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Parada Essencial

Benvindos ao "Diário politicamente incorreto da Pâmelli" - uma brasileira/americana childfree, residente nos E.U.A. desde 2003 Viagens, cultura, desabafos e muito mais!

Parada Essencial

Benvindos ao "Diário politicamente incorreto da Pâmelli" - uma brasileira/americana childfree, residente nos E.U.A. desde 2003 Viagens, cultura, desabafos e muito mais!

A maravilhosa região do sudoeste da França

Pâmelli, 28.04.11

 

(Foto tirada do carro, em uma das várias estradas por onde passamos...)

 

Bem, já faz mais de um mês que voltamos da Europa. 

Felizmente tomei algumas notas em uma bela agenda de capa dura e PAPEL, lol,  com muitas fotos da região,  que comprei na cidadezinha medieval de Sarlat.  Aliás, taí uma coisa quase impossível de se encontrar hoje em dia : uma agenda tradicional que não seja eletrônica!!

 

Mas, sigamos para o Périgord ( ou a Dordonha)…

Patos, muitos patos e gansos!! Lol  Voilà as primeiras coisas que nos vêm a mente quando pensamos nesta região da França.  Além de muita, muita Pré-história,  arquitetura medieval e , é claro,  como não poderia faltar…castelos!

 

A culinária local:

Ah,  a Terra do foie-gras

Sim, estou falando do famoso ‘fígado de ganso’  ou pato ( foie-gras de-canard) – mais (vulgarmente)  conhecido como ‘patê de fígado’ no Brasil .  Impossível falar na Dordonha sem mencionar esta especialidade local.

E sinto em dizer que este é um de meus guilty pleasures... Uma contradição em minha personalidade pois,  apesar de amante e defensora perpétua dos animais, confesso que como e ADORO foie-gras! (Afinal, todo o mundo tem o seu lado ‘meio bárbaro’, certo?)

   

Coitadinhos dos patos e gansos.  Sinto realmente pela maneira detestável como são engordados e , na livraria onde encontrei a agenda de capa dura – e que tinha vários belos postais da região…- me recusei a comprar um que mostrava justamente uma velha camponesa , usando uma espécie de tubo pra enfiar comida goela abaixo no  pobre bicho.   

 

Que idéia! {#emotions_dlg.annoyed} Isso lá é coisa pra se colocar em um cartão postal??

 

  Mas nesta viagem , ao menos vi uma coisa que me fez sentir um pouco menos culpada cada vez que degusto um belo bloc de foie-gras com uma taça de Prosecco…

 Ao dirigirmos pela região,  vimos várias fazendas de criação de gansos e patos e em muitas delas eles estavam andando LIVRES no meio da natureza.  Sim, isto me serviu como um pequeno consolo  já que os bichos me pareceram bem satisfeitos ( e GORDOS!) , simplesmente, tic-tic-tic… andando pelos campos em grupos e, felizmente, TOTALMENTE IGNORANTES do que estava por lhes acontecer!  (  Ser bicho tem as suas vantagens e alí eu diria que a frase ‘Sou gordo, mas sou feliz…’ até que faria sentido...)

   

Além do world-famous foie-gras, outra especialidade da região é o magret de canard ( escalopes de pato, servidos  em um molho rico…) .  E como não poderia deixar de ser,  aproveitamos para conhecer alguns vinhos locais  - o Bergerac e o Cahors ,  ambos meio ‘rústicos’ e nada a serem comparados à um Bordeaux ou Bourgogne , mas ainda assim,  apropriados para acompanhar a típica cozinha local.

 

História e Cultura no Périgord:

Esta região , no sudoeste da França,  é uma das mais ricas em termos de história e arqueologia.  É alí que se encontra a famosa Caverna de Lascaux ( com suas pinturas pré-históricas) , além de muitas outras, menos conhecidas, mas igualmente fascinantes. 

  Nos três dias que exploramos a região, conhecemos o Vale do Dordogne ( o rio), que é cheio de monumentos e parques pré-históricos  , além de castelos!    Sim, não é somente no Vale do Loire que a França tem castelo saindo pelo ladrão!! lol

 

Sarlat, a cidadezinha onde nos hospedamos, tem cerca de 10.000 habitantes e é uma pequena jóia medieval com suas construções em pedra cor- de- mostarda  ,  uma déli de foie-gras a cada esquina e uma animada rua de comércio .  Alí nos hospedamos no agradável hotel  ‘St. Albert’ , bem no centro,  e jantamos duas noites no ‘Bistrôt de L’Octroi’ – sob a recomendação da recepcionista, que realmente sabia das coisas e nos deu ótimas dicas do que fazer na região.  Aliás, volto a dizer,  os franceses FORA de Paris parecem outra ‘raça’:  São gentis, pacientes e frequentemente até sorridentes!! lol

