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Parada Essencial

Benvindos ao "Diário politicamente incorreto da Pâmelli" - uma brasileira/americana childfree, residente nos E.U.A. desde 2003 Viagens, cultura, desabafos e muito mais!

Parada Essencial

Benvindos ao "Diário politicamente incorreto da Pâmelli" - uma brasileira/americana childfree, residente nos E.U.A. desde 2003 Viagens, cultura, desabafos e muito mais!

Diário de Bordo- As duas últimas ilhas

Pâmelli, 19.01.12

Foi na ilha de St. Thomas que passamos a manhã  em  uma das praias mais perfeitas de todas as que até então havíamos visitado no Caribe.  ( E eu que pensava que não poderia encontrar uma ainda melhor do que a de Mullins Beach, em Barbados!)

 

Segundo o meu fiel guia Eye-Witness,  a  ‘praia mais popular com o turistas’  era a de Magens Bay ; já  ‘a mais popular com os habitantes locais’, era a de  Brewer’s Bay .  Naturalmente,  foi para esta segunda que seguimos. {#emotions_dlg.smile}

   

Brewer’s Bay  , ao contrário de Magens Bay,  não tem qualquer infra-estrutura  como  restaurantes, hotéis , bares, aluguel de barracas etc. . Aliás, o motorista da van  ficou bem surpreso quando lhe pedimos para seguir para lá, ao invés da outra praia,  e nos perguntou como tínhamos ficado sabendo daquele  local – o que me fez pensar que os nativos de St. Thomas provavelmente  preferem ver os turistas seguirem para a tumultuada Magens Bay, e guardam a paradisíaca Brewer’s Beach para si ! lol .  E de fato,  a praia  estava  praticamente deserta  ( é verdade que era  uma terça-feira), com apenas uma meia dúzia de habitantes locais ao longo de toda sua extensão.

 

Brewer’s  Beach não  é o tipo de praia para quem gosta de ficar bebendo cerveja, esparramado em uma cadeira  e debaixo de uma barraca.  Aliás, de construção ali mesmo,  havia somente uma casa pública , com banheiros e ducha.   Mas,  se você gosta mesmo de nadar,  tomar banho de sol e caminhar pela orla em  um  lugar sossegado e longe da multidão  , ali  é literalmente  a sua praia !   

Nossa ‘infra-estrutura’ em Brewer’s Beach  consistia apenas de nossas toalhas ( que colocamos ao lado da cadeira  elevada do salva-vidas e assim pegamos uma sombrinha…) e duas garrafas d'água  ( que sempre levamos quando saímos em nossas explorações fora do navio).  Mas era  tudo o que precisávamos .

Ai, que praia.  Que sossego,  que mar, que areia, e que limpeza!    Simplesmente PER-FEI-TA. 

    

Alí  conhecemos um salva-vidas muito simpático  e educado,  que nos falou sobre a ilha,  a faculdade  local ( logo ali , na praia,imaginem !  Lol) e nos indicou um restaurante de comida caribenha,  para quando fôssemos  mais tarde almoçar  na cidade.

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 A ilha de St. Thomas faz parte das Ilhas Virgens americanas e de fato, é como se estivéssemos em uma parte dos E.U.   No passado pertenceu à Dinamarca, mas em 1917 foi comprada por 25 milhões de dólares  -  e cá entre nós,  acho que os americanos fizeram uma ótima compra!

Foi com pena que lá pelas duas da tarde  deixamos nosso paraíso de Brewer’s  Beach , mas  como queríamos conhecer um pouco a cidade ,  tomamos uma ducha ali mesmo na praia, nos secamos e pusemos roupas frescas antes de pegarmos novamente a van de volta.

 

A capital de St. Thomas se chama Charlotte Amalie e é uma linda cidadezinha de cerca de 20 mil habitantes,  com uma longa e animada avenida a beira mar.  

Ali havia  uma espécie de ‘Feira Hippie’ , onde  eu aproveitei para comprar um colar de prata com a conhecida pedra na região - a Larimar-  ,  que tem o  azul do mar do Caribe.   

Por toda a cidade,  e principalmente na segunda rua paralela à da praia ( a rua comercial) , cruzamos com milhares de turistas do mundo todo, entrando e saindo  das  lojas ( a maioria delas joalherias, inclusive uma  H. Stern! )   Sim, pelo visto,  as compras  ( principalmente de jóias) )  são  o  Big Deal  em St. Thomas.  Ou talvez não.  Talvez o Big Deal mesmo sejam os bancos mui amigos de certos tipos de clientes...

