  É apenas uma cidade mais ‘jovem’.

No dia que estive lá o governo ainda continuava fechado, no seu ridículo shutdown,  devido à pirraça dos republicanos. (Aliás, enquanto escrevo estas linhas o impasse continua, agora agravado pela ameaça do calote da dívida americana...) .  Portanto desta vez não pude visitar nenhum dos museus do Smithsonian Institute , como sempre costumo fazer. ( Era a minha intenção conhecer o  American-Indian Museum ,   que tem uma arquitetura super interessante , tipo ‘adobe’ , e dizem,  possui  o melhor restaurante de todos os museus no Mall).

Mas meu dia foi LONGE de tedioso ou desperdiçado ,  uma vez que resolvi fazer outro tipo de programação, igualmente interessante ou até mais:  um completo City-Tour por toda a cidade, em um dos seus trolleys abertos , já que o clima estava ótimo,  ensolarado mas fresco.  ( Outubro pelo visto  é um ótimo mês para se visitar a cidade pois trata-se do começo do outono...)

Na primeira vez que visitei Washington,  há dez anos,  fiz o mesmo tipo de tour.  Mas desta vez,  já tendo uma boa noção da cidade e conhecendo alguns de seus principais monumentos e avenidas,  foi muito melhor! 

Ao chegar à D.C.,  desci  do commuter bus  bem perto da famosa Pennsylvania Avenue,   onde caminhei até a Casa Branca.  ( Hoje em dia não é mais possível se visitar a C.B. de dentro,  em visitas guiadas, então tive de me contentar em tirar fotos apenas do lado de fora das grades...).  

Como ainda era cedo e eu não tinha tido tempo de comer nada,  segui até o Hotel W ( Washington) e lá tomei um digno breakfast, antes de começar minha excursão pela cidade.  ( O “W” é um belo hotel,  bem pertinho da Casa Branca e tem um ótimo restaurante.  Além disso, é um dos lugares históricos da cidade pois existe desde cerca de 1917...  Também é um ótimo lugar para se comprar os tickets dos City Tours,  que saem de um ponto ao lado do hotel.)

De lá segui em minha excursão no bondinho aberto por TODA  a cidade, visitando seus principais pontos turísticos.  Fiz o percurso ao longo das duas linhas,  a verde e a laranja. (Existe mais de uma companhia que faz os tours, mas escolhi o “Old Town  Trolley” , que é aberto, já que o tempo estava tão agradável.

Ao todo levei cerca de 5 horas para fazer o  tour completo.  Detalhe:  você pode descer em qualquer um dos pontos turísticos e depois voltar e tomar novamente o próximo bondinho, já que os tickets (cerca de $40)  são válidos pelo dia todo.  Desta forma passei  por todos os pontos famosos da cidade:  os museus do Smithsonian no Mall, os monumentos dedicados aos ex presidentes  Lincoln e Jefferson, a Casa Branca,  o Teatro Ford ( onde o Presidente Lincoln foi assassinado), a famosa estação de trem de Union Station, a rua das embaixadas ( incluindo a do Brasil)  etc.  Em especial, adorei o bairro de Georgetown - que mais se parece uma cidadezinha inglêsa...-  e o charmoso museu da “Phillips Collection”,  que pude visitar, já que este não é do governo e sim de uma coleção particular.

O ‘Phillips’ é perfeito pois é  bem menor do que os Smithsonians e portanto pode ser visitado em pouco mais de uma hora.  Me lembrou muito o  ‘Musée D’Orsay’ de Paris em seu acervo -  embora seja bem menor -  já que tem uma coleção fantástica de arte do  Século 19 e começo do 20, incluindo muitas obras impressionistas , pós-impressionistas e modernas.  O quadro mais lindo de todos , para mim,  foi o do Renoir  “The Luncheon of the Boating Party”, de 1880. ( Pra dizer a verdade, foi o quadro impressionista mais lindo que já vi em toda a minha vida!! – incluindo todos os que já vi no Orsay ou qualquer outra exposição por aí a fora ).   Fiquei tão ‘in love’ com o quadro, que no final da visita tive de seguir para a  lojinha do museu e comprar alguns souvenirs com a sua reprodução  - um mousepad ( que estou usando neste momento! Lol),  um chaveiro, postais e até um livro ( um romance) , baseado no quadro e nas pessoas que aparecem nele.   Sim,  se você for ao Phillips,  não esqueça de reservar alguns minutos para conhecer a sua museum shop

 

Enfin,  melhor do que escrever a respeito,  é dar uma olhada nas fotos , não acham? 

