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Parada Essencial

Benvindos ao "Diário politicamente incorreto da Pâmelli" - uma brasileira/americana childfree, residente nos E.U.A. desde 2003 Viagens, cultura, desabafos e muito mais!

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Benvindos ao "Diário politicamente incorreto da Pâmelli" - uma brasileira/americana childfree, residente nos E.U.A. desde 2003 Viagens, cultura, desabafos e muito mais!

A beleza do Colorado

Pâmelli, 27.08.13

Todo ano, no verão,  costumamos dar a nossa escapulida até o estado do Colorado – mais especificamente até a cidadezinha de Breckenridge, que no inverno é uma das boas e conhecidas estações de esqui da região.  É que nesta época a gente por pouco não ASSA no Texas!  Já ali, a três mil metros de altitude,  ah…., que delícia de ar puro, fresco e seco !

Quem frequenta o Parada  há algum tempo,  com certeza já leu o que escrevi sobre Breckenridge e as outras cidadezinhas encravadas nas magnificas  Rocky Mountains. (Para quem não leu e está curioso, é só clicar nos tags  ao lado  onde está escrito “Colorado” e ir descendo a página  até encontrar  os posts).

Cada cidadezinha ali é  mais charmosa do que a outra; muitas delas fundadas em meados do Século 19 e  contando a história do Gold Rush ( a descoberta do ouro nos E.U.A.).  No inverno , tudo é  coberto de neve e fica com os seus lagos congelados. No verão a paisagem fica cheia de flores de todas as cores e os lagos, já descongelados,  tornam-se de um azul brilhante e transparente.

Para completar, no Colorado  o ar é puro, o céu frequentemente azul  e a natureza ainda bastante intacta em muitos lugares.  Por aqui ainda existem ursos, veados, águias, caribus, alces, leões da montanha, raposas e muitos outros tipos de animais. Os parques nacionais estão cheios deles e as estradas , entre uma cidade e outra, são cheias de placas avisando aos motoristas para dirigir com atenção por causa de veados ou ursos que volta e meia surgem, sem avisar! Lol

 Pois é. O  Colorado é mesmo um belo estado. E o melhor: ainda em boa parte com o homem convivendo  em harmonia com a natureza. {#emotions_dlg.smile}{#emotions_dlg.bouquete}

 

Eis algumas fotos que tirei durante nossa visita desta vez:

 

1)

Pôr-do-sol na estrada seguindo em direção às Rocky Mountains

 

2)

Mesmo

 

3)

Cenário hollywoodiano...

 

4)

A estrada por entre as Rockies ( as montanhas do Colorado)

 

5)

A viagem em si já é um passeio...

 

6)

 Voltando de Aspen, onde fomos passar o dia, com o rio Colorado ao lado da estrada.

 

7)

No lago Dillon,  perto de Breckenridge.  Ótimo local para se andar de bicicleta! (A cestinha é uma boa para se levar água e filtro solar pois ali estamos a três mil metros de altitude) {#emotions_dlg.tongue} Ufa!

 

8)

As flores estão por todos os lados.  É verão no Colorado!

 

9)

Veleiros na marina do lago Dillon

 

10)

As "casinhas" em estilo Daniel Boone,lol,  com vista para o lago.

 

11)

A ciclovia envolta do lago (que tem cerca de 40 km),com a auto-estrada ao lado.

 

 

 

Depois do estudo penoso, a escapulida até o Novo México e o Colorado!

Pâmelli, 22.08.13

Nota: este post vai ser meio  longo.  Então, pegue uma boa  xícara de chá ou café  e sente-se numa poltrona confortável antes de começar…

 

Primeira parte:  o desabafo!

Finalmente meus dois cursos de verão na U.T. acabaram – e diga-se de passagem,  cada um foi  mais chato e ridículo do que o anterior.  Francamente,  a U.T. , so far,  só tem me decepcionado.  E não, não creio que se trate de “implicância da Pâmelli com coisas texanas”  (quem me conhece poderia até pensar isso).  Afinal ,  minha experiência no ACC ( a universidade pública e portanto  “dos pobres”, em Austin) foi bastante  positiva -  apesar de um ou outro professor maluco ou pentelho que tive de aturar…  Mas vários dos cursos  na  Austin Community College  foram bons,  eu aprendi muito e tirei o meu Associate’s Degree em Antropologia com “ todas as honras”. {#emotions_dlg.smile}

 Já na U.T.  -  a  cara e metida   Universidade do Texas -   aqui estou  eu,  penando desde o começo do ano.  Até agora já foram  4 cursos,  e cada um mais decepcionante do que o outro.