Eu explico.

Nos poucos minutos que passamos cruzando a rua  comercial,   pudemos ouvir várias pessoas falando português ( do Brasil) . 

Por que será?  - pensei intrigada.  O que será que tanto turista brasileiro vem fazer por aqui?? Foi aí que me lembrei  que ali é nada menos do que  a região do globo CHEIA de  ‘paraísos fiscais’, incluindo as  próprias Ilhas Virgens Americanas!  Sendo assim,  não duvido nada que muitas daquelas pessoas que  ouvimos  falando português nas portas das  lojas e joalherias de St. Thomas , tivessem  os sobrenomes  Calheiros,  Sarney,  Maluf  e Collor de Melo.   

E por que não?  Você deixa um ‘dinheirinho esperto’  em algum banco de uma dessas ilhas paradisíacas ( tanto no sentido literal , quanto fiscal...)  e depois  segue para as joalherias de St. Thomas para levar uns 'souvenirs' pra casa.  De preferência, cravejados de esmeraldas e diamantes negros. 

  

Afinal , já famintos, seguimos  para o tal restaurante caribenho recomendado pelo salva-vidas em  Brewer’s  Beach  e lá  comemos um prato de camarão ao curry e frango ensopado.   O lugar se chamava ‘Cuzzins’  e ficava na Back Street  ( a terceira paralela à praia) e estava bem  animado,  cheio de  turistas e tambem  com  habitantes locais.   

Por fim,  seguimos até o famoso Forte Christian de Charlotte Amalie -  uma bela construção  de 1671 , com a fachada  vermelha  , e que hoje em dia abriga a biblioteca da cidade . 

Sim,  a Ilha de St. Thomas é certamente uma pequena  jóia na  região do Caribe e um must-see/ must-visit ( Independente de qual seja o seu sobrenome...). 

 

Half-Moon Cay

Por fim,  a última parada em nosso cruzeiro foi na ilha das Bahamas de Half Moon Cay.

A coisa interessante alí  é que trata-se apenas disso – uma ilha.  Não há cidade para se visitar.  Nem  creio que haja algum hotel ou resort. ( Pelo menos não vimos nenhum).  

Half-Moon Cay  aparentemente pertence à Holland America e parece ser usada como uma espécie de ‘ilha particular’ da companhia.

Seja como fôr,  o  fato é que ali nós descemos de barca ( o navio não tinha propriamente um porto para atracar) e passamos o dia inteiro  na praia.  Esta tinha toda a infra-estrutura necessária :   bares, restaurantes, cadeiras, barracas ,  banheiros e até  uma lojinha de souvenirs. 

 

Em Half Moon Cay , o  Amsterdam nos ofereceu um ‘churrasco’  no estilo self-service , de forma que ninguem  precisou voltar ao navio para comer.

 

Ali nós caminhamos ao longo de toda a praia  , que é em forma de meia lua , ( daí  o nome de Half Moon Cay) ,  avistamos alguns turistas andando a cavalo  ( no final da praia)  , passeando de   hobie cat ou praticando o parasail.  Em suma,  um dia perfeito, em uma ilha perfeita.

 

Conclusão:  Agora eu sei porque algumas pessoas,  que passaram no Triângulo das Bermudas,   foram e nunca mais  voltaram. 

 

 

Triste nota entre os ''Diários de Bordo"...

Pâmelli, 16.01.12

 

Ainda falta eu escrever um último post sobre nossa viagem ao Caribe, mas  hoje era preciso vir aqui e deixar um desabafo,  já que  está todo o mundo indignado com o que aconteceu na última sexta-feira com o navio Costa Concordia na costa italiana!  

Afinal,  o que aquele Capitão estava fazendo na hora da batida do transatlântico na costa da Toscana? Por acaso estava de PORRE, depois de uma descida animada na ilha de Giglio?  Ou será que estava teclando no seu i-phone - que é o que vemos as pessoas fazendo a TODA HORA e a TODO LUGAR  hoje em dia  ( inclusive no trabalho e nas salas de aulas!) ? Estaria o italiano mandando alguma mensagem ‘urgente’ para alguma namorada no seu próximo port of call?  WTF!

