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Parada Essencial

Benvindos ao "Diário politicamente incorreto da Pâmelli" - uma brasileira/americana childfree, residente nos E.U.A. desde 2003 Viagens, cultura, desabafos e muito mais!

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Loucura, desgraça e um show histórico em N.Y.!

Pâmelli, 08.06.14

Afinal faz séculos que passei pelo blog! Nem sei quando foi a última vez, mas como vêem,  I'm still alive!! lol

In the meantime , saí de férias da U.T.,  passei quase um mês em St. Augustine e já comecei o curso de verão.

Só que ,in-between,  estive nada menos do que em New York City!

Pois é.  Não estava nos planos, mas acabei passando uma semana BEM DOIDA  por lá (to say the least!) e recheada de pontos tanto baixíssimos, quanto altíssimos.

 

P.S. Leitores do Parada, peguem um café e sentem-se numa poltrona confortável pois a estória é meio longa…

 

O que aconteceu foi o seguinte:

Estávamos de férias em St. Augustine, na Flórida, (meu marido na verdade indo e vindo, dividindo sua estadia por lá com alguns encontros familiares necessários, tanto no Texas, em Maryland e na própria Flórida…) quando minha tia e madrinha -  hoje com quase oitenta anos – veio do Brasil  com uma amiga para passar uma semana em Nova Iorque.

(Minha tia sempre foi  louca pelos E.U. - esp. por N.Y!- e viaja para cá  todo ano há mais de quarenta anos)

  

Anyway, à princípio eu não tinha planos de sair da Flórida para encontrá-las , mas ao ficar sabendo do show que as duas iam assistir no Birdland Jazz Club ( nada menos do que Marcos Valle e Roberto Menescal, juntos!), não resisti, e num impulso de última hora,  tomei um avião de Jacksonville ( que fica a meia hora de St. Augustine) e fui encontrá-las na Big Apple.  O plano era ir numa terça , assistirmos ao show juntas numa quarta e eu voltar para a  Flórida no dia seguinte (quinta-feira).

 

Well….guess what….

Minha tia , que como já mencionei,  é idosa (além de bastante doente... pois, entre outras coisas, tem problema cardíaco e sofreu uma fratura de bacia há dois anos, o que a obrigava até então a andar de muletas…),  para completar o quadro de horror, simplesmente  caiu NO DIA SEGUINTE à sua chegada em N.Y. Bem no dia em que cheguei para encontrá-las. (Isso é  que é sorte, heim?)

 

A verdade é que ninguem em sã consciência,  na idade de minha tia e com tantos problemas de saúde, viajaria sequer do Rio de Janeiro para Petrópolis,  let alone para os E.U.A.!  Mas Tia D. tem seu próprio dinheiro, mora sozinha e é teimosa. Daí que seus filhos no Rio não puderam impedir que viajasse.

Enfim,  o fato  é que eu,  ao  chegar no hotel em Times Square, onde ficaríamos,  topo com minha tia já toda roxa e com o braço paralisado de dor.   A fatídica queda, nos degraus da famosa igreja de St. Patrick, havia  ocorrido poucas horas antes do meu voo pousar no Aeroporto Kennedy.

Foi então que começou nossa peregrinação na Big Apple:  milhares de telefonemas para a agência do seguro internacional,  a ida ao Pronto Socorro para tirar a radiografia,  o diagnóstico de mais de uma fratura no braço,  telefonemas para seus filhos no Rio, o aluguel de uma cadeira de rodas (pois agora é que ela não tinha mais condições de andar,  mesmo de muletas! ).

 Enfim, o resumo  da tragédia grega é o seguinte:  

-Minha tia fala pouquíssimo inglês e sua amiga ZERO.   O seguro internacional Fly Card (bando de picaretas!) naturalmente fez corpo mole o tanto quanto pode, e só depois de muitos telefonemas internacionais para o Brasil e a ameaça do seu filho lá,  que é medico,  de processá-los, é que finalmente conseguimos uma consulta com um ortopedista.

- Eu fui para N.Y. com uma malinha para ficar dois dias e acabei ficando uma semana (Pelo menos tinha levado um conjunto decente para ir ao show do Birdland...)

-a boa notícia, quando finalmente conseguimos que minha tia visse o ortopedista,  foi ele ter dito que a fratura era “simples” e nos informado de que   não era o caso de operar, e sim simplesmente de imobilizar o braço por várias semanas.