Ora é a professora que não presta (o caso desta última, uma israelense bem grossa, sem a menor didática e todos os dias  mandando  os alunos “apresentarem um powerpoint”, pra  no fundo ela não precisar trabalhar!);  ora o curso é uma clara “agenda política”, com um programa visivelmente  distorcido e parcial ( no caso, o sobre a “Violência no Brasil”,  dado pela antropóloga ativista “petista”);  ora os professores  são até  bons (o caso do professor de História da Grécia e  de Latim),  mas dando  cursos  mal programados, CARREGADOS de gramática ou  com livros ruins e de leituras desinteressantes.

 Enfim,  embora  continue tirando boas notas,  no término de cada  programa,  só o que consigo fazer  é levantar as  mãos e os olhos para o  céu e  suspirar  um “Thank God!”,   como se tivesse acabado de passar  dois  gigantescos cestos de roupa.

Então aí vem a pergunta que não quer calar:

Será que neste segundo semestre a coisa vai finalmente  melhorar??

 

Segunda parte:  Santa Fe

Agora  vamos ao que interessa…

Esta semana ,no intervalo entre o curso de verão e o início do segundo semestre, demos uma escapulida (de carro, como sempre) primeiro ao Novo México e depois ao Colorado.  Sim,  nós estamos no Southwest! (ou Faroeste,  como se diz no Brasil…)

O Novo México,  como o nome bem indica,  um dia foi “México”.  Mas depois da Guerra de 1848, foi …bem…  tomado dos mexicanos!  Coitados.  E agora eles precisam até  de “visto” pra entrar aqui…

 Mas  o fato é que trata-se de uma região dos E.U. bastante interessante,  com  seus quilômetros e mais  quilômetros de deserto,  pouquíssima gente (o estado inteiro só tem cerca de 2 milhões de pessoas!), seu clima seco e suas  principais cidades no alto das montanhas.  Santa Fe, por exemplo, fica a mais de 2 mil metros de altitude e foi lá que fizemos nossa primeira parada oficial (depois de termos dormido em um “buraco” no meio do nada chamado Clovis,  a cerca de 7 horas de Austin).

Bem que eu já havia ouvido falar de Santa Fe - a cidade das “artes plásticas’, com forte influência da cultura indígena e também hispânica. E de fato,   a capital do estado do Novo México é realmente um blend muito interessante de tudo isso. Além disso, a maioria dos Americanos por lá tem o aspecto claramente “native American” ou “mexicano” e alguns até falam inglês com um ligeiro sotaque hispânico!

A verdade é que na América as cidades são quase todas muito parecidas, com os seus típicos subúrbios, o downtown e é claro,  sempre cheias das mesmas franquias.  Poucas são aquelas que têm uma “personalidade própria”,  assim como New Orleans, São Francisco, Nova Iorque,  Saint Augustine  ou mesmo Miami.  Então,  chegamos em Santa Fe e voilà! – topamos com  um outro  exemplo de uma cidade única,  diferente,  original…

Sendo assim, vejamos alguns fatos interessantes sobre “a mais antiga capital de um estado norte Americano”:

-Santa Fe foi fundada em 1610 pelos espanhóis e hoje é a capital do estado do Novo México, que fica entre o Arizona e o Texas.

-Ali a cultura indígena , dos “native Americans” ou índios Americanos , é realmente a marca registrada da cidade – principalmente  na sua arquitetura em estilo “adobe”.

-Apesar de pequena (com  pouco mais de 70.000 habitantes) a cidade é cheia de hotéis elegantes,  excelentes restaurantes,  muitas galerias de arte e museus que dão  ênfase à arte local e indígena,  além de contar a longa e interessante história do Novo México. (Pra quem acha que  “na América quase não tem história”, é bom lembrar que aqui  volta-se  ao tempo  cerca de 14,000 anos! -  a época das mais antigas pontas de flechas feitas pelo homem, e que são  conhecidas como “Clovis points”).

-Hoje, Santa Fe é não apenas uma conhecida cidade turística nos E.U., mas tambem é  famosa por sua   Feira dos Indios ( Indian Market) que acontece todo verão. Além disso , a cidade é  uma das preferidas dos aposentados “bem de vida” ( o custo de vida ali é bem alto!)  por causa da bela paisagem  envolta, da riqueza da arte local  e de  seu clima fresco e seco típico das altas altitudes.