Uma coisa é certa:  seja lá o que fôr que o Capitão  estivesse fazendo na hora do desastre ,  olhando os aparelhos de controle de bordo ( e especialmente o radar do navio) é que ele não estava! 

 

E quanto  a  total falta de treinamento da tripulação??  Shame on you , Costa.  Shame on you!

Luzes que se apagaram ( O que houve com as luzes de emergência do navio??),  botes salva vidas que não desciam…

Um caos e uma falta de preparo inacreditáveis.

 

A Costa, a meu ver,   depois desta está acabada.  Já as outras companhias de cruzeiros marítimos,  penso que se salvarão.  Mas no futuro  é bom deixarem BEM CLARO que estão treinando e retreinando sua tripulação regularmente ,  e REALMENTE  escolhendo a dedo os seus oficiais superiores!

Que vergonha , e  que tragédia e  enorme MANCHA NEGRA  na história dos cruzeiros marítimos. {#emotions_dlg.sad}

A "sorte"  foi que tudo aconteceu perto da costa. Do contrário, com o despreparo e a desorganização dos italianos  , o número de vítimas teria sido acima dos dois, três mil.

De minha parte,  no futuro, eu é que não entro em um navio da  Costa,  nem amarrada!

 

Enfim ,  ainda falta eu voltar aqui para deixar meu ultimo post sobre a NOSSA viagem de navio ( Thank God no Holland America!), contando  o que fizemos e vimos de bom nas ilhas de St. Thomas e Half Moon Cay. 

Nosso cruzeiro,  no navio holandês, terminou de maneira MUITO diferente deste do Costa Corcordia. (  E agora,  que me lembro... Durante nossa viagem de dez dias,  foram TRÊS  os treinamentos feitos a bordo!  -  o primeiro :  o  obrigatório e com toda a tripulação e passageiros ;  e os outros dois ,  simulando um fogo a bordo e envolvendo apenas a tripulação.)

Saravá!

 

Diário de Bordo- Um pedacinho da França no Caribe

Pâmelli, 13.01.12

Categoria de post:  turismo, diário

 

Nossa próxima parada foi na ilha da Martinica,  e esta pra mim foi a mais interessante de todas pelo fato de ali ser uma extensão da França -  não apenas uma ex-colônia francesa,  mas realmente PARTE da França atual!  Eu  não sabia disso .  Você sabia??

 

Sim,  a população da Martinica tem cidadania francesa,  as estradas entre as cidades da ilha são excelentes ,  assim como na França,  e com as mesmas placas de sinalizações.  A moeda  deles é o Euro.  (Nada mal heim ?  Mesmo nas  atuais circunstâncias…)

Talvez por isso nossa parada na ilha tenha sido de apenas 5 horas {#emotions_dlg.sad}  ( ao contrário das outras ilhas onde ficamos cerca de 8…).  Segundo minha tia ( que estava fazendo o seu cruzeiro de número 33 – lol - ) , as taxas portuárias ( que os navios devem pagar) são altíssimas e dependem do número de horas que ficam nos portos.  Isso explicaria o fato de nas outras ilhas terem  tantos  transatlânticos e  na Martinica ( justamente o único lugar onde a moeda é o Euro) o nosso ser o único navio atracado naquele dia!  Mas por outro lado,  não duvido nada que a grande maioria dos americanos  não se interesse em visitar a ilha ( e eles representam 90% dos turistas no Caribe),  já que lá , de preferência,  é bom se falar francês e os habitantes locais torcem o nariz na hora de receber em dólar .

Anyway, o  fato é que como tínhamos tão pouco tempo para descobrir aquele pedacinho da França no Caribe,  optamos por NÃO  irmos à praia naquele dia  e simplesmente visitarmos as cidades de Fort-de France ( a atual capital e onde o nosso navio atracou) e Saint Pierre,  aquela que foi a capital da ilha até 1902,  quando aconteceu  o impensável.

 

Uma história ao mesmo tempo fascinante e aterrorizante

   

A ilha da Martinica tem um vulcão ( o Mont Pelée), ainda ativo,   e que  explodiu pela última vez em 1929.  ( Fiquei sabendo disso  no Museu de Vulcanologia  que visitamos em St. Pierre).