 Sempre com nosso carrinho alugado , tiramos um dia inteiro somente para explorarmos  o Vale do rio Dordogne e conhecemos algumas cidadezinhas charmosas e românticas como Beynac  , Limeuil e St. Leon- Sur- Vezère…,  cheias de construções românicas( Como esta igrejinha aqui no centrinho de St. Leon...)   – ou seja, da época medieval, pré-gótica. ( Em francês,  é conhecido como o estilo  roman,  e que não tem nada a ver com os romanos!!)

Nota:  Como visitamos  a região fora de temporada ( no inverno)  ,  não tivemos qualquer problema em arrumar hotel, mesmo sem reservas e chegando nas cidades tarde da noite.  Contudo, para quem quiser passar por lá durante a alta temporada, é um MUST fazer suas reservas com antecedência !

 

A Famosa Caverna de Lascaux:

 Nossa visita à caverna de Lascaux II tambem foi muito excitante – principalmente para mim, agora, como estudante de arqueologia.

A gruta foi descoberta em 1940 por dois meninos e seu cão e imediatamente se tornou um ponto turístico famosíssimo.  Contudo, em 1963 foi fechada ao publico já que o número de turistas  (respirando e andando pelo local) estava causando a deterioração das pinturas de mais de 17.000 anos!     A solução foi construírem uma réplica da caverna e das pinturas originais ( alias, muito bem feita!),   e é isso o que hoje em dia os turistas visitam – Lascaux II.  

De minha parte , só pude agradecer aos céus o fato de estarmos lá no inverno e fora da alta  temporada  ( o verão) , pois ainda assim, éramos 40 turistas visitando a caverna de uma vez  – e em algumas partes a coisa fica bem estreita e apertada ( algo nada, nada recomendado para claustrofóbicos como eu…) .  Já imaginaram o pesadelo fazer o mesmo tour no verão, quando, segundo nossa guia,  os grupos chegam a ter 65 pessoas?!!

 A boa notícia é que a temperatura  lá dentro é mantida a 13 graus centígrados constantes – para preservar as pinturas. Então pelo menos ninguem se sente sufocado!  lol.  (Portanto aí vai outra dica:  quem resolver se aventurar a visitar Lascaux II no verão,  lembre-se de levar um casaco dentro da bolsa na hora de entrar na caverna pois a visita lá dentro dura cerca de 45 minutos e uma vez que se entra, não dá mais pra voltar atrás...)

 

O que mais me impressionou em tudo isso?  

A semelhança que não pude deixar de notar entre os cavalos, bisões e touros pintados pelos trogloditas de Cro-Magnon em Lascaux,  e os desenhos dos mesmos animais, feitos no século XX, por Picasso! Lol   Sim,  toda aquela pintura supostamente ‘moderna’ do grande gênio espanhol ,  certamente deve muito da sua inspiração à arte paleolítica de Lascaux ( que Picasso certamente visitou durante os anos que morou, auto-exilado,   na França...) .

 

Ainda antes de deixarmos o Périgord,  dirigimos até a impressionante cidadezinha de Rocamadour - toda construída em cima de um penhasco.  Coisa de louco, linda de morrer e um  absolute must ao se visitar a região!

Nota:  o castelo no topo não está aberto a visitação pública  pois é habitado pelos monges lá do local ou algo assim...( Ao meu ver , uma folga e um grande desperdício turístico!! lol)

 

Paris, a etapa final:

Depois da Dordonha seguimos para Paris para passarmos os últimos dois dias antes de embarcarmos de volta ao Texas. 

Ok, Paris é sempre excitante, mas confesso que fiquei melancólica ao deixar o Périgord.   Pra mim não há melhor lugar na França do que a province –esteja você na Provence ( o sul da França), na região do Vale do Loire ou na Dordonha. De fato, é engraçado: no Brasil e Estados Unidos eu tenho verdadeiro horror  ao campo/interior. A coisa me deprime e entedia terrivelmente!  lol  Já na França,  ( alias, na Europa de um modo geral…) eu simplesmente adoro aquelas cidadezinhas calmas, cheias de história e cultura,  boa culinária e longe do estresse e mal-humor dos europeus metropolitanos.