- o hotel Edison, onde  ficamos no Theater District,  no coração de Manhattan,  foi super camarada e depois de transferir as duas para um quarto maior e com duas camas de casal, me deixou ficar lá com elas ,  DE GRAÇA.

E o melhor :

- Minha tia, ao saber que não precisaria operar o braço,  resolveu ficar em NYC até o final de sua estadia (que seria ao todo de uma semana).  Afinal,  não tinha mais nada a se fazer, então por que não ficar e aproveitar  o resto da viagem?

- Eu, naturalmente,  concordei em ficar com elas lá até o final – ainda mais se podia ficar no hotel de graça!  (A média da diária do Hotel Edison é de $250 ).

 Nota #1 : Já no dia seguinte à sua queda (quando já sabíamos da fratura  devido a radiografia que tinha sido tirada no Pronto Socorro)  e enquanto eu ainda lutava com  a companhia de seguros para conseguir uma consulta com o ortopedista…  Apesar da desgraça, resolvemos  não cancelar nossos planos e decidimos ir ao show do Marcos Valle e Roberto Menescal conforme o plano original.  lol

Pois é.  Tal tia,  tal sobrinha.  A loucura corre na família.

Afinal desgraça pouca é besteira.  A dor no braço era forte , mas até a consulta com o especialista, não  tínhamos muito o que fazer. Além do mais, embora ninguem dissesse isso, no fundo todas nós pensávamos que esta deve ter sido a última viagem de minha tia à N.Y...

Portanto, Tia D. , que já toma doze comprimidos por dia , resolveu tomar  mais um (para DOR!),   e lá fomos nós,  as três Cajazeiras, para o show histórico no Birdland Jazz Club. {#emotions_dlg.smile} Afinal, estamos falando de duas lendas vivas da Bossa Nova , gente!!

O lugar ficava a poucas quadras do hotel,  então eu e a amiga de minha tia ( que é uns quinze anos mais jovem do que ela),  EMPURRAMOS a cadeira  pelas ruas da Big Apple até o clube, já que o  táxi especial para cadeirantes é super demorado e já estávamos em cima da hora...

 

O "momento de glória" :

(que compensou por toda a desgraça e os sufocos que havíamos passado até então)

Após o show,  o Marcos Valle,  que é amigo pessoal e paciente de meu primo oftalmologista no Rio  (o filho de minha Tia D. ),  nada menos do que sentou-se em nossa mesa e assinou o meu C.D.!

Também conseguimos falar com o Menescal, que assinou outro C.D. para mim. Tiramos fotos com os dois e quando lhes contei  que minha tia tinha vindo ao show deles mesmo toda quebrada , ainda sem ter conseguido ver um ortopedista,  eles mal acreditaram.   O Menescal ficou especialmente surpreso ao saber que eu morava no Texas e que tinha vindo da Florida só para ver o show.  

Quanto ao show em si,  foi MARAVILHOSO, com os dois músicos tocando tanto sucessos do passado como "O Barquinho", "Bye, Bye Brasil"  e "Samba de Verão" , quanto músicas novas dos C.D.'s que havíamos comprado.

 Na plateia do Birdland  tinha, entre outras pessoas,  nada menos do que o Eumir Deodato e um maestro ( aparentemente muito famoso)  da Sinfônica do Rio ,  cujo nome nao me recordo.  Com certeza tinham também muitos outros músicos e celebridades brasileiras e americanas, que eu não reconheci.

 

Epílogo:

Além do show histórico  do Menescal e Marcos Valle,  ainda fomos uma noite ao Edison Ballroom , que tem um jantar maravilhoso, mas é o lugar ideal apenas para quem gosta (e sabe!) dançar muito bem.  De fato,  várias mesas tinham algumas mulheres mais velhas dançando com o que parecia ser “jovens instrutores de dança".  O lugar não é bem a minha praia,  mas minha tia costuma ir lá toda vez que vai a N.Y.  pois era lá que costumava dançar com seu marido, quando este ainda  era vivo. Suponho que o lugar lhe traz boas lembranças...

 

Por fim,  uma tarde, enquanto as duas descansavam no hotel, consegui escapulir e assistir ao  musical da Broadway que está super badalado no momento:   “Cinderella”! – com a atriz que faz o papel da “Nanny” no  famoso seriado de T.V.   O cenário e as vozes dos cantores eram simplesmente nota 10!