Nossa  aventura histórica ( e arqueológica)  começou ao desembarcarmos em Fort-de France ( a atual capital), onde  pegamos uma van ( usada pelos habitantes locais ) em direção à Saint Pierre, a  cerca de 40 minutos de distância.

A estrada,  como já disse, era  muito boa - mas meio assustadora porque beirava a costa e era cheia de curvas!  A paisagem  da ilha é exuberante, com  os morros ainda inteiramente cobertos de vegetação ( e como no resto do Caribe, sem favelas empoleiradas neles…).   O motorista da van  corria como um louco e meu estômago a um certo ponto começou a embrulhar, but what the hell... estávamos na Martinica!{#emotions_dlg.smile}

Eu e  meu marido eramos os únicos turistas a bordo.

 

Afinal, chegamos em St. Pierre bem cedo ( fomos dos primeiros a desembarcar do Amsterdam, às 7 da manhã!!)  e o tempo estava meio nublado,  com uma chuvinha fraca e chatinha,  que ia e vinha.

Mas estávamos lá ,  e embora não pudéssemos  tomar o trenzinho que faz o tour pela cidade  contando toda sua história macabra  ( era cedo demais e teríamos de voltar antes da saída do primeiro trem ,  às 11 horas…),  com  a ajuda do meu fiel guia Eye-Witness,  ficamos sabendo da existência do Musée Vulcanologique , que tambem contava a história da cidade.   Foi a nossa salvação,  pois a guia alí era muito simpática e nos deu boas dicas de quais ruínas visitar a pé  , mesmo sem o tour do  trenzinho.  Além disso,  o museu em si é  bastante interessante,  com fotos  de St. Pierre antes da erupção de 1902 e alguns artefatos aterrorizantes , como um enorme  sino de igreja  parcialmente derretido pelas chamas do vulcão. 

 

 O pequeno vilarejo de St. Pierre fica na costa e sua praia tem a areia escura,    típica das ilhas vulcânicas.   Não sei dizer se tem praias boas para se nadar, mas suponho que sim,  assim como no resto do Caribe.   Hoje a cidade tem apenas 5 mil habitantes e  vive principalmente de turismo .  É uma espécie de “ Pompéia do Caribe”.    Contudo,  até 1902 era a principal cidade e  a capital da ilha .  Então houve a terrível erupção do vulcão , matando 30 mil pessoas e  destruindo tudo.   Só houve um sobrevivente :   Louis Cyparis.  

Como isto foi possível??

 

Louis estava na prisão da cidade ( cujas ruínas hoje podemos ver no alto de um morro…) e aparentemente as grossas paredes da masmorra onde se encontrava o salvaram.  Ainda assim, sofreu queimaduras de terceiro grau, ficando para sempre com a aparência  deformada.   Incrível é que  tenha sobrevivido - até porque só foi resgatado  por soldados franceses três dias após a explosão do Mont Pelée.   Depois disso,  Louis ainda viveu por mais de vinte anos, se apresentando como ‘atração turística’ em um circo da região.  Ao que parece , terminou seus dias  na Nicarágua.

 

Qual teria sido o seu crime para se encontrar  na prisão de St. Pierre naquele dia fatídico?

Imagino que,  como todo mundo que o conhecia morreu  ( inclusive todos os documentos de sua prisão  foram certamente destruídos pelo  fogo…),  ninguem mais podia acusá-lo de nada!   Tanto melhor  ( ou pior, sei lá...).

 

Enfim, nada de trenzinho. {#emotions_dlg.sidemouth} Mas,  seguindo o conselho da guia do museu, caminhamos  até as ruínas do que fora o antigo teatro  da cidade ( e cuja foto pudemos ver no museu), assim como a prisão ( lá em cima!)  onde Louis Cyparis se encontrava na hora da explosão.  

Ainda antes  de voltarmos para Fort-de –France,   no meio das ruínas próximas à praia,    encontramos um cachorrinho.   O lado bom é que tinha coleira e não estava magricelo ;  o ruim é que estava com a pata machucada.  Como ali por perto havia uma boulangerie, compramos um croissant e uma baguette ( meu marido nunca resiste às baguettes genuinamente francesas…lol) e lhe demos de comer.   ( O bichinho devorou tudo em  dois segundos, mas vai ver ( pelo menos espero…) que  era porque os pães ainda estavam quentinhos! )

Por fim seguimos ao longo da rua da praia de areia escura  até uma praça,  onde aparentemente acontece o mercado da cidade,  e lá pegamos a van de volta à capital. 