 

1)

A Casa Branca- a residência do homem mais poderoso do mundo! lol

Este foi o mais próximo que consegui chegar e tirar a foto do outro lado da grade.  Segurança total - e não é pra menos, né?

 

2)

O prédio do Capitólio - onde os Republicanos estão tentando transformar num INFERNO a vida do Presidente. (Essa eu tirei de dentro do bondinho...)

 

3)

O Lincoln Memorial- um templo dedicado ao Presidente Lincoln.  Um dos pontos turísticos  mais  belos  da capital.

 

 

 

4)

O excelente Hotel W, onde tomei meu café-da-manhã e comprei os tickets para o City Tour. Fica bem perto da Casa Branca.

 

5)

Meus "colegas" de bondinho ( trolley), lol

 

E agora, alguns dos meus quadros preferidos no Phillips Collection:

 

6)

"The Mediterranean" ( O Mar Mediterrâneo)  , de Courbet - 1857.  De todos,  o meu mar preferido...{#emotions_dlg.heart}

 

7)

"Circus Trio" de Georges Rouault -1924

 

8)Este Cézanne de 1902-6 certamente influenciou Picasso em sua fase azul..., não acham?

 

9)Picasso em sua fase azul...  "The Blue Room" (Perto da mesma época)

 

10)

 "The Open Window" de Bonnard - primeira metade do Século XX

 

11)E o mais lindo de todos, O highlight do Phillips : "Luncheon at the Boating Party", de Renoir - 1880 ( Não sei o nome original em francês)

          

Renoir é só alegria e romantismo, gente.   O cara adorava pintar "as coisas belas e os bons  momentos da vida",  pois dizia que o mundo já tinha coisa triste e feia o suficiente!  Gênio. {#emotions_dlg.smile}

 

 

 

Na Terra dos Puritanos

Pâmelli, 07.10.13

Aviso aos navegantes:  Se você é o tipo de pessoa meio puritana,  religiosa ou desprovida de senso de humor e a capacidade de rir de si mesmo,  recomendo que pule este post e espere até o próximo –  que será sobre Washington ( onde eu estive neste último final de semana) , e  que alias,  terá muitas belas fotos.  Contudo, terá de aguardar alguns dias até eu ter novamente o tempo de vir aqui para postar

 

Introdução:   Às vezes parece que Deus está “ lá em cima”,  simplesmente criando situações  para se divertir às nossas custas.  De fato, o  Cosmo parece  um lugar bastante chato, solitário , escuro… , e um pouquinho de diversão de vez em quando deve ser mais do que bem vindo!

O post de hoje simplesmente PRECISA ser escrito.  Afinal daqui há alguns anos, talvez num dia chato e chuvoso ,quando  estiver me sentindo meio só ou entediada,  quem sabe eu não queira me lembrar  desse dia.  Então só o que terei de fazer é vir até o Parada Essencial e procurar nos tags “Vida” ou “diário” e reler este pequeno capítulo da minha estória.  Será como assistir à uma cena de um "clássico" WoodyAlleniano…

 

Background:

Ok,  vejamos por onde começo…

Como mencionei acima,  no final de semana passado seguimos mais uma vez para o estado de Maryland,  na costa leste,  para irmos ao casamento do sobrinho de meu marido. 