 Aliás, devo  dizer que  em Paris nós nunca comemos  tão bem quanto na province.  (Bem, talvez se você fôr jantar no Tour d’Argent sua experiência seja realmente inesquecível. Mas este não é o tipo de restaurante que podemos nos dar ao luxo de frequentar…)

  

Anyway,  na capital do Hexagone , resolvemos pegar ‘leve’ e não nos obrigarmos a visitar ou ver nenhum local específico.

Apesar disso, é claro que  não pude deixar de voltar à catedral de Nôtre-Dame ( aqui vista de trás, através do rio Sena...)  , onde desta vez , meu hubby aproveitou para subir nas torres e ver a cidade toda lá do alto ,  enquanto eu segui  até  minha livraria preferida ( a ‘ Gilbert Jeune’) a poucas quadras dalí , no coração do Quartier Latin. ( Em Austin não há livros em francês para se comprar; é preciso ir até Houston! Portanto toda vez que vou à Paris, aproveito pra fazer meu pit-stop na Gilbert Jeune e comprar alguns classiques français...{#emotions_dlg.smile})

À noite tentamos assistir ao balé ‘Coppelia ’ no Opéra  , mas neste dia nossa programação ‘improvisada’ não funcionou.   Os ingressos já estavam todos esgotados.  Resolvemos então passar a noite descansando em nosso apart-hotel ( o Citadines) em Montparnasse,  comendo o foie-gras que eu havia trazido da Dordonha e degustando uma demi-bouteille de Sauternes.  Quem é que vai reclamar?? lol

 

Nossa viagem tinha terminado , mas as doces lembranças de todos os lugares por onde passamos , de todas as belezas históricas que conhecemos e a excelente culinária local e o vinho que degustamos ficariam em nossa memória para sempre.

 

Pois é, caros amigos.  Se a cegonha que me levava ( certamente tendo a França como o seu destino final! )  não tivesse sofrido uma pane mid-flight  e deixado o saco com o bebê  cair no lugar errado...Eu  certamente não teria o menor  problema ou falsa modéstia em dizer para o mundo,  do fundo de minha alma:  'Tenho orgulho de ser francesa!'  

 

Vive la France!  Aujourd’hui et toujours.

 

Domingo de Páscoa

Pâmelli, 24.04.11

Categoria de post e aviso:   Essa quem vai gostar são os childfree ou  os ateus... lol

 

 Aqui nos E.U. , a menos que você seja um católico fervoroso e dedicado,  ninguem quase se lembra da Páscoa.

A razão é que não é feriado , portanto a semana é como uma outra qualquer.  Aliás, feriados católicos não são realmente feriados na Terra do Tio Sam.

 Enfeites , ovos e coelhinhos …  Só vemos mesmo  no setor dos chocolates nos supermercados.  E olhe lá!     Comerciais nos lembrando da Páscoa  na televisão?  Até hoje não vi nenhum.   ( Se bem que raramente vejo televisão …).

 

Então todo ano minha ‘Páscoa’  passa meio despercebida por aqui , e embora eu não seja nada religiosa,  confesso que sinto falta de uma boa bacalhoada e , de sobremesa,  um ovo de chocolate pra adoçar a alma.

 

Ah,  mas este ano tive uma surpresa… {#emotions_dlg.smile}

 Minha mãe nos mandou,  pelo correio,  ovos de Páscoa da Kopenhagen  ( pra quem não conhece,  este é,  by far,  o MELHOR chocolate brasileiro!! Lol) , e meu marido,  ( que é outro desprovido de religião...)  pelo visto  se inspirou,  e  me comprou um coelho  de chocolate da GODIVA  ( Pra  mim ,  o melhor chocolate à venda nos E.U....)

e  este 'cartão  de Páscoa'       que ,  convenhamos, é  simplesmente  a minha cara! lol 

                                                                                        

Eis o que está escrito:

"My perfect Easter:

 A long church sermon,

followed by a huge family gathering with lots of excited, screaming children looking for Easter eggs and an amazing home-cooked meal with the house decorated like something out of a magazine…

And me sitting on a beach MANY MILES AWAY ,  with a cocktail in my hand! 

Hope your Easter is simply perfect. “

 

A tradução é algo mais o menos assim:

“Eis a minha  Páscoa perfeita:

Um longo sermão na igreja,

seguido de uma reunião familiar , cheia de crianças  animadas, gritando a procura de ovos de Páscoa e depois um almoço bem  caseiro , numa casa decorada  como se fosse a capa de uma revista…

E eu, sentada  numa cadeira de praia de frente pro mar ,  com um coquetel nas mãos,   a MILHARES  de quilômetros de distância ! ”   LOL

 

É.  Algumas pessoas nos conhecem melhor do que ninguem.