Nosso percurso de volta foi bem mais agradável pois o motorista dirigia bem mais calmo e,  na radio, tocava uma suave balada  caribenha cantada em francês. {#emotions_dlg.smile}  Então, não resistindo , perguntei ao rapaz ao meu lado que música agradável  era aquela,  e ele me respondeu que era de um cantor do Haiti…

 

Fort-de-France

A atual capital da Martinica  tem cerca de 150 mil habitantes  e é  um blend de França com  o  Caribe.  O  francês é a língua falada, mas soa ‘caribenho’.  As  ruas têm nomes franceses  , e  é claro que tinha que ter  uma rua principal chamada   “ Victor Hugo”  e  outra de   “ Avenue de la République !! lol .  A  arquitetura local  tem o seu evidente  toque europeu.  Contudo,  a população ( assim como nas outras ilhas do Caribe) é toda  negra .  Aliás,  não vimos nenhum turista francês , europeu e muito menos americano  por lá – nem em St. Pierre , nem em Fort-de-France. Mas  talvez eles ainda estivessem dormindo quando chegamos à ilha e apenas acordando quando tivemos de partir ao meio-dia!!  Afinal eu simplesmente não posso acreditar que os franceses não viagem à Martinica...  Seria como  se os  americanos não  se interessassem em  conhecer o  estado do Havai.  Impensável.

 

Ainda em Fort-de-France  passeamos ao longo do cais e vimos o Forte Saint Louis ( de 1638)  de longe -  que  aparentemente ainda é usado pelos militares franceses, por isso não está aberto a visitação pública.  No centro da cidade também visitamos a  famosa Biblioteca Schoelcher em homenagem ao escritor e abolicionista Victor Schoelcher . ( O prédio foi construído no final do Século 19 para  a Exposição Universal em Paris e depois desmontado e levado para a Martinica). 

Finalmente,  de volta ao Amsterdam e do deque de cima,  pude tirar esta foto da baía   e  mais esta  das construções nos morros ( NADA  de favelas, como podem ver...),   deste pedacinho de uma França exótica e colorida, tão pertinho da América.  {#emotions_dlg.smile}

  Magnifique  , não acham? 

 

Diário de Bordo - St. Lucia & Barbados

Pâmelli, 11.01.12

As duas ilhas seguintes em nosso roteiro foram St. Lucia e Barbados.

St. Lucia:

Alí atracamos na capital,  Castries – uma cidade de cerca de 66 mil habitantes e que,  pra dizer a verdade,  não me impressionou muito.

Primeiro,  a praia que resolvemos ir  não era lá grande coisa.  ( Ou talvez naquele dia especificamente, as águas estivessem maio turvas e amarronzadas).    Meu guia ( o Eye-Witness,  no Brasil conhecido como o Guia da Folha de São Paulo )  , que normalmente dá dicas excelentes,  nos falou de duas praias relativamente próximas da cidade – uma a cerca de 5 km e a outra a mais ou menos uns  20.   Como andar de van  nestas ilhas de estradinhas tortuosas e com os motoristas dirigindo do 'jeitinho brasileiro' não é das coisas mais agradáveis,  resolvemos ir para a mais próxima . No final  das contas talvez tivesse valido a pena ter aguentado um pouco mais a experiência desagradável  na estrada e aproveitado uma praia melhor!

A verdade é que  a praia onde descemos, Choc Beach,     está longe de ser um paraíso .  Inclusive só tem uma construção  meio decadente -  um restaurante  mal cuidado e cujo dono, um inglês,  me pareceu  bastante antipático.  Como vêem,  péssima pedida.     Para se ter uma ideia,  a coisa mais interessante que registrei por lá foi isso:   um cotoco de árvore no meio da praia , em forma de animal.

 

Caminhamos um pouco pela praia mas não nadamos.   Então seguimos novamente  para a cidade de Castries  e mais uma vez nos decepcionamos.  Fomos ao tal  Mercado Local e achamos o local sujo, tumultuado e mal frequentado.   Inclusive um garoto de rua esbarrou em mim fingindo estar correndo e brincando com outro – obviamente de olho na minha bolsa. Ora, quem já esteve no Rio como turista, sabe do que  estou falando -  até porque nestas ilhas caribenhas você não precisa ser branco, nem loiro de olhos azuis pra se destacar como gringo. Thanks, mas este tipo de déjà vu eu dispenso.