A cidade onde ficamos se chama Columbia e fica a uns 40 minutos de Baltimore,  onde meu marido cresceu.   Já o casamento mesmo,  foi em uma cidadezinha no campo  chamada Westminster . Um charmoso, embora  despretensioso,  “marriage à la campagne”…

Naturalmente,  como sempre faço quando vou para aquelas bandas sem graça de Columbia ( é lá que moram o meu sogro e sua segunda mulher),  dou minha escapulida , nem que seja de um dia, até Washington -  pois a capital americana fica a cerca de uma hora e meia de ônibus de lá  e,  believe me,  o sacrifício VALE A PENA.  ( Mas deixemos esta parte da viagem  para o próximo post…)

Bom,  então aí vai o resumo da minha “aventura” na terra dos puritanos  - pois afinal,  Maryland está a um passo de New England,  que é  a verdadeira  “terra dos puritanos” na América!

 

O Casamento:

Então, a cerimônia saiu como o  previsto;  num final de  tarde de sábado,  seguida de  jantar e festa.  O evento se deu em uma casa no campo,  bastante espaçosa e confortável – estes tipos  de casas que se alugam para eventos . O jantar foi no estilo  buffet, com uma comida simples mas digna,  e a decoração  do ambiente toda  em branco e roxo . Nada de  muito glamoroso , já que não se tratava do casamento de pessoas de posses.   Contudo,  tudo foi  muito decente,  com uma  simplicidade delicada e até um certo toque romântico,  já que foi  a própria noiva  quem preparou toda a decoração e os enfeites das mesas.  Imagine!

 

Após a festa:

Já passava das dez da noite quando pegamos o carro e voltamos ao nosso hotel em Columbia,  cerca de uma hora dali.  No caminho, lembrei ao meu marido que estávamos sem o nosso “gelzinho sexual” , lol – sim,  eu estou falando de KY!  Pois é,  esquecemos de levar.

-Paramos numa farmácia ao chegarmos em Columbia…- disse ele.

Well,  guess what….  Columbia NÃO TEM UMA FARMÁCIA!  E olha que estávamos hospedados no Sheraton, que é bem no centro de tudo,  inclusive do Mall.  Ok.  Nada de farmácia e já passava das 11 da noite.  Então avistamos um supermercado local – o Safeway.

-Que ridículo ter-se que ir à um supermercado às 11 horas da  noite para se pegar um tubo de KY… - pensei..

O supermercado estava completamente às moscas e com apenas uns dois caixas funcionando.

Seguimos para o setor da “pharmacy” ali e nada.  Tampouco no de "family planning" ( estes tipos de gel normalmente  estão ao lado dos preservativos).    Nada.  Ok.  Que tal o setor de "feminine care" ?  Tambem não.   

Ou seja,  dentro do TODO  o enorme supermercado,  não havia um único setor para se comprar nenhum tipo de gel da família KY ( ou outra marca qualquer) ou mesmo camisinhas!

Meu marido então foi perguntar ao caixa onde estavam os ‘condoms’ ( preservativos) -  pois sabíamos que se encontrássemos os primeiros,  os gels estariam no mesmo setor.  

Resposta:

“ Eles ficam trancados.  Mas posso ir com o senhor até lá para destrancar…”

 

Dá pra acreditar??   Pois continuem lendo pois ainda tem mais…

Eu,  que nunca vi nem ouvi falar nada parecido com isso , ( Nem mesmo em Varginha, Minas Gerais , onde mora o meu pai!!) , certa de que isto deveria ser um supermercado filiado  à alguma igreja,  virei-me para o meu marido e disse:

 

-Deixa pra lá.  Vamos procurar em  outro lugar.  Isto aqui CERTAMENTE não é New Orleans!!  ( Para quem não sabe, muitos Americanos consideram New Orleans a terra da perdição na América…lol)

Saimos do Safeway.  

Por estas alturas vocês imaginam que nós  deveríamos voltar para o hotel e simplesmente esquecer o assunto, certo?

Errados!  Agora estávamos determinados a ir até o fim.

 

-Não volto para o hotel sem o meu gel -  informei  ao meu marido,  só de pirraça.

 

Como em Columbia não havia mais nada aberto aquela hora,  resolvemos seguir até Ellicot City – uma cidadezinha vizinha,  a uns vinte minutos de distância.  