Que sorte que , no meu caso, esta pessoa seja o meu hubby{#emotions_dlg.smile}

 

 

FELIZ PÁSCOA ( de preferência,   com ovos  , bacalhau e vinho verde…)   à todos os leitores do ‘Parada Essencial’ !!

 

Em falta com um velho amigo...

Pâmelli, 23.04.11

Como vêem,  ainda estou viva.{#emotions_dlg.smile}

Já o blog, até  parece que foi pras cucuias…

Mas não.   Eu não esqueci do ‘Parada’.  Na verdade,  tenho até  pensado bastante nele ultimamente… Assim como  às vezes nos sentimos meio ‘culpados’ ,  sabendo estar em falta com alguem ou alguma coisa. Uma amigo/a, com quem você não fala ou pra quem não  escreve já faz tempo…

 Então você se diz:  Esta semana vou lhe ligar ou mandar um e-mail sem falta! Mas os dias vão passando e uma ou outra coisa sempre acaba atropelando suas nobres intenções de restabelecer o contato.  Uhm. 

 

Mas talvez estes sejam os pensamentos de alguem que parou no tempo; alguem que não tem ( e o pior: não quer ter!)  um smart phone, com quem podemos trocar umas quinhentas mensagens por segundo com 350 pessoas ao mesmo tempo!  {#emotions_dlg.sleeping}

Aliás,  eu fico me perguntando quão ‘smart’ pode ser alguem que deixa de viver a vida real para substituí-la pelo mundo virtual, assim como vemos tanta gente fazendo hoje em dia…

De minha parte,   ( pasmem, se quiserem..)  nem mesmo sei como enviar mensagens de texto.  Lol  E querem saber ?  Taí  uma coisa que não me faz a menor falta! 

Aliás, meu celular vive quase sempre desligado .  Às vezes me esqueço até de trocá-lo de bolsa e só lembro que esqueci de sair com ele  ao voltar pra casa e encontrá-lo na outra bolsa!

So what.  O George Clooney não tem mesmo o meu número…

 

Mas, falando sério… Se  há uma coisa que me irrita profundamente é ver tanta gente VICIADA naquele retangulozinho preto eletrônico!  A cena mais patética – pra mim, pelo menos…- é ver as pessoas carregando o troço pra tudo quanto é lado  , como se fosse um apêndice do qual não pudessem se livrar sem corer risco de vida . Em muitos lugares , muitas são as pessoas que vejo simplesmente  incapazes de , ao sairem de seus carros e andarem os poucos metros até o prédio onde pretendem entrar ( ou fazendo  o percurso inverso…),  não  checarem a última mensagem que , com certeza,  o  Obama lhes enviou naquele dia!

 Nos restaurantes e bares, pessoas acompanhadas,  ao invés de conversarem com os amigos , parentes e conhecidos ALÍ presentes,  preferem ficar teclando com gente que tá  sabe-se lá  onde naquele momento!  Não entendo, juro.

  E no Facebook então ?  Cada uma com pelo menos 650  ‘amigos’ .  É, me engana que eu gosto...

 

Mas,  cada um sabe o uso que quer fazer da tecnologia ao seu dispor e, digressões  à parte…  Hoje  vim aqui principalmente para dizer que não esqueci de você não , ‘Parada’ ,  meu  velho amigo. {#emotions_dlg.smile}  Estava com saudades.

 

A verdade  é que tenho andado muito ocupada com as aulas no Community College e esta semana tenho um trabalho bastante extenso a entregar no meu curso de Arqueologia.  Isso sem falar naquele curso de matemática ultra pentelho,  que me torra os neurônios e me toma um tempo imenso!

(Bem,  pelo menos neste semestre tenho uma professora 'normal' - se é que gente que gosta de matemática pode ser considerada normal...- ,  e não aquele estrupício da Mrs. Pain!)

 

Por fim,  sei que ainda estou devendo ao ‘Parada’  o post sobre a segunda parte de nossa viagem à França.  No worries , ele virá.

Em todo caso, hoje pelo menos  dei sinal de vida e  já matei um pouco as saudades do velho amigo.

 

   

Visitando o sudoeste da França ( Primeira parte)

Pâmelli, 03.04.11

Afinal hoje volto ao blog para terminar os posts sobre nossa viagem  à Europa.

Na verdade,   já saimos de Austin novamente,  e este fim-de-semana estamos no Colorado – mais precisamente na estação de esqui de Breckenridge onde meu marido gosta de praticar o snowboarding .  ( Ver  posts com tags de ‘Breckenridge’ ou ‘Colorado’)  

Uhm , boa oportunidade para colocar o blog em dia , já que não esquio e aqui estou livre das aulas! Lol

 

Então vamos lá:

Depois da cidade de  Bath,  tivemos de retornar à Londres para pegar o trem que nos levaria até Dover , (na costa da Inglaterra)    para de lá pegarmos o ferryboat para a França. 