 

Enfim,  compramos alguns souvenirs e saímos logo dali, caminhando de volta  para o navio e sem uma impressão muito positiva do lugar.   Pena, pois tenho certeza que devem ter outros pontos - tanto de praias boas quanto de outras  cidades na ilha -  que realmente vale a pena visitar.

No percurso de volta  ,  passamos por um pequeno cais de pescadores    -  coisa bonitinha e colorida de longe , parecendo até um quadro impressionista ,  mas horrível ( sujo e mal frequentado!) de perto!    Meu marido ainda quis dar uma olhada nos peixes por ali , mas eu fugi ( literalmente) correndo em direção ao porto, onde o nosso Amsterdam estava atracado. Sim,  eu confesso:  Sou uma carioca traumatizada.

  

Por fim, e pra não dizer que não achei nada de bom em Castries,  tem o prédio da Alliance Française.   Interessante construção,  não acham?

   

Curiosidade histórica :  a ilha de St. Lucia foi disputada entre os franceses e os ingleses durante muitos anos  e trocou de mãos entre eles 14 vezes!  – no final das contas ficando com os ingleses.  O resultado é que vários nomes de cidades e praias  pela ilha ainda são em francês.

 

Barbados:

Ah, ali sim!! {#emotions_dlg.smile}   A ilha foi colonizada pelos ingleses e a capital , Bridgetown , é  uma cidade beirando os 100  mil habitantes.

Ao desembarcarmos lá, pegamos uma das vans e seguimos para a praia de Mullins Beach   ,  cerca de meia hora da cidade.  E que praia!!!  Linda,  limpíssima e de um azul turquesa do jeito que  até hoje eu só vi  no Mediterrâneo.  Alí há um bom restaurante   e o lugar é bem animado,  cheio de turistas.

 

Depois da praia aproveitamos para explorar um pouco a capital  , mas como era dia 1 de janeiro,  estava tudo fechado e o lugar mais parecia uma cidade fantasma.  Ainda assim,  passeamos pela charmosa  marina  ( cheia de belas embarcações) e conhecemos o centrinho turístico e a  National Heroes Square ,  a praça onde , assim como a Trafalgar Square in Londres, o ingleses não resistiram e  puseram  mais uma estátua do Comandante Nelson ( que venceu  Napoleão na famosa Batalha de Tragalgar, em 1805).

Outra coisa interessante que vimos em Bridgetown foi o prédio do  Parlamento deles, fundado em 1639 e o terceiro mais antigo no mundo  de língua inglesa. ( Infelizmente não tirei foto deste e apenas registrei na minha camcorder...)

 

Mas nossa experiência mais memorável em Barbados foi mesmo a da praia. {#emotions_dlg.smile}  Ali,  pela primeira vez desde que eu cheguei no Caribe , eu  nadei em  uma praia ainda mais perfeita do que as que eu havia conhecido na Grécia !  ( E que eu acreditava , até então,  ser o lugar das praias mais lindas do mundo). 

 

Meu souvenir da ilha de  Barbados?  Um vestidinho florido em azul turquesa ,  a cor do magnífico mar do Caribe.

 

 

Diário de Bordo: a primeira ilha

Pâmelli, 10.01.12

Categoria de post:  viagem, diário

 

Nosso cruzeiro incluiu algumas das mais belas e interessantes ilhas do Caribe,  entre elas:  Saint Maarten,  Saint Lucia, Barbados, Martinica,  Saint Thomas e Half Moon Cay,  nas Bahamas.

Nosso navio era o  ‘Amsterdam’ , da companhia  Holland America -aliás,  excelente.