E por falar no Indian Market,  foi um milagre conseguirmos um  hotel lá nesta época do ano ,já que a cidade fica entupida de turistas.  As coisas expostas na Feira  são maravilhosas ( tapetes dos índios Navajo, cerâmicas feitas por diferentes tribos locais,  jóias trabalhadas em prata e com a pedra típica da região,  a turquesa…), mas tudo é caresésimo!  Eu, depois de muito andar pela cidade,  consegui comprar  em uma loja local,  um par de brincos e anel  por pouco mais de  $100 – uma barganha!

 Aliás,  a coisa interessante de se ver em Santa Fe são as mulheres – tanto as locais quanto as turistas, as  jovens ou as  velhas… -  todas enfeitadas com as jóias e bijuterias locais.  Em todos os lugares,  todo o mundo circula pela cidade  enfeitado de pratas e turquesas ,pois aqui o dourado é definitivamente “out”!  Isto,  em um país ( tirando Nova Iorque)  onde as mulheres raramente se arrumam ou se enfeitam,  é no mínimo  uma visão “original”.

E agora,  vejamos  algumas fotos de Santa Fe e  dos lugares que mais gostei por lá:

( A segunda parte de nossa viagem,  o Colorado,  fica pra próxima)

 

1)

 A bela catedral de St. Francis data  de 1886 e é em estilo romanesco francês.

 

 

 

2) O Indian Market ( Feira dos Indios) na Plaza Histórica da cidade. Tapetes, cerâmicas ,  jóias em prata e turquesa - tudo belíssimo e caríssimo!

 

3) 

 O  popular restaurante The Shed - comida mexicana com um toque espanhol.  A entrada tem  a porta baixa e o  prédio,  de 1692,  é em adobe é claro.

 

4)

 A igreja da  Missão de San Miguel data de 1710 e é  a mais antiga dos E.U.A.  O adobe é feito de tijolos de terra seca ao sol, água e palha.  As paredes são reforçadas com argila. (clay)

 

 

5)

 O Museu de Arte de New Mexico.  Desde 1912 todos os prédios da cidade devem seguir o estilo adobe de arquitetura indígena.

 

6)

 No carro da polícia do estado, o símbolo americano e o mexicano ( a águia)  unidos...

 

7)O lobby do charmoso hotel St. Francis ( um dos mais tradicionais da cidade e bem no centro) construído em 1880. 

8)

Um dos  quadros da pintora Georgia O 'Keefe,  que residiu no Novo México e representa o movimento Modernista Americano.  Em Santa Fe há um museu inteiro dedicado à artista.

 

 

Sobre o artigo da TIME

Pâmelli, 16.08.13

Para quem não conseguiu comprar  o exemplar da revista TIME , do dia 12 de Agosto,  com o artigo de capa  “The Childfree Life”,  (algumas versões são diferentes de acordo com o lugar , por exemplo:  USA, América Latina, Ásia etc),  aí vai um resumo de algumas de suas  “melhores partes”:

- Quando perguntada por que ela havia optado por não ter filhos,  a escritora e produtora de documentários Laura Scott,  de Tampa, na Flórida (só podia ser! Lol) respondeu:  “My main motive not to have kids was that I loved my life the way it was” ( Minha maior razão é o fato de eu adorar minha vida , do jeito que ela é “)

- Nos anos 70 na América,  1 em cada 10 mulheres optava por  não ter filhos;  em 2010 este número é de 1 para cada 5.  Ou seja,  mais e mais mulheres americanas estão decidindo ser childfree.

-O custo em media, nos E.U.A. de  hoje ,   para se criar um filho até os 18 anos  é de $234,900!

-O número de mulheres americanas que deve permanecer childfree entre as ricas é de 1 em cada 8;  entre as da classe media é de 1 em cada 14 e entre as pobres é de 1 em cada 20

(o que , a meu ver,  deveria ser justamente o contrário!)

-A média do número de filhos por cada mulher nos seguintes países é:  7.0 na Nigéria ( Arrrrre!!),  5.5 no Afeganistão (típico…), 2.6  na India e 2.3 no México (países que estão evoluindo pelo visto…), 2.0 nos E.U. , 1.9 na Inglaterra, 1.8 na Noruega, 1.6 na China e 1.4 na Alemanha, Itália e Japão. ( Ou seja,  quanto mais civilizado ou  rico é o país, menos filhos o povo vai pondo no mundo.  Ok,  A China é outra estória...)

- E por fim,  a minha parte favorita no artigo – e que vai deixar muita gente meio P&%$*ta  vida!-

  Segundo o pesquisador Satoshi Kanazawa ( suponho que seja um japonês) , "Childless women are just smarter”. (As mulheres childfree são simplesmente mais inteligentes). {#emotions_dlg.happy}

Ele estudou um grupo de pessoas no Reino Unido durante 50 anos e concluiu que “high intelligence” (maior inteligência) tem uma relação direta com a decisão precoce e duradoura de uma mulher se  manter chilfree.  No estudo, ele percebeu que  um aumento de 15 pontos no QI das meninas,  diminuia em até 25% a probabilidade delas, algum dia ,  se tornarem “mães”. 