Nota: ( Eu tenho um casal de amigos do Rio -  ela chilena e ele um brasileiro /Americano – que mora em Ellicot City há alguns anos.  Na noite anterior, eles vieram nos encontrar em Columbia para jantar e ficamos batendo altos papos sobre nossos velhos tempos de Rio de Janeiro, nos anos 80 e 90, até de madrugada. Falamos também bastante sobre o Texas, incluindo o seu atraso,  a breguice e o provincianismo das pessoas. ( Muita gente na Costa Leste,  principalmente a medida que se vai chegando próximo de Nova Iorque, costuma ter o maior desprezo por lugares como o Texas…lol)

 

Mas voltando à nossa pequena aventura…

Próxima parada:  Ellicot City.   ( Eu já estava começando a me divertir com tudo aquilo pois estava me sentindo no meio de um filme do próprio Woody Allen…)

Afinal avistamos um outro supermercado, bem grande e iluminado, e igualmente às moscas aquela hora.

Nova pelegrinação pelos setores de “family planning”,  “feminine care” ,  “pharmacy”  e NADA! 

Havia apenas uma caixa trabalhando;  uma mocinha, e foi para ela que perguntamos:

“Onde está o setor dos condoms?”

Detalhe,  nós ainda estávamos vestidos para o casamento:  meu marido de terno e gravata e eu de vestido e pedrarias.  Um digno casal de meia idade.

A moça perguntou se tinha ouvido direito.  Se queríamos mesmo o setor dos preservativos

Meu marido confirmou .

Então ela disse que ia chamar o gerente,  que é quem tinha a chave do ‘cabinet’  ( Eu juro que não estou inventando isso) e ligou para ele, já  que se encontrava em outro setor.

Enquanto o homem não chegava,  meu marido continuou perambulando pelo supermercado completamente vazio, com a esperança de miraculosamente encontrar o que procurávamos ,  e eu fiquei conversando com a caixa.   A moça , muito animada e divertida com o par de ET’s de meia idade procurando camisinhas ( na verdade o gel KY) perto da meia-noite,  num supermercado totalmente  às moscas numa cidadezinha no meio do nada…,  confessou que “suas noites de trabalho não costumavam ser tão divertidas”.  

Eu lhe disse que morávamos no Texas e que nunca tinha visto ou ouvido falar de “trancarem os preservativos atrás de uma prateleira de vidro”.  Ao que ela me respondeu:

-Aqui nós trancamos porque senão eles são roubados.  As pessoas põem nos bolsos e saem sem pagar…

Que tal?

 

Nesse ínterim aparece o gerente.  Um homem enorme de gordo,  se arrastando nas suas pernas de brontossauro,   segurando um molho de chaves numa mão e ao mesmo tempo  nos informando que ‘aquelas não serviam’ , mas que ele ia procurar a chave certa…

( Juro que não estou inventando isso)

Eu gostaria muito de ter visto a minha própria expressão naquela hora , mas infelizmente não havia nenhum espelho por perto.  Pena.

A moça,  que já tinha virado minha camarada,  então se virou para mim e disse:

-Sabe,  tem uma Wal-Mart a duas quadras daqui.  Que eu saiba, ao contrário da maioria dos lugares por aqui,  eles lá não costumam trancar os condoms

 

Estão pensando que desistimos e voltamos para Columbia?

Nananinana.  Agora,  voltar para casa com o nosso KY era  uma questão de honra! 

No carro,  virei-me para o meu hubby e lhe disse:

-Deus realmente deve estar se divertindo muito conosco esta noite.  É como se ele estivesse assistindo à um filme do próprio Woody Allen.  Bem,  vamos ver como termina.

Assim que chegamos na Wal-Mart e entramos na gigantesca loja ( já prontos para recomeçar a peregrinação pelos aisles de ‘family planning” ,  “feminine care” , “pharmacy” etc…  , vimos logo ali,  a poucos metros dos caixas, um container imenso, cheio dos mais diferentes produtos em promoção  (pastas de dente, loções, giletes e guess what...  Um gel chamado “Warm Touch”! lol )   

-          Wow, - exclamei em português,  enquanto pegava o produto.  - olha só isso aqui!  Não é o KY, mas é o mesmo tipo de gel.  Diz até que ele ‘aquece’ .  Taí.  Palmas para a Wal-Mart!  Vamos comparar pra ver qual dos dois é melhor…

Foi aí que uma moça,  que se encontrava de costas para nós  próxima aos caixas , se virou  e exclamou

-Pâmelli!  Vocês por aqui ,  a esta hora??