De todos os cruzeiros que fizemos até hoje -  no Costa ( italiano) pelo Mediterrâneo,  e no Carnival (americano)  no Golfo do México -  esta companhia holandesa é de longe a melhor.   Pra começar,  o navio tem a metade do número de passageiros dos outros ( apenas 1380),  o que significa que a ‘galera’  a bordo é bem mais seletiva.  Nada daquelas mega famílias (usando tamanho GGG…)   dos navios Carnival, com o povo se acotovelando desesperadamente envolta do buffet!  Ok,   você  paga um pouco mais,  mas viaja com gente de outro nível e em cabines ( mesmo as mais simples) muito maiores e confortáveis.   Não há tumulto nem povaréu em nenhum local do navio.   ( Sossego bendito no terceiro deck - o dos botes salva-vidas...{#emotions_dlg.smile})  Há ambientes para todas as faixas etárias, mas nenhuma área específica para crianças – o que deve explicar o fato de terem pouquíssimas delas  a bordo.  Já o pessoal  jovem ( na faixa dos vinte anos), fica  principalmente  no andar de cima, onde há uma discoteca.  Quer dizer, melhor  do que isso, só mesmo o ‘Chilfree Jazz Cruise’ , LOL  -  que  , ao que  parece, tambem faz cruzeiros pela região do Caribe , saindo de Miami.  (Fiquei sabendo disso em um dos  childfree sites que costumo frequentar e taí  uma coisa que definitivamente deve ser investigada!! )

Finalmente,  a tripulação era 99%  indonésia  e muito gentil e prestativa.

 

Mas,  falemos sobre as ilhas caribenhas...

Nossa primeira parada  foi em St. Maaten – ou Saint Martin -  dependendo de que lado da ilha você esteja , o holandês ou o francês. 

Pois é,  a ilha foi colonizada tanto pelos holandeses quanto os franceses e no final das contas acabou sendo igualmente dividida!  ( Bem que eles  tentaram fazer o mesmo  no nordeste brasileiro, mais ou menos pela mesma época, os 1600’s…)  

A capital do lado francês é a charmosa Marigot ,  onde naturalmente a língua é o francês e o ambiente  é o de  uma ‘França com pitada  caribenha’.  Alí sentamos em um café para tomar sorvete e depois seguimos para uma boulangerie , onde meu marido sempre tem de comer uma  ‘baguete verdadeira,  do jeito que só francês sabe fazer’ . {#emotions_dlg.tongue}

Ainda no lado  francês da ilha  fomos até a praia de Orient Beach ( Baie Orientale)  , de mar muito azul mas com  ventos fortes.  É  ideal para quem gosta de praticar o windsurf  ( ali tem equipamento para alugar), mas não para quem gosta de nadar em praia sem vento e sem ondas.

Depois seguimos para o lado holandês ( onde nosso navio havia atracado) e conhecemos a capital , Phillipsburg.  Tudo muito colorido,  cheio de barraquinhas de souvenirs e, alí sim,   uma boa praia para se nadar -  a Great Bay Beach. 

 

Marigot ( a capital francesa) é claro,  fez mais a minha cabeça.   Contudo,  Phillipsburg ( a holandesa)  nos pareceu mais limpa e  um pouco mais  desenvolvida. 

Minhas impressões:   embora a topografia lembre muito o Brasil ( afinal o Caribe já está nos trópicos) , os morros alí ainda estão com 99%  de sua vegetação nativa preservada  e detalhe:  não há uma única favela a vista ;  apenas umas poucas e boas casas nas encostas.

As estradas entre as cidades não são  limpíssimas como nos E.U.  , mas são  MAIS  limpas do que nos balneários brasileiros e nunca chegamos a ver lixo amontoado ao lado delas.  

Conclusão:  O Caribe,  entre as ex-colônias européias nas Américas,   é uma espécie de ‘Segundo Mundo’ –   uma ponte entre o Terceiro ( incluindo o Brasil)  e o Mundo Desenvolvido.

 

Então fica a pergunta:  Será que Calabar não  tinha razão em preferir que o Brasil fosse colonizado pelos holandeses?

Segundo o autor Romeu de Avelar,  em seu livro ‘Calabar’ (  primeira edição de 1938 e a última  em 1973 - hoje infelizmente  indisponível no mercado literário…), o valente cabo de guerra brasileiro bem que sabia o que estava fazendo quando se voltou para o lado dos holandeses…

Diário de Bordo- Primeira Parada: Miami

Pâmelli, 09.01.12

Categoria de post:  turismo, diário

 

Pois é.   Tenho andada sumida do blog  nestas férias, mas foi  por um BOM motivo:  estávamos no Triângulo das Bermudas!! Lol

Mas, como podem ver,  sobrevivemos e  voltamos. {#emotions_dlg.smile}

 

Tenho muito o que contar sobre nossa viagem  a bordo do transatlântico Holland America e o cruzeiro que fizemos,  acompanhados de minha mãe e minha tia ( que moram no Rio) ,  ao longo de algumas das mais belas ilhas do Caribe.