-Por fim,   vale lembrar que os childfree não toleram ser chamados de childless.

“Childlessness is for someone who wants a child but doesn’t have one.  It’s a lack.  I’m not lacking anything” ("Childlessness" é uma condição que implica que você queria ter um filho , mas não pode. Portanto que algo  está “faltando” em sua vida.  Na minha, não está faltando nada.” -  Laura Kipnis,  autora do livro “The Baby Matrix”.

 

Em suma , o artigo foi bom , embora nada de excepcional.

 

Agora, para quem domina bem o inglês e quer ler mais sobre o “childfree lifestyle”... Sugiro que dê uma passada no blog da  Firecracker Mandy (childfreedom.blospot.com)  que é escrito por uma moça da Filadélfia, childfree, muito bem casada e "com o QI pelo menos 15 pontos acima da média..." lol. ( O Parada Essencial  não é um blog exclusivamente tratando de tópicos childfree, embora volta e meia eu escreva algo sobre o assunto...)

Contudo, aí vai uma pequena dica :  o blog da Mandy  é frequentado principalmente por pessoas childfree e que AMAM o seu estilo de vida.  

Portanto,  se você fôr um desses  parents, muito feliz com sua paternidade/maternidade  e orgulhoso  do seu “mini-you”, é melhor guardar isso para si, já que  ninguem por lá vai estar muito interessado.  Para isso é que  existem os MILHARES  de “Mommy blogs” espalhados pelo ciberespaço a fora… 

 

 

 

O espírito de Van Gogh no meu jardim?

Pâmelli, 05.08.13

Muita gente por aqui resolve fugir do Texas nesta época do ano - e com razão.

É que a média da temperatura no verão gira em torno dos 40 graus!  Fica todo o mundo rezando pra chover, ou pelo menos pro  verão acabar logo.

Menos eu.  lol

 

A verdade é que prefiro bem mais o verão no Texas do que o inverno - principalmente em Austin,  esta cidade  toda metida a  “natureba” , cheia de hippies, de  músicos… Enfim,  a  cidade ,  como bem se descreveu no filme Bernie : "das mulheres que não depilam as pernas…” {#emotions_dlg.happy}

(Alguem viu Bernie?  É imperdível,  e o Jack Black está de tirar o chapéu!!) 

Mas o fato é que o inverno não combina com Austin.  Houston sim, é uma cidade com "cara de inverno": chique, classuda,  visivelmente rrrrrica... lol

 

Mas sacanagem a parte,   eu bem que aproveito o verão aqui -  tanto na piscina da academia ( onde faço a minha meia hora de exercícios com o noodle 3x por semana),  quanto na famosa piscina de água natural de Barton Springs  que fica a apenas poucos minutos à pé lá de casa. 

  

E falando em verão ,  olhem só que coisa mais esquisita que aconteceu no nosso jardim durante as duas semanas que passamos na França!

Este pé de girassol simplesmente apareceu e cresceu,  assim,  totalmente  sozinho e sem mais nem menos.  Não é lindo?  Olhem só a flor!

Eu heim…                                                                                                                                                                .

Minha conclusão (meio antropomórfica,  é bem verdade…) é  a de que algum passarinho “ agradecido” pelo alpiste que vem comer em nosso  bird feeder  ( será que foi este aí o bom samaritano?) resolveu nos trazer algumas sementes da flor do mais famoso quadro de Van Gogh,  e voilà ! Não é que a planta pegou?!?

 

Anyway,   esta é a primeira vez que tenho uma flor de girassol de verdade  e, ainda por cima,  em meu jardim!

 

 

 

 

 

                                                                      

Nota aos leitores childfree

Pâmelli, 03.08.13

Wow

A Time Magazine ( Revista Time) desta semana  está com o artigo de capa sobre Childfreedom ( a escolha de não ter filhos) e ao que parece ( estou saindo AGORA para pegar o meu exemplar!) a reportagem foi  bem justa com os childfree.  Pelo menos é o que tenho lido nos comentários das pessoas que já leram.  Tomara mesmo!

 

Afinal, parece que nossa pequena ( but ever growing...) comunidade está finalmente  sendo ouvida pela mídia  - e sem o típico revirar dos olhos desaprovadores dos  pais, ou dos "pró-reprodutores".   Só isso já é uma grande vitória, heim !!