 

No domingo,  fui para o Museu do Metropolitan (que já conhecia e que sempre visito quando vou à N.Y.) e passei o dia entre múmias egípcias, armaduras medievais e estátuas da Grécia e Roma antigas.  O museu tem um restô delicioso ( não a cafeteria lá de baixo!),  todo envidraçado e com vista pra o Central Park... Enquanto isso, minhas companheiras de "loucura, glória e infortúnio em N.Y." aproveitaram para passear em Times Square – de cadeira de rodas e tudo- e fizeram as inevitáveis “compras brasileiras”.  Ou seja: o que começou como uma tragédia grega , terminou em happy ending Americano.  Graças ao nosso sangue frio,  coragem,  persistência e , por que não,  temeridade! lol

 

Voilà.  Este  é o resumo , bem resumido,  de nosso encontro,  da desgraça, dos sufocos e prazeres que tivemos na “City that never sleeps” . 

Definitivamente uma viagem cheia de pontos altíssimos e baixíssimos,  assim  como a própria Big Apple. 

 

Alguns momentos da viagem:

 

1)

O C.D. assinado pelo Menescal...

 

2)

Marcos Valle em nossa mesa após o show.

 

3)

E no teclado cantando "Samba de Verão" -  SHOW!

 

 

4)

No musical da Broadway: Cinderella 

 

5)

O belíssimo e magnífico Metropolitan Museum of Art

 

 

 

                                                                                                                    

NYC -Primeira Parte - A Coleção de Henry Frick

Pâmelli, 14.04.09

 

 Esta foi minha terceira vez em NY.

Infelizmente minhas visitas  à Big Apple  são sempre curtas -  de  3 ou 4 dias- , por isso sempre  procuro delinear mais ou menos aquelas coisas 'essenciais' que pretendo fazer durante minha viagem.

 

Desta vez fomos com meus sogros (  da primeira vez tambem, e da segunda estive lá sozinha...), partindo de trem da cidade de Columbia onde eles  moram. 

 A viagem dura pouco mais de duas horas  e eu ADOREI andar no Amtrak ( o trem americano),  que aliás,  achei bem mais confortável e agradável do que os trens na Europa.  ( Acontece que os americanos são bem  MAIORES e MAIS GORDOS que os europeus , portanto as poltronas de seus trens  são igualmente maiores e mais espaçosas! lol ( Vantagem pra quem faz o gênero 'petite' , como eu, hehehe...) 

O mesmo se passa com os banheiros à bordo , e tambem com a área do café...)

 

Anyway...

O fato é que , ao contrário da maioria das pessoas ( e principalmente da maioria dos brasileiros!)  que vão à Nova Iorque... as COMPRAS nunca fizeram parte indispensável de meu programa.

 Meu pensamento é o seguinte: ' Não preciso ir à Nova Iorque para fazer compras! '

Na cidade onde vivo já tenho  acesso a praticamente todas as principais  lojas americanas que se encontram na Big Apple,  das mais chiques e caras ( Neuman Marcus, Saks, Louis Vuitton, Nordstrom etc... ), passando pelas medianas (  Victoria Secret, Ann Taylor , Dillard's , Macy's ...) até às mais baratas e populares ( Wal-mart, Ross,  JC Penney , Target e Sears... )  Além do mais,  deixando de lado  a idéia das compras,  posso me dar ao luxo de viajar com uma  mala pequena e na volta  para casa não preciso carregar uma MONSTRUOSIDADE , cheia de coisas que poderia comprar por aqui mesmo! 

 Afinal, uma mala  é sempre uma mala...

 

 Minha idéia , portanto,  ao ir à uma cidade como N.Y. ,  é poder ver e experimentar as coisas que SOMENTE se possa fazer in loco!   Coisas por exemplo como visitar o  Museu do Metropolitan,  assistir à um show de jazz no Village ou um musical da Broadway... 

 

 

 

Nesta viagem ,meu marido infelizmente teve de trabalhar no hotel durante os dois  primeiros dias. 

Looking at the bright side,  contudo, isto me  deu a chance de seguir por conta própria para os meus programas preferidos sem precisar 'negociar' com o resto do grupo o que cada um queria fazer.

Como meus  sogros resolveram voltar à  Chinatown ( que eu já tinha conhecido durante minha última visita )  segui  então  sozinha  em direção ao  Metropolitan Museum of Art .

( Nota:  estávamos hospedados na West 46th Street e o museu fica pela altura da rua 82.  Apesar disso,  resolvi que caminharia a distância pois havia muito o que se ver pelo caminho ...)

 

Minha ideia original era passar pelo menos a manhã inteira no Met.  Mas enquanto caminhava pela  Quinta Avenida  ao longo do Central Park  de repente descobri o prédio do  Frick Collection no meio do caminho! 