Decidi que farei isso em uma série de  ‘diários de bordo’ ,  já que cada lugar por onde passamos realmente  merece um post somente para si. E sim,  é claro que eu registrei cada momento com minha velha e boa camera!

 

Miami: 

Nossa saída se deu de Fort Lauderdale,  Flórida.  

Contudo,  primeiro passamos duas noites em Miami,  onde minha tia  veio nos encontrar para embarcarmos no cruzeiro.( Minha mãe já estava conosco no Texas,  desde o começo de dezembro ).

 

Não sou nenhuma expert em Miami ( só estive lá umas poucas vezes,  sempre por um ou dois dias…), mas desta vez acho que pude ter uma ideia mais clara de que tipo de cidade realmente  é. 

Eu sempre disse que considerava  o estado da  Flórida  ‘ o Rio de Janeiro que deu certo’   e Miami  ‘ a Barra da Tijuca do Primeiro Mundo’  e esta visita apenas serviu para confirmar isso.

A cidade é  realmente muito bonita e lembra muito o Rio da Zona Sul -  especialmente a Praia de Ipanema e Barra.   Na verdade eu diria que Miami toda  lembra a Vieira Souto,  com seus belos prédios de luxo,  salpicados de varandas.  Tudo moderno,  colorido e alegre. 

O South Beach é a mais pura animação , com bares, cafés, restaurantes e turistas do mundo todo passando de um lado pro outro  a toda hora.  É a orla do Rio em plena noite de Réveillon!   A diferença fica por conta da limpeza das ruas,  a falta de  mendigos dormindo pelas calçadas,  a total ausência de  favelas nos morros  (alias, alí a topografia é totalmente plana!) ou pivetes te abordando nas ruas.  Em suma:  ali você anda tranquila,  usa suas jóias sem qualquer  receio ou complexo  de culpa ,  passeia  em carros abertos e para nos sinais sem olhar receosa  para os lados,  com o batimento cardiaco abaixo dos 120.

Mas nem tudo são flores em Miami.   Os motoristas alí estão LONGE de ter a  civilidade , a  educação e o  respeito  no trânsito ( tanto pelos pedestres quanto pelos outros motoristas…) que se vê nas outras cidades da América  ( afinal  a cidade é  cheia  de cubanos  e,  vamos combinar,  brasileiros!!) .  Mas,  se você mora e dirige no Brasil,  vai achá-los “normais”  e não mais agressivos e impacientes do que os cariocas ou paulistas – afinal tudo é relativo. 

Contudo,  a coisa  mais ‘ estranha’  e que me chamou a  atenção  em Miami,   é que alí simplesmente não há AMERICANOS!! Para onde você  se vira,  ouve  turistas e famílias falando todas as línguas do mundo , menos inglês.  (Ou quando ouve alguém  falando inglês,  é com um forte sotaque latino -americano). 

 

Pois é.  Pelo visto os americanos  não são lá muito fã da ‘Barra ‘ ou da ‘Cuba’ do Primeiro Mundo ,  e eu até entendo por que:   Miami é uma cidade bastante ‘show off’  ( Olha gente,  estou aqui,  ó !!!),  demasiada intensa  e  latino-americanizada para o gosto do americano médio. 

No entanto,  para quem mora no Brasil ,  Miami deve ser  mesmo uma espécie de 'paraíso' pois afinal tem todas as qualidade do Rio (a  alegria , belas praias,  sensualidade, shoppings, a cultura do corpo  e da praia etc.) ,  sem os seus piores problemas e mazelas.  Isso sem falar nas compras que , como no resto dos E.U. , TUDO é muito  mais barato do que no Brasil!!  Então,  No wonder que tantos brasileiros ( endinheirados ou simplesmente remediados) viagem  todo ano enlouquecidos para  lá  - muitos inclusive , com um one-way-ticket.

 

Anyway, no dia 26 de dezembro seguimos para Fort Lauderdale,  de onde nosso navio  partiu para um cruzeiro de dez dias pelo Caribe. 

Nos próximos posts,  escreverei mais sobre os lugares por onde passamos  e o que vimos de interessante por lá.   É aguardar.

 

 Alguns prédios em South Beach.  Vai dizer que não lembra a Barra ?