Imagine!  Era a minha velha amiga de escola, do Rio,  com quem tínhamos jantado  na noite anterior em Columbia!  Ela e o marido,  que moram em Ellicot City,  tinham justamente ido fazer compras na Wal-mart aquela hora da noite…  Ele já tinha passado pelo caixa e se encontrava do outro lado,  com o carrinho cheio de compras.

-M! – foi a minha vez de exclamar.

-Eu ouvi alguém falando em português e olha só vocês por aqui…

Então eu lhe mostrei o que tinha nas mãos  e expliquei  como tínhamos vindo parar  na Wal-Mart,  em Ellicot City,  aquela hora da noite.  No caixa , meu hubby  acabava de pagar  pelo raro e controvertido produto na terra dos puritanos . Então seguimos os três para encontrarmos o seu marido do outro lado .  Enquanto ouvia o meu relato,  minha velha amiga mal se aguentava de tanto rir.

  

-E depois vocês dizem que o Texas é que é atrasado…  Lá pelo menos se compra camisinhas e KY em qualquer mercado, farmácia etc. e SEM tranca!

 

-Que estranho.   Eu não sabia que aqui era assim -  respondeu M.   – É o meu marido quem compra essas coisas…

 

Afinal nos juntamos à ele, que depois de ouvir sobre o nosso ‘ordeal’ e dar sua própria gargalhada,   nos informou que de fato só na Wal-Mart e no CVS  eles não trancavam os produtos.

 

-Mas eu não entendo por que alguem vai roubar uma coisa tão barata! – exclamou minha amiga.  Tem coisa muito mais cara para se roubar nos supermercados…

 

-Eu sim.  -  respondi. -  O problema não é a falta de dinheiro.  O problema é a cabeça de puritano do povo aqui,  que fica com vergonha de pagar pelo  produto na hora de passar pelo caixa.  Então prefere roubar.

 

- Deve ser isso mesmo.  E os  supermercados acabam tornando a coisa ainda mais constrangedora  ao forçar as pessoas a pedirem para destrancarem o “condom cabinet” e assim , se exporem ainda mais!

 

-E nós, ontem que falamos tanto dos filmes do Woody Allen, heim,  e do ótimo “Blue Jasmin”! – concluí. Este episódio, com certeza,  poderia ser uma cena de um dos seus  filmes...

 

Todos concordaram comigo.

--

 

Conclusão:

Bom,  pelo menos fomos pegos “ com a boca na botija” pelos meus  velhos amigos de infância,  um carioca e uma chilena, que viveram boa parte de suas vidas no Rio , assim como eu,  e que de puritanos não têm nada, lol. Pior seria se tivéssemos topado com o pastor que casou os dois pombinhos algumas  horas antes, a  poucos quilômetros dalí!

Enfim, no final tudo virou uma grande piada. 

 

Pois é, minha gente.  O fato é que  em New England e arredores, uma conhecida minha da Pennsylvania - que é  childfree –   jamais poderia se divertir às custas de algumas mega-famílias como ela já me confessou ter feito algumas vezes ao ir ao supermercado. ( Ela diz que quando vê uma família cheia de pimpolhos,  costuma, só de sacanagem,  pegar uma meia dúzia de camisinhas e jogar dentro do carrinho  entupido de compras da mamãe , quando esta e o marido estão distraídos  pegando algo  das prateleiras.  Depois ela segue o pessoal  discretamente até o caixa e vê a reação dos pais quando começam a colocar os produtos na esteira e de repente topam com os preservativos…lol )

 

Não em Maryland, chérie.  Aqui,  é tudo debaixo  de CHAVE !

Quer dizer,  quando o gerente da loja  encontra a chave…