A travessia mesmo durou apenas uma hora e meia e o barco era  bem grande e bastante  confortável, com vários ambientes, um bar e uma boa cafeteria.

 

Calais, França

 

Nossa chegada ao  porto de Calais se deu já no final da tarde e ,  até então  ,  tudo o que sabíamos é que queríamos  seguir o quanto antes para a região do Périgord ( ou a Dordonha), no sudoeste da França, pois era lá que pretendíamos passar a maior parte de nossa estadia no Hexagone. 

 Conseguimos um hotel  bom e barato ( o ‘Ibis’)   para passarmos a noite e no dia  seguinte alugamos um carrinho ( um Citroen ‘Picasso’ ,lol)  para seguirmos em nossa  viagem improvisada.

O bom de se viajar de carro é justamente isso.  Não  temos  compromissos com horários de trem,  saídas, chegadas, paradas obrigatórias…  Você segue conforme o vento e sua inspiração e foi exatamente isso o que fizemos!

 

Chartres

 

A medida que seguíamos em direção ao sul,  resolvemos dar  uma parada  de algumas horas na cidade de Chartres.  O objetivo foi visitarmos sua  famosa e gigantesca catedral gótica, que já da estrada, pudemos ver se destacando no meio da paisagem e dos outros edifícios da cidade.  

Naturalmente, em meus estudos de cultura francesa  eu  havia ouvido  falar na catedral de Chartres . Portanto,  estando alí, tão perto e não parar para visitá-la,  me pareceu um absurdo.   Resolvemos então atrasar um pouco nossa viagem  e ,  needless to say,  a visita mais do que valeu  a pena pois não é todo o dia que um americano e uma brasileira ( ainda mais em se tratando de um  agnóstico e uma deísta… Lol)  entram uma  catedral de quase mil anos!!

 

 A catedral de Chartres do Século 12/13 A.D.

 

 

O Vale do Loire

 

A França é aproximadamente do tamanho do Texas – o que significa que não é exatamente pequena.   (Embora muitos americanos e brasileiros pensem que sim…lol).   O resultado é que  depois de nossa parada em Chartres,  ainda tivemos de dirigir  por várias horas até chegarmos  à  charmosa cidadezinha de Blois, no Vale do Loire.    

Eu já havia visitado o castelo de Blois em ’96, com minha mãe e uma amiga ,  mas na ocasião nossa excursão incluía apenas uma visita ao seu castelo do Século XV , já que no mesmo dia ainda iríamos visitar dois outros castelos na região – Chambord e Chenonceau.

 

Desta vez,  optamos em não visitar o castelo por dentro ( apenas o vimos do lado de fora),  mas em compensação aproveitamos para  conhecer melhor a cidade e passarmos a noite lá.   Nosso hotelzinho ( bastante simples, mas muito charmoso) ,   era em  uma construção do Século XV  – o que fez com que meu marido tivesse que se abaixar cada vez que entrávamos no quarto, lol .   

Jantamos em um ótimo restaurante local  ( o ' l’Hôte Antique')  , nada turístico e evidentemente frequentado pelos habitantes locais ,  e lá tomamos o  excelente  vinho de um dos castelos da região ( Cheverny).   No  dia seguinte,  conhecemos a feirinha  de rua  de Blois,  onde meu hubby quase enlouqueceu na barraca dos queijos   pois sua vontade era de experimentar e levar um pedacinho de cada um deles!! Lol)

Ainda antes de deixarmos a  região do Loire e sem resistirmos a parada,   visitamos um outro castelo –  Loches.   É difícil você dirigir 30km no Vale do Loire sem ver algum castelo!!  

A fortaleza data do Século 12 /13 ( a torre)  e 15 ( o castelo propriamente dito...)

   Assim como a cidade de Chartres,  ele simplesmente ESTAVA  no meio de nosso caminho, lol e, apesar de estarmos ansiosos para chegarmos à Dordonha,  como não parar pelo menos para tirar algumas fotos?? 

O dia havia sido longo e com todas as paradas irresistíveis,   não conseguimos chegar à Sarlat – nosso destino final -  aquela noite .  Então, já cansados após várias horas de viagem,  acabamos dormindo na cidade de Brive la Gaillarde,   onde jantamos em uma creperia  e fizemos planos de seguir cedo no dia seguinte para a capital da Dordonha.  

( Fim da primeira parte)