Ora , pensei,  do que se trata isso? 

No dia anterior a madrasta de meu marido  havia me perguntado se eu pretendia ver a coleção do Frick e eu não soube lhe responder pois não sabia exatamente do que se tratava.  Pensei então que valia a pena fazer um pit-stop por lá antes de seguir para o Met...

 

 Henry Clay Frick -  este é o nome do magnata  americano que formou o   fantástico acervo  de obras de arte hoje conhecida como a Frick Collection de Nova Iorque.

Ao morrer,  deixou não apenas sua coleção de arte  mas tambem sua belíssima casa na 5th Avenue para a cidade de Nova Iorque!

A construção é de 1914 mas o interior é como  a casa  de uma família abastada da Inglaterra ou França no século 18.   Lindos tapetes, móveis e porcelanas adornam os diferentes aposentos da casa, incluindo a sala de jantar,  de estar e a biblioteca.  Sua incrível  coleção de pinturas européias inclui  Vermeers, Turner, El Greco, Jan van Eyck, Gainsborough, Degas, Monet, Goya, Rembrandt  e muitos outros!

Um  curto documentário nos conta a estória de Henry Clay e do amor  e orgulho que tinha por sua coleção e uma visita à sua casa é um verdadeiro must para qualquer apreciador de arte, bom gosto e savoir-vivre.

Lá eu passei cerca de duas horas -  tempo suficiente para se conhecer bem o museu e todo o seu acervo. 

Infelizmente,  ao contrário dos outros museus da cidade,  no Frick não se pode fotografar NADA - nem mesmo sem flash! 

 

 

 Ah, quem dera que mais milionários ao redor do mundo ( e no Brasil, em especial...),  ao invés de passarem boa parte de suas vidas  colecionando modelos siliconizadas ,  carros esportes e lanchas poderosas, volta e meia se inspirassem no exemplo deste homem excepcional !  Alguem  que  certamente  soube aproveitar bem o dinheiro que ganhou ,  mas  ao morrer,    deixou  para nós,  reles mortais,  um pouco de seu  luxo, de sua  cultura e de sua inspiração.

 Eis  um belo exemplo de amor e patriotismo,  de sabedoria e generosidade para com o seu país,  sua cidade e o seu povo!

Thank you ,  Henry Clay Frick. 

 

Depois do TÉDIO do campo...A EMOÇÃO de NYC!

Pâmelli, 14.04.09

 

Afinal estamos de volta à casa!

Depois do barraco do Passover,  seguimos para o campo  no interior do estado de West Virginia , que é  vizinho de Maryland,  onde moram meus sogros.

O 'presente de grego' nos foi dado por um tio de meu marido e sua mulher,   que têm uma espécie de 'cabana' , literalmente no meio do mato e completamente  afastado de tudo o que é remotamente civilizado. 

A gentil criatura achou que estava nos fazendo um favor e que lá teríamos 'paz e tranquilidade' para aproveitar a natureza e passarmos uma 'segunda Lua de Mel ...'   É ruim heim!!   

Meu marido,  que até gosta do campo e, ao contrário de mim,   tem muita dificuldade em dizer  'Não , muito obrigado'  às pessoas, sentiu-se na obrigação de aceitar o convite.

Mas no final até mesmo para  ele a 'experiência' acabou sendo rústica e tediosa demais!

O fato é que ficamos dois dias naquele buraco -  onde sequer a televisão pegava!!

Enfim,  finalmente na quarta-feira escapamos do tormento ,  deixamos um bilhete BEM MENTIROSO  na bancada da pia informando aos donos da casa que 'havíamos aproveitado muito e gostado de tudo...' e ( Graças aos Céus!)  partimos para a terceira etapa de nossa viagem pelo East Coast.

Nosso próximo destino era NYC  e foi lá onde estivemos nos últimos 4 dias.

 

Então agora ,  vamos aos posts que realmente interessam!

 

 Aviso aos navegantes:

Àqueles que esperam ler  sobre as melhores lojas para se fazer compras em New York - esqueçam!   Eu apenas trouxe um pequeno livreto sobre Astronomia que comprei  durante a nossa visita ao  Planetário da Big Apple.  lol

(É que simplesmente não tive tempo de comprar NADA , já que  estava muito entretida aproveitando algumas das milhares de atrações culturais que aquela CIDADE MARAVILHOSA têm a nos oferecer ! )

 

Agora vejamos...Por onde devo